Buscando a redenção em 2022, Águia Imperial cantará Mãe Menininha do Gantois no Carnaval Virtual

Depois de um turbulento Carnaval Virtual de 2021, a alvirrubra de Guarulhos buscará a redenção em 2022. A escola aposta todas suas fichas no seu novo carnavalesco, Renan Barros, que foi uma das revelações do carnaval do ano passado enquanto carnavalesco da co-irmã Império do Batistão. Além de Renan, a escola é composta pelo presidente Gabriel Art e pelo renomado intérprete Leonardo Bessa. Quanto ao enredo, a escola levará a história e vida de uma das maiores ialorixás do Brasil, Mãe Menininha do Gantois.

Confira a entrevista cedida pelo presidente, Gabriel Art:

1- Como conheceu a LIESV e por que a escolheu?

R: Conheci procurando ligas de Carnaval Virtual.

2- Qual a história da sua escola, como foi fundada, qual o motivo, quais as cores, símbolos nome?

R: Foi fundada em 24.10.2020, seu símbolo é a Águia Imperial, ave que dá o nome da escola. Suas cores são vermelho e branco.

3- Qual será o enredo da sua escola e como ele será contado na passarela virtual (quantas alas, alegorias e demais elementos)?

R: Em 2022, levaremos como enredo a história e vida de uma das maiores ialorixás do Brasil, Mãe Menininha do Gantois. A escola virá invocada e sedenta pelo título, com muita surpresa preparada. Iremos vir completa, com todos os limites de alegorias, alas, tripés, e etc preenchidos.

4- Como a equipe da sua escola foi montada e quem faz parte dela?

R: O Presidente é o Gabriel Art, que também é intérprete e carnavalesco do GRESV Paraíso do Alvorada. O carnavalesco é o talentosíssimo Renan Barros. O intérprete pelo segundo ano seguido é o experiente Leonardo Bessa.

5- E o samba enredo, vai fazer eliminatórias de samba ou vai encomendar? Se for eliminatórias, quais as regras da disputa, pra onde os compositores devem mandar os sambas e etc

R: O samba que já está pronto, foi feito via encomenda.

6- O que você e sua escola esperam do Carnaval Virtual 2022, tanto de vocês quanto das coirmãs?

R: Esperamos vir com muita garra dessa vez, e que tudo dê certo para todas as escolas.

Confira abaixo a logo e a sinopse do enredo da Águia Imperial para o Carnaval Virtual 2022:

“Ora Yê Yê Ô Oxum, Axé! Salve Maria! Mãe Menininha do Candomblé”

INTRODUÇÃO:
A Água Imperial contará a História de Maria Escolática da Conceição Nazaré, a Mãe Menininha do Gantois (Gantoá). Antes, traremos a chegada dos escravos ao Brasil para entender o que essa Maria defendeu. Os Negros trazidos da África trouxeram a sua religião, apresentou para o nosso povo o seus Orixás e a força que cada um exercia sobre os elementos naturais. Herança deixada pelos negros que originou o Candomblé, religião Afro-brasileira por conta justamente das raízes africanas. No Brasil, por muito tempo a prática do candomblé foi perseguida e proibida e aí a religião se encontra com a nossa Maria, que já aos 6 aninhos de idade dançava o Candomblé e por isso recebeu o apelido de menininha. Descendente legítima de africanos, cresceu dentro da religião e aos 28 anos, após falecer a Mãe de santo do seu terreiro, não participou da disputa para ser a sucessora e acabou por ser escolhida pelos próprios Orixás a liderar os filhos da casa. Para que a sua caridade e fé pudesse seguir, a Mãe Menininha costurava, bordava e fazia quitutes para arrecadar dinheiro e foi uma guerreira, uma mulher forte e valente que lutou para a regularização do Candomblé e o direito de liberdade ao culto que foi conquistado.

Resumo:
A nossa água voa alto rumo ao orum, de encontro a Oxum. Mostrando a riqueza da herança negra em nosso país, o orgulho da africanidade e o poder que a mulher negra tem, desde a chegada dos escravos, quando buscavam com todos os seus esforços, hidratar e manter firmes os homens negros acorrentados. Força essa que se encontra também em nossas mulheres e em especial a uma Maria, que de tantas Marias foi a que libertou o Candomblé. Mãe menininha iniciada por Oxum e escolhida dos orixás, baiana de sangue africano que uma nação passou a amar. Corajosa, valente, guerreira, Mãe Menininha do Cantóis, a mãe africana das mães brasileiras.

SINOPSE:
No peito a africanidade que atravessou os mares e nos alcançou,
um povo sofrido e escravizado que o nosso solo sagrado abraçou.
O preto imponente, o guerreiro valente, trouxe a herança Iorubá dos nossos ancestrais,
a força que rege a natureza, terra, água, fogo e ar, o reino dos Orixás.
E eis que surge uma menina bailando, ora ieiê Oxum a escolheu também a separou,
o Xirê corre em seu sangue africano, a baiana cresceu e conquistou.
O poder opressor não era maior que a mulher, as leis não falavam mais alto que a sua fé,
Mãe menininha do Gantois, liberdade para nós, povo do candomblé.
Costurando a vida, bordando o amor, alimentando as almas de São Salvador.
Ilé Iyá Omi Àse Iyamasé, axé! filhos abençoou.
Olorum foi quem mandou, de tudo a “mainha” cuidar,
Atotô Obaluê, Epa babá Pai Oxalá.
A sua resistência ganhou o respeito, A sua caridade a admiração,
Maria de tantas Marias, mãe de uma nação.
“A estrela mais linda e o sol mais brilhante, hem? Tá no Gantois.”
“A beleza do mundo e a mão da doçura, hem? Tá no Gantois.”
Minha oferenda trago para ofertar, o meu tambor bate mais forte para exaltar,
com a minha águia voei e até os búzios consultei, para te homenagear.

Vocabulário:

Orum – Céu
Ao ieiê ô – Olha por nós
Xirê – Roda ou dança
Ilé Iyá Omi Àse Iyamasé – Nome do terreiro da Mãe Menininha do Gantois
Atotô – Peço Quietude
Epa Babá – Salve Pai, Viva Pai
Axé – Poder, força e energia

Autor do enredo: Renan Barros

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