Indo para seu 2º desfile na LIESV, Santa Cruz Imperial cantará o imaginário “Apernambucado” no Carnaval Virtual 2021

Depois de uma estreia longe do que a escola planejava em 2020, a Santa Cruz Imperial segue renovada em busca de dar a volta por cima em 2021. Com o intuito de mostrar a cultura Pernambucana com muita cor e alegria, a “tartaruga” da LIESV levará para a avenida o enredo sobre o imaginário Apernambucado do carnaval.

Confira a entrevista cedida pelo presidente, Thiago Henrique:

1- Como conheceu a LIESV e por que a escolheu?

Já conheço a LIESV há anos e como amante do carnaval virtual e vendo toda sua organização e estrutura a escolhi.

2- Qual a história da sua escola, como foi fundada, qual o motivo, quais as cores, símbolos nome?

Sempre fiz parte da Paracambi Imperial resolvi criar a Santa Cruz Imperial para lançar talentos, nosso carnavalesco por exemplo está em seu primeiro ano com a gente e acho que vão se surpreender. temos as cores amarelo e roxo, o símbolo a tartaruga imperial, somos a GRESV Santa Cruz Imperial.

3- Qual será o enredo da sua escola e como ele será contado na passarela virtual (quantas alas, alegorias e demais elementos)?

A Santa Cruz Imperial levará para a avenida o enredo (imaginário apernambucado). Com o intuito de mostrar a cultura Pernambucana com muita cor e alegria. Falar de nordeste nunca é demais, mostraremos mais uma vez essa rica história por uma outra vertente. Teremos 16 alas, 2 tripés e 4 alegorias.

4- Como a equipe da sua escola foi montada e quem faz parte dela?

Me encantei com os desenhos do meu carnavalesco e de cara o convidei para o projeto, ele me apresentou a ideia e comprei, temos como carnavalesco Ciano Silva, Rodrigo Santos como intérprete e Marcos Lopes nos auxiliando no enredo.

5- E o samba enredo, vai fazer eliminatórias de samba ou vai encomendar? Se for eliminatórias, quais as regras da disputa, pra onde os compositores devem mandar os sambas e etc

Faremos eliminatórias, o enredo é bem brasileiro, colorido e divertido, com isso teremos tudo para ter grandes sambas!
Regras:
Data limite para entrega dos sambas:15/06/2020
Os Sambas podem ser feito de forma solo ou em parceria;
Sem limite para nº de compositores;
Enviar áudio com pelo menos uma passada do samba, podendo ser caseiro;
Enviar letra do samba com o nome do(s) compositor(es) para thfl16@hotmail.com ou pelo WhatsApp (21) 98451-3817

6- O que você e sua escola esperam do Carnaval Virtual 2021, tanto de vocês quanto das coirmãs?

Que nossa escola faça um desfile, alegre, contagiante e colorido como pede o enredo e que as coirmãs apresentem um grande carnaval para abrilhantar o grupo de acesso.

Confira abaixo a logo e a sinopse do enredo da Santa Cruz Imperial para o Carnaval Virtual 2021:

“SANTA CRUZ IMPERIAL E O IMAGINÁRIO “APERNAMBUCADO” DO CARNAVAL”

NO REISADO
NA CIRANDA
NO IMAGINÁRIO POPULAR,
NA VAQUEJADA, NA BATUCADA
NO ALTO DO BUMBA MEU BOI BUMBÁ

MORTE E VIDA SEVERINA
CASA GRANDE E SENZALA
AUTO DA COMPADECIDA
ARIANO SUASSUNA E JOÃO CABRAL
SÃO PÁGINAS, RETRATOS DESSA VIDA

JOÃO GRILO, CANCÃO DE FOGO
PADRE CIÇO E LAMPIÃO
BANDA CABAÇAL
NOVENA E RENOVAÇÃO
ESPINHO E FULÔ
CANTE LÁ, QUE EU CANTO CÁ
PATATIVA DO ASSARÉ
CAVALHADA, CANDOMBLÉ
A NAU CATARINETA
CANTORIA, CAVALHADA
FANDANGO, MARUJADA
FORRÓ E ARRASTA-PÉ

Letra da música “Imaginário Popular”. Compositor: Alcymar Monteiro.
É FREVO, É MANGUEBEACH
MARACATU E PASTORIL
LUIZ GONZAGA É FOLCLORE
É CULTURA DO BRASIL
É FREVO, É MANGUEBEACH
MARACATU E PASTORIL
LUIZ DA CÂMARA CASCUDO
É CULTURA DO BRASIL

É FREVO, É MANGUEBEACH
MARACATU E PASTORIL
PINTO DO MONTEIRO
É CULTURA DO BRASIL
É FREVO, É MANGUEBEACH
MARACATU E PASTORIL
E O CEGO ADERALDO
É CULTURA DO BRASIL

Santa Cruz, minha história começa lá pelas bandas do interior… do chão amarelado, da areia pisada… Vem sentir o “chão-rachar” desse sol! Vem ver como é ser “barro moldado” desse esse lugar… quase sempre nesse calor arretado, quase nunca, de chuva, molhado… ô, severina da mulesta!

Mas sempre nos espera a triste partida….

Como bom severino que sou… acabei fazendo o percurso capiberibe: filho do sertão, ganhei o mundo. Vim de lá, pequenininho… no “fio” e no “limiar” da sobrevivência… e graças a meu Padim Ciço, cheguei no “oceano” dos “arrecife-capital”.

SANTA CRUZ, “TU VENS… TU VENS…” SEMPRE NO CARNAVAL…

Eu e tu, Santa Cruz… somos papangus que invadiram o Galo da Madrugada… não deixamos de ir a Olinda… folia tradicional…

E quem nos convidou pra esse furdunço de folia nas ruas de Olinda foi Alcymar Monteiro. Esse sim! Que abraçou essa terra como se aqui nascesse, como se daqui fosse. Esse cabra, logo se acochou no meio da zoada, com seu chapéu branco, animando a multidão. É tanta gente, que chega a ser gostoso… agarradinho e peguento, que nem no rala-bucho onde me amasso num rabo saia.
Passam por mim os bonecos gigantes que embelezam essa festa… cada um deles representa uma parte da cultura dessa terra… uma pessoa… uma obra eternizada: um pedacinho de nós. Daí começo a viajar por esse nosso “Imaginário Popular”:
Apôis! Feito eu, esses bonecões são tradição dos cantos do interior. Num é à toa… dois bonecos vêm vindo: Luiz Gonzaga e Patativa do Assaré.
Ah! E não duvidem… essa folia é de perder o sapato! Mas o filho do sertão bobo não é… o grosso “casco” não deixa queimar o pé…
Aí vem o boneco de mestre Baracho, rei da ciranda. Ele que sabia das coisas, sempre dizia: tem que beber, tem que farrar! Vivia do que criava, feito formiga que vive do que carrega… Ele era um grande inventor, um criador da beira da praia que ouvia os conselhos das pancadas do mar. Águas me lembram aquela boneca logo atrás… a mais retinta, por isso a mais resiste de todas: Lia de Itamaracá, rainha da arte do cirandar. Duas realezas sem coroa…
Mas aqui, onde reisado resiste de porta em porta, em ternos de anunciação à chegada de Jesus Menino, esses bonecos representam o povo que se veste de fitas coloridas, nas cores da renovação de fé e de esperança. Os espelhinhos nos seus trajes refletem a sorte… a despedida… o brilho do tempo eterno de festa, mesmo que já queimada a lapinha do pastoril e do presépio. Mesmo que o espetáculo fandango tenha dia e hora pra se encerrar, há sempre um recomeço…
Avalie só aqui comigo: eu e esses foliões em frente à Catedral da Sé, temos em comum aquela herança que nos amulega, nos dá a cor e o sotaque esticado mameluco… como essa igreja, somos uma edificação histórica. Uma só morada cultural, resultado dessa mistura: Casa Grande & Senzala.
Essa riqueza “euro afroameríndia” é o segredo da força do vaqueiro para amansar o boi brabo. De repente, é daí que o cavaleiro tira forças pra “batalhar” nas cavalhadas, ao som de trompetes e clarins.
Já posso ouvir a batida dos tamancos e o bumbar dos tambores. Envolvido pelo axé do caboclo de lança, das Yabás e das calungas do maracatu… Papangus me arrodeiam e parece que posso ver a alegria em seus rostos mascarados.
Já avisto mais três bonecos no caminho… e não tô vendo demais, não! Um é de João Cabral… poeta arretado. Sabe, fico aqui pensando se morreu mesmo esse cabra… talvez esteja só fazendo mais uma metáfora, dizendo que vida é morte, que morte é vida…
Falando no Sertão, da minha gente tão sofrida, de onde sou, logo vem aquele boneco que é dos mais festejados… Virgulino Lampião! Cabra invocado que não foge da raia…
Apôis! Esse bonecão aqui de frente pra mim é Suassuna! Homi com cabeça boa pra falar da gente que é do Nordeste… cavaleiro armorial que retrata “Coisas que o povo diz”. Imagine só se Câmara Cascudo escrevesse sobre ele… diria que Suassuna já é uma parte do nosso folclore.
E nesse rolo doido que me enfiei, me paro de frente com mais um boneco de artista famoso: de cabelo pichete, de óculos de sol no exagero de grande… só podia ser Chico Science. O Manguebeat dele é feito pirão de guaiamum… só que nele vem um caldo de maracatu com rock, uma farofa de forró com hip-hop…. Vôte! E num é que fica bom!!! Quem sabe, me embolo num samba “afrevado”, também…
Nesse carnaval de rua tem de tudo: frevança, arrasta pé, xaxado, cantoria até o dia clarear… Os últimos bonecos a irem simbora só poderiam ser os deles: Pinto do Monteiro e Cego Aderaldo! Já tá de manhã… a banda já passou… e eles estão aqui… espichando a gréia. Tudo porque estão aqui travando uma batalha de versos desde ontem… e sem perderem a rima!
Vou te falar o segredo do “imaginário popular”: festa que é boa, num acaba. Por isso, o carnaval de rua num tem fim! Ele acontece todos os dias do ano. A gente só marca uma data, pra caso de todo mundo poder brincar junto.
GENTE DE PEITO VALENTE…
SOU SEU LEÃO DO NORTE, PRESENTE…
MEU NOME É SANTA CRUZ IMPERIAL…
NO IMAGINÁRIO “APERNAMBUCADO” DO CARNAVAL

Autor do enredo: Marcus Lopes e Ciano Silva

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