“Nós trilhos da vadiagem” Remeiros está de volta .

Depois de um ano de fora dos desfiles da LIESV, a Remeiros se renova e vem com força total em busca de mais um espetáculo e visa o acesso ao Especial.

Em conversa com o presidente André Medeiros ele fala sobre o enredo e a volta da escola:

Por ter um maior contato com a história dos trilhos da Estrada de Ferro Central do Brasil, quis homenagear de certa forma a baixada fluminense vendo a luta diária desse povo. Fazer com que os espectadores conheçam um pouco do que rola nos vagões, desde os tempos do imperador, saudamos as escolas de samba que cresceram as margens da estrada e por fim carnavalizar na Sapucaí!

O nosso desenvolvimento será através da cronologia até um certo ponto do desfile e depois desabrocharemos em homenagens, será bem equilibrado o desfile e queremos brincar mais com o enredo esse ano, levar diversão e conhecimento.

Depois do ano passado onde infelizmente não tivemos condições de desfilar, esse ano estamos com garra, levantando das cinzas e com desejo incalculável de vitória.

Espectadores, surpreendam-se voltou elaaa, a águia da mata!

Teremos disputa de samba, mais uma vez com a participação do voto popular. As inscrições já estão abertas, até dia 22 de Abril.

Não percam esse desfile pois vamos aprender bastante! Viajar pelos trilhos da Estrada de Ferro Central do Brasil será incrível!

Vejam a sinopse e regras para o concurso do samba:

Imagine quem vem lá de Japeri? Abram alas, chegou a Remeiros e a sua locomotiva do samba.Nossos caminhos começam em 09 de fevereiro de 1855 quando o então governo imperial firma um contrato com o engenheiro britânico chamado Edward Price para construção da primeira seção de uma estrada de ferro, mais tarde no mesmo ano em 11 de junho iniciam as construções. Em 29 de março de 1858 é concluído o primeiro trecho da estrada de ferro que mais tarde passaria a se chamar Central do Brasil, entre as estações Aclamação (Central) e Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicu (Queimados), naquele tempo haviam apenas cinco estações que faziam o translado dos gentis do Vale do Iguaçu (Nova Iguaçu) a Cidade Neutra (Rio de Janeiro). Em 8 de novembro do mesmo ano, a Estrada de Ferro chegou até a Estação Belém na então Freguesia da atual Japeri.A partir daí começa nossa viagem sobre esses trilhos, o que nos trás a fundação do Ramal mais famoso do Rio ? Era formoso viajar pela Estrada de Ferro Central do Brasil, cruzando o Vale do Iguaçu com o cheiro bom dos laranjais que anulava o cheiro da fumaça das locomotivas. Eram tantas histórias que vinham sobre os trilhos que hoje nos faz sorrir, do filho que veio tentar a vida na cidade grande ao pai que abandonou sua família, do ladrão foragido ao refém perseguido, havia choro e risos, desastres e vitórias, era louca mesma essas trajetórias.
Em 1951 um desastre seguido de incêndio matou pelo menos 51 pessoas dentro de uma locomotiva na estação Maxabomba (Nova Iguaçu), a freguesia de Maxabomba se tornou a mais privilegiada com a chegada da Estrada de Ferro, se tornou sede do então município de Nova Iguaçu.Hoje a Estrada de Ferro é sinônimo da luta do trabalhador diariamente, da conexão dos gentis da Baixada Fluminense a capital do samba, o que nos conecta a Estrada do passado e a de hoje ?
Quem são os rostos que trafegam hoje pelos Trilhos, saindo da Estação Belém (Japeri) desembarcando na Estação Central do Brasil, os pais de família, os ambulantes, os sambistas, os jovens, os velhos, trabalhadores, vadios, pervertidos, loucos, são todos eles filhos deste chão Central do Brasil.As margens da Estrada, surgiram grandes nomes do carnaval, ao descer pelos trilhos olhamos a  Império da Uva, Leão de Nova Iguaçu, Chatuba de Mesquita, Beija Flor de Nilópolis, Império Serrano, Portela, Mangueira e São Clemente; Nessa viagem entre a vida sofrida de um povo trabalhador e a vida de “vadios do samba”, abraçaremos a cultura além de um povo: Rio Guandu, Viaduto Negrão de Lima, Maracanã, Quinta da Boa Vista, Morro da Providência, Sapucaí! Nosso samba também é resistência, é grito e cultura!O sucateamento do transporte público não vem de hoje, nos tempos do imperador já era assim, com locomotivas atrasadas ou não conservadas. No passado era mais turístico e hoje é o Novo Tumbante Trabalhista, o povo que necessita tirar seu sustento na cidade sede disputando um espaço mesmo que inexistente dentro de um vagão, em meio aos lamentos podemos ver ainda os jogos de roda, samba cantado, os meninos e meninas que rimam versos que o coração transborda, o grito dos ambulantes que trazem sempre um bom passatempo ou aquele produto inovador para o dono(a) de casa, em dia de festa todos vestem suas fantasias e descem pelos trilhos, tem também família querendo passear um pouquinho, tem os noturnos bohemios correndo para Lapa, tem de tudo sobre esses trilhos.Será que um dia ouvirão nossas vozes ? É o “Japerix” da depressão, queremos soluções. Do trombadinha ao ambulante, o que nos resta é rir e sambar para a vida continuar pelos trilhos da vadiagem.

CONCURSO DE SAMBA DE ENREDO REMEIROS

REGRAS:

Art. 1° A quantidade de sambas compostos por um compositor não será estipulada,ou seja, poderá compor diversos sambas;
Art. 2° Os sambas deverão ser entregues até 22 de Abril de 2020;
Art. 3° O canal de recebimento dos sambas serão via WhatsApp, devendo constar o áudio e letra do samba;
Art. 4° A escolha do samba se dará por análise interna e voto popular;
1 § Disponibilizaremos a forma de votação futuramente;
Art. 5° Caso o número de sambas inscritos ultrapasse 4, será realizada uma eliminatória por voto popular que seguirá o rito do § 1 do Art. 4°;
2 § As formas de eliminação serão disponibilizadas futuramente;
Art. 6° Este regulamento poderá receber novos artigos futuramente caso haja necessidade.

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