Saiba como compor pra Arrebatados por Momo

As regras de apresentação para o concurso:

I. A composição pode ser solo ou em parceria;
II. O compositor pode inscrever quantas obras quiser;
III. A obra concorrente deve ser enviada em formato MP3 e letra em formato Word (com autoria) para o e-mail da GRESV Arrebatados por Momo, até o dia 10 de janeiro de 2016 – e-mail: arrebatadosmomo@gmail.com;
IV. Os sambas devem ser apresentados em duas passadas, 1 sem base e 2 com alguma base (palmas, cavaquinho, violão, bateria…) não podendo ser apresentado totalmente a capela.
Os sambas concorrentes serão divulgados, via internet, tão logo sejam encerradas as inscrições e o resultado final do concurso será dia 28/02/2016.

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A Companhia de Teatro Comédia Del’Arte Arrebatados por Momo Apresenta: A Princesinha do Café e O Baile ao Imperador

E no Brasil, tudo acaba em festa…

Quando ouvimos afirmações deste tipo, estamos certos de que se trata de uma característica de nosso povo desde sempre. Existe, também, uma certa e inconsequente percepção de que os brasileiros pouco se importam com os rumos de suas vidas. Mas de qualquer forma, associar o ser brasileiro a festas aponta no sentido de uma ruptura com leis e ordens estabelecidas. Notadamente sendo um rito de inversão, o carnaval acaba por se caracterizar como uma festa brasileira na essência: o mundo nos vê como o ‘país do carnaval’. Portanto, o Brasil é um país do mundo às avessas, carnavalizado.

E como falar em carnaval sem citar as referências da comédia dell’arte, grande teatro de improviso, originário da Europa, no século XV, com seus personagens tipo que satirizavam toda a realidade cotidiana? Suas apresentações eram feitas pelas ruas e praças públicas. Ao chegarem à cidade pediam permissão para se apresentar, em suas carroças ou em pequenos palcos improvisados. As companhias de comédia dell’arte eram itinerantes e possuíam uma estrutura de esquema familiar. Seguiam apenas um roteiro, que se denominava “canovaccio”, mas possuindo total liberdade de criação; os personagens eram fixos, sendo que muitos atores viviam exclusivamente esses papéis até a sua morte.

E aqui começa nossa viagem: em pleno século XXI, em pantomima, com as figuras do grupo de teatro dando vida à narrativa bufônica…

COMPANHIA DE COMÉDIA DELL’ARTE ARREBATADOS POR MOMO APRESENTA: O GRANDE BAILE AO IMPERADOR E A PRINCESINHA DO CAFÉ

por Elidio Fernandes Junior

Palco armado na entrada de cidade de Vassouras, atores caracterizados e público atento… Abrem-se as cortinas!

PRIMEIRO ATO: O Florescer do café

Quaquaraquaquá….do que estou rindo?…em breve vocês saberão… Eu sou um bufão, faço graça com tudo, gozo com as pessoas, provoco o riso com minhas ironias… Quaquaraquaquá… E vim aqui contar a sua história…

Vejam só!…é a corte imperial decadente que se apresenta! A coroa em crise, sem saber para que lado ir, percebe uma saída…serra a cima!… E lá vão os esfarrapados… atraídos pelo aroma de um fruto vermelhinho… Caso vocês não saibam, as primeiras plantações de café se deram no Rio de Janeiro, mais precisamente na Baixada Fluminense. O modo de produção adotado pelos produtores era bastante parecido com aquele registrado no período colonial: latifundiários que utilizavam mão-de-obra escrava. Surgem então as grandes fazendas de café e, com elas, riqueza e desenvolvimento. E em quanto isso… O governo imperial vive às voltas com problemas financeiros graves, ainda consequentes da independência – quaquaraquaquá –, volta sua atenção para o surpreendente surto de progresso na serra fluminense, apoiando e prestigiando os pioneiros. Concede-lhes títulos nobiliárquicos, acolhe-os na Corte; o café se transforma em alicerce na economia do Império. E o império sobe a serra em busca de um café que transborda das plantações e surge exuberante no cotidiano daquela gente… enriquecida! E a nobreza de

fundilhos puídos…quaquaraquaquá… Agora pode-se remendar as roupas e rumar ao progresso! A riqueza que brota do chão em frutos avermelhados e que tornará possível a realização de diversas obras de infraestrutura, como a construção de estradas, portos e ferrovias.

SEGUNDO ATO: A princesinha do café

As lavouras de café expandiram-se serra acima. Pouco a pouco formou-se uma aristocracia rural cafeeira, cujos membros assumem projeção em todos os campos de atividade do império. Centenas de fazendas são fundadas com o desmembramento das antigas sesmarias. A derrubada das matas pelo trabalho do machado sucede o recobrimento da terra com cafezais em larga escala. Solares são construídos e os mais antigos sofrem reforma e ampliação. Quaquarqquaquá…ricos e rudes…

As fortunas assim acumuladas proporcionam aos filhos dos fazendeiros viagens a Europa: Uí, monsier…quaquaraquaquá……de onde regressam com novos horizontes culturais e ideais mais diversificadas e um toque de refinamento. Consolida-se a supremacia da Província do Rio de Janeiro sobre as demais.

Vassouras, foi o centro urbano de maior projeção no Vale do Paraíba durante o ciclo cafeeiro, sendo inclusive conhecida como “Terra dos Barões” e “Princesinha do Café”. Foram erguidos casarões, palacetes, hotéis e um teatro; a vida social era intensa, as fazendas eram ampliadas e reformadas para garantir conforto aos ilustres visitantes que chegavam da Corte…atrás de que?…heim?…QUAQUARAQUAQUÁ!.

O que um grãozinho não é capaz de fazer…hihihihihi… Fica claro o incremento da indústria de marcenaria: fabricavam-se mesas, cadeiras, secretárias, cômodas, guarda-comidas e armários em mogno, vinhático e jacarandá. E o mesmo ocorreu com a indústria da cerâmica. Dez oficinas de ferreiro funcionavam para satisfazer a demanda de ferramentas de lavoura, embora as próprias fazendas produzissem geralmente de tudo, do fubá de milho ao prego e à fechadura – É melhor proteger as riquezas…hahahahaha…

Abrem-se ateliês de modistas francesas. Cultivam-se a música erudita e o teatro É preciso se refinar!

Vassouras atinge, então, a plenitude de seu progresso em meados de 1850, com incessante agitação, hotéis e hospedarias repletos, e um sem número de carros e diligências trafegando em sua ruas. Joalherias exibem rubis, esmeraldas, safiras, pérolas e brilhantes. A Guarda Nacional conta com mil praças impecavelmente uniformizados, cavalaria imponente e banda de música da melhor qualidade.

Fundam-se bons colégios, para onde convergem estudantes inclusive do Rio. Tudo isso respaldado pelas colheitas e ramos de café que rompiam as vidraças e faziam parte de todo o crescimento da região: E vivas ao vermelho!…

E assim esse povo, vocês, respeitável público, adquiriram um traço comum a todos: a fidalguia e a hospitalidade. Afinal, não dá para ser como antes: o fazendeiro de café refina suas maneiras, esmera sua educação. Vassouras, contando com o maior número de nobilitados, atinge tal esplendor que passa ser conhecida como a Cidade dos Barões. E tem como a corte esfarrapada não olhar pra cima?…quaquaraquaquá!

ÚLTIMO ATO: O grande baile ao imperador Pedro II

A região ganha ainda mais impulso quando chega de Minas a família Leite, futuro Barão de Aiuruoca, cuja ação projetou-se em várias regiões cafeeiras do Vale. Fundador de Barra Mansa, abriu estradas e fazendas, construiu capelas e hospitais. Ao Barão do Tinguá, fundador da Santa Casa da Misericórdia de Vassouras, pertencia a fazenda Santo Antônio; nela hospedou-se o Imperador D. Pedro II em 1848, em meio a grande pompa e luxo, tendo tudo à disposição, inclusive serviço de porcelana gravado com as armas imperiais.

É chegada a hora do grande baile… A região enlouquece!…os ateliês e as cozinhas não param… joias saltitam, o café transborda…cortinas, louças, pratarias… Tudo de melhor na organização desta festa brasileira…

Consta que a comitiva contou com recepção triunfal, com a Guarda Nacional em gala a escoltar a carruagem imperial. No baile oferecido pelo Barão as senhoras compareceram usando como adorno um pequeno ramo de café. Imaginem!…Quaquaraquaquá…

E assim, aquele novo tesouro, tem seu cheiro descendo a serra e inebriando a todos. E a Princesinha do café, esplendorosa, oferece o fruto que reergue a coroa do Império

FINAL

E a cortina se fecha e o povo aplaude o contar de sua história, reconhecendo sua identidade histórica ainda hoje presente pelos espaços de sua cidade. Nosso grupo teatral desarma seu palco, arruma suas bagagens e sai a caminhar por Vassouras, deixando a cidade, em busca de uma nova história para contar…

Referências:

AMARAL, Rita de Cássia de M. Peixoto. Festa à Brasileira: significados do festejar, no país que “não é sério”. Tese de Doutoramento, USP, 1998.
http://www.infoescola.com/curiosidades/historia-do-cafe/(09 de abril de 2012)
http://www.assimsefaz.com.br/sabercomo/como-organizar-uma-festa-tipica-brasileira(09 de abril de 2012) http://escoladeteatrocatarse.wordpress.com/2008/01/15/os-personagens-da-commedia-dellarte/(10 de abril de 2012) http://www.infoescola.com/teatro/commedia-dellarte/ (10 de abril de 2012) http://www.historiadetudo.com/ciclo-cafe.html(10 de abril de 2012) http://www.explorevale.com.br/valedocafe/vassouras/historia.htm (11 de abril de 2012)

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