Indo para seu segundo ano na LIESV, a Bem Te Vi aposta num tema um tanto quanto peculiar: A Morte. Com o enredo “Diga-me pra onde vais…” a azul e branco de Petrópolis está bastante adiantada no projeto com várias fantasias e alegorias prontas pro desfile. Conversamos com o presidente Everton França que nos contou um pouco da expectativa da agremiação e o que estão planejando para 2021.
Confira a entrevista cedida pelo presidente da escola, Everton França:
1- Como conheceu a LIESV e por que a escolheu?
Sempre fui apaixonado por carnaval, foi aí então que comecei a pesquisar se havia alguma forma de participar com uma própria escola, foi aí que achei a LIESV e vamos para nosso segundo ano mais animados do que nunca.
2- Qual a história da sua escola, como foi fundada, qual o motivo, quais as cores, símbolos nome?
A escola nasceu em homenagem a Beija Flor de Nilópolis, escola do estado do Rio. A homenagem e tão grande que repetimos as cores, azul e branco, e o símbolo que na Bem Te Vi também é um pássaro.
3- Qual será o enredo da sua escola e como ele será contado na passarela virtual (quantas alas, alegorias e demais elementos)?
A Bem Te Vi vem com enredo “Diga-me pra inde vais…” desvendando os mistérios do que existe após a morte. É ate um tema um pouco dificil, imagina carnavalizar a morte?
Ainda estamos analisando toda a setorização da escola, mas vamos vir com mais efeitos especiais. Várias fantasias e alguns carros já estão finalizados testando movimento e iluminação.
4- Como a equipe da sua escola foi montada e quem faz parte dela?
A equipe da Bem Te Vi 2021 foi montada com base nas justificativas doa jurados do carnaval de 2020. Estamos em negociação com um desenhista para que seja um dos diretores artísticos. A direção musical fica nas mãos do intérprete e compositor Edson Jóia, que com seus anos de experiência em samba enredos, tenho certeza que vai escolher um sambão para ser o hino da escola.
5- E o samba enredo, vai fazer eliminatórias de samba ou vai encomendar? Se for eliminatórias, quais as regras da disputa, pra onde os compositores devem mandar os sambas e etc?
Nesse ano de 2021, mais uma vez vamos atender aos pedidos dos jurados, de fazer um disputa de samba.
Regras disputa de samba BEM TE VI 2021: “Diga-me pra onde vais…
- Entrega de sambas até 30 de abril de 2021
- O compositor poderá enviar quantos sambas quiser, de forma solo ou então parceria.
Material para inscrição de samba: - Letra em word ou txt. (Contendo nome do compositor)
- áudio (com acompanhamento ou não).
Enviar para o e-mail: gresvbemtevi@outlook.com
($) PREMIAÇÃO PARA O SAMBA CAMPEÃO ($)
6- O que você e sua escola esperam do Carnaval Virtual 2021, tanto de vocês quanto das coirmãs?
Tenho certeza de que será um carnaval belíssimo e irá surpreender, assim como foi o de 2020..
Confira abaixo a logo e a sinopse do enredo da Bem Te Vi para o Carnaval Virtual 2021:
“Diga-me pra onde vais…“
Bem vindos ao novo mundo, onde não há dor, não há sofrimento, mas também não há amor, não há compaixão, não há qualquer sentimento. Onde certezas se tornam dúvidas, onde, com certeza a única coisa que deixamos para aqueles que amamos é a saudade.
A vida é o intervalo entre o nascimento e a morte, onde cada volta que o ponteiro dá encurta nossa trajetória aqui na Terra, antecipando nosso fim, que tem hora marcada pra chegar, mas que nós desconhecemos. Nosso corpo é só uma casa onde habita nossa alma, e a morte é último voo de nossa alma, que parte por não caber mais nessa moradia, partindo por um caminho sem volta e sem saber pra onde vai querendo começar uma nova história, reescrever um novo livro.
Qual é o propósito da vida? Existe mais? Pra onde iremos? Pra onde foram nossos entes queridos?
Acredita-se que há um relógio dentro de cada um de nós, girando ao contrário, contando anos, meses, horas, minutos, segundos, para o nosso fim, ou para o nosso recomeço. Muitos se julgam superiores, ou por ter mais dinheiro, por ter estudado numa boa universidade, se formando, mas no final da vida atual, vão todos para o mesmo lugar, todos com mesmo destino onde pensamos ser o fim: a sete palmos do chão no cemitério, que pode ser também o início de um novo ciclo, de uma nova vida, pra uma jornada semelhante ou não.
No início de tudo, há muitos anos, no Antigo Egito o processo de morte se dava no desligamento da alma com o corpo, no tribunal de Osíris era julgado os feitos do recém falecido, e na balança de dois pratos era pesado o coração em um prato, e no outro uma pena, equiparando a bondade do ser.
Mas de maneira geral nas demais religiões acreditam que após a morte há a ressurreição. Já os espíritas creem na reencarnação, ou seja, o espírito retorna à vida material através de um novo corpo humano para continuar o processo de evolução. Após a morte, o espírito volta em outros corpos, subindo ou descendo na escala dos seres vivos (homens ou animais), de acordo com a sua própria conduta. O ciclo de mortes e renascimentos permanece até que o espírito liberte se do carma.
Para os hinduístas, a alma se liga a este mundo por meio de pensamentos, palavras e atitudes. Quando o corpo morre ocorre a transmigração. A alma passa para o corpo de outra pessoa ou para um animal, a depender das nossas ações, pois a toda ação corresponde uma reação – Lei do Carma. Enquanto não atingimos a libertação final – chamada de moksha -, passamos continuamente por mortes e renascimentos. Este ciclo é denominado Roda de Samsara, da qual só saímos após atingirmos a iluminação.
Para o islamismo, Alá criou o mundo e trará de volta a vida todos os mortos no último dia. As pessoas serão julgadas e uma nova vida começará depois da avaliação divina. Esta vida seria então uma preparação para outra existência, seja no céu ou no inferno. Quando a pessoa morre, começa o primeiro dia da eternidade. Ao morrer, a alma fica aguardando o dia da ressurreição (juízo final) para ser julgado pelo criador. O inferno está reservado para as almas ‘desobedientes’, que foram desviadas por Satanás.
O espiritismo defende a continuação da vida após a morte num novo plano espiritual ou pela reencarnação em outro corpo. Aqueles que praticam o bem, evoluem mais rapidamente. Os que praticam o mal, recebem novas oportunidades de melhoria através das inúmeras encarnações. Quem constrói o céu e o inferno é o próprio homem.
Como no catolicismo, os evangélicos acreditam no julgamento, na condenação (céu ou inferno) e na eternidade da alma. A diferença é que o morto faz uma grande viagem e a ressurreição só acontecerá quando Jesus voltar à Terra.
Na Igreja Adventista do Sétimo Dia, os mortos dormem profundamente até o momento da ressurreição. Quem cumpriu seu papel na Terra recebe a graça da vida eterna, do contrário desaparece.
Creem na morte física (separação da alma do corpo físico) e na morte espiritual (separação da pessoa de Deus). Os que, após a morte física, acreditam ou passam a confiar em Jesus Cristo, vão para o Paraíso onde terão uma vida de paz e felicidade. Com a morte espiritual, a alma vai para o Inferno para uma vida de angústia, sofrimento, dor e tormentos.
No Catolicismo a vida depois da morte está inserida na crença de um Céu, de um Inferno e de um Purgatório. Dependendo de seus atos, a alma se dirige para cada um desses lugares.
O judaísmo crê na sobrevivência da alma, mas não oferece um retrato claro da vida após a morte, e nem mesmo se existe de fato.
Para os judeus, a lei permite à pessoa que vai morrer pôr a sua casa em ordem, abençoar a família, enviar mensagem aos que lhe parecem importantes e fazer as pazes com Deus.
Já para os candomblecistas não existe uma concepção de céu ou inferno, nem de punição eterna. As almas que estão na terra devem apenas cumprir o seu destino, caso contrário vagarão entre céu e terra até se realizar plenamente como um ser consciente e eterno.
A Umbanda sofre influências de crenças cristãs, espíritas e de cultos afros e orientais. Como não existe uma unidade ou um ‘livro sagrado’, alguns umbandistas admitem o céu e o inferno dos cristãos, enquanto outros falam apenas em reencarnação e Carma.
Então, caros amigos, é bom pensarmos bem em nossas ações aqui na Terra, e aproveitarmos bem esse intervalo entre o nascimento e a morte, afinal, a gente , pelo o que sabemos, vive apenas uma vez, então se arrisque, sem medo, pois após o descanso final….só morrendo saberás.
Autor do enredo: Everton França