Gritando “É gol!”, Bandeirante da Folia mira o título do Grupo Especial do Carnaval Virtual de 2021

Atual campeã do Grupo de Acesso do Carnaval Virtual, a Bandeirante da Folia retorna ao Grupo Especial onde desfilou pela última vez em 2015, quando ficou em 5º lugar. Com praticamente a mesma equipe desde sempre, mantendo Thiago Morganti de presidente e Yuri Aguiar de carnavalesco, a escola agora conta com Ernesto Teixeira como intérprete oficial e com Alan Dias, carnavalesco campeão de 2011 e que fará dupla com o Yuri em 2021.

Confira a entrevista cedida pelo presidente, Thiago Morganti:

1- Como conheceu a LIESV e por que a escolheu?

Eu conheci a LIESV em 2005 em um grupo do Orkut sobre o carnaval de São Paulo, onde falavam dos desfiles das escolas virtuais. Lembro que conheci no dia 24 de dezembro de 2005, passei a noite de natal inteira vendo os desfiles. E foi quando vi o desfile da Imperatriz Paulista que me encantei por aquilo. Não atoa, a escola é a madrinha da Bandeirante e o presidente Butti foi quem deu a sugestão de nome pra Band.

2- Qual a história da sua escola, como foi fundada, qual o motivo, quais as cores, símbolos nome?

Depois que conheci a LIESV, passei a integrar algumas escolas nos carnavais de 2006 e 2007, entre elas a propria Imperatriz Paulista, que fiz parte da equipe do carnaval de 2007. Em 2008, para o CAESV decidi que queria ter a minha própria escola. As cores vieram da inspiração (Imperatriz Paulista), mas pra não ficar igual, acabamos acrescentando o ouro. O nome e o simbolo, como falei, foram sugestão do Butti. Naquela época, a LIESV tinha poucas escolas do estado de São Paulo, e por isso, utilizamos o Bandeirante que é um marco histórico que remete a cidade de São PAulo

3- Qual será o enredo da sua escola e como ele será contado na passarela virtual (quantas alas, alegorias e demais elementos)?

A Band falará sobre o futebol na sua essencia. Uma viagem sobre a origem do esporte, mas principalmente, sobre a emoção transpassada para o torcedor. A ideia é levar o espectador para a arquibancada de um estádio de futebol e sentir as emoções do seu time jogar. O enredo “É Gol” é de autoria do Yuri Aguiar e vem com 5 alegorias, 25 alas, 2 casais e 1 tripé

4- Como a equipe da sua escola foi montada e quem faz parte dela?

Thiago Morganti – Presidente

João Marcos – Diretor de Carnaval

Ernesto Teixeira – Intérprete

Yuri Aguiar e Alan Dias – Carnavalescos

5- E o samba enredo, vai fazer eliminatórias de samba ou vai encomendar? Se for eliminatórias, quais as regras da disputa, pra onde os compositores devem mandar os sambas e etc

Será encomenda para os compositores: Thiago Meiners, Miguel Lemos, Sukata, Jairo Roizen e Rafael Tubino

6- O que você e sua escola esperam do Carnaval Virtual 2021, tanto de vocês quanto das coirmãs?

A LIESV com certeza terá o grupo especial mais disputado dos ultimos anos. As escolas que vinham fazendo um excelente trabalho nos ultimos 5 anos, agora vão ter a companhia das novas que subiram e das antigas que voltaram. O nível de samba e desenhos será o melhor dos ultimos anos, com certeza. Esperamos estar ali nas que brigarão pelo título

Confira abaixo a logo e a sinopse do enredo da Bandeirante da Folia para o Carnaval Virtual 2021:

“É gol”

INTRODUÇÃO

90 minutos. 5400 segundos.
Tempo suficiente para o coração bater 7200 vezes.

Tempo suficiente para o mundo parar.
Tempo suficiente para que nada mais importe.
Tempo suficiente para que todas as emoções que possam estar contidas em uma pessoa sejam expressadas.

Uma partida de futebol é capaz de tudo isso.
11 homens de cada lado, milhões de corações pulsantes na torcida.

O futebol é por si só, uma entidade na vida e na cultura do mundo. Suas nuances, suas características, suas cores, a sua intensidade, são fatores que sim, podem variar. Mas existe uma coisa que não varia nunca: o que ela é capaz de causar em um torcedor.

No carnaval de 2021 o GRESV Bandeirante da Folia vem contar o futebol. Vem traduzir suas emoções. Vem mostrar as histórias marcadas na própria história.

O Lúdico.
A história
A Copa do mundo.
Os Campeões (e não campeões).
Jogadores.
Nações.
Emoções

Vista a sua camisa, aprume as suas emoções, pegue sua bandeira.
O ingresso é por nossa conta.

Quando o juiz apitar, se prepare para embarcar numa viagem futebolística

Em 2021 a Bandeirante é futebol
É a cultura
É o povo!

SINOPSE

Silêncio.

O universo antes da criação dos planetas era como um estádio vazio. Silêncio.
A criação do universo tem diversas teorias, mas a gente que ama o futebol, acredita que tudo isso foi criado só pra que a gente pudesse jogar bola um dia.

Os Deuses sabiam exatamente o que estavam fazendo. Criaram os planetas em forma de BOLA, ligaram as galáxias como uma REDE e ainda colocaram todos juntos para BAILAR como um jogador de futebol com a bolas nos pés.

E claro que eles ainda iam presentear a gente com nossos Deuses na terra. Como pensar que Pelé, Marta, Maradona, Messi, CR7 são humanos? Só pra que não gosta de futebol.

Mas como tudo na história da humanidade, os Deuses precisavam criar uma maneira de que isso fosse introduzido de maneira gradual através da cultura dos povos. E isso fez com que o esporte ganhasse traços dos 4 cantos do mundo – só assim pra agradar a todos, não é mesmo?

A história do futebol na terra é muito discutida, e cada nação quer tirar essa onda e dizer que foi ele que criou. E pra gente não entrar em discussão, a gente vai contar as mais importantes, totalmente sem ordem cronológica, mas deixando claro que essas são só as mais importantes, de tantas outras que foram criadas por ai.

Na China, os primeiros relatos do futebol se tratam do ritual “TsuTsu”, que era a celebração por parte das tribos vencedoras de guerras, que utilizavam a cabeça do líder inimigo e as chutavam na intenção de que os pés absorviam a energia e a sabedoria daqueles que tentavam guerrear contra eles.

No Japão o Kemari era uma prática de auto aprendizado em que os alunos e professores precisavam equilibrar uma bola com os pés enquanto faziam coreografias pré definidas, na intenção de exercitar a concentração e movimentos leves e treinados para outras práticas coreografadas da época.

Na Grécia e em Roma, os jogos conhecidos como Epyskiros e Harpastaum, respectivamente, levavam praticamente as mesmas regras – em que os times precisava levar uma bola até o lado oposto e somar pontos. A grande diferença dos esportes eram os competidores. Enquanto na Grécia só a classe alta da sociedade tinha autorização para jogar, em Roma, os pobres eram a grande maioria dos jogadores que praticavam a atividade para homenagear o deus do Vinho, Baco.

Em toda a América pre colombiana, existem na cultura dos seus povos o ritual Tlachtli, que era uma espécie de esporte em que os participantes deveriam levar bolas até cestas instaladas em grandes estádios. O vencedor do jogo selecionava aquele que era considerado o líder do time para ser sacrificado em devoção aos Deuses e utilizar seu sangue para purificar aquele espaço dos inimigos.

Na idade média, principalmente na Itália, o Calccio Fiorentino era diversamente praticado. Ele tinha como regra básica que uma bola deveria ser levada para a meta e podia-se usar a mão. Muitos dizem que ele deu origem ao futebol e ao Rugby.

Por fim, e a origem mais conhecida do futebol, é o “English Game” ou Jogo Inglês, que tinha regras muito mais parecidas com a do futebol moderno que conhecemos, e principalmente da constante luta entre proletariados e patrões em plena revolução industrial inglesa, onde os jogos colocavam as duas faces da sociedade em cheque, e na maioria das vezes, vencida pelos pobres – que deram origem a grande parte dos times da Inglaterra atual.

Com a organização do futebol e sua rápida disseminação pelo mundo, diversas nações abraçaram o esporte e se estruturam em diversos níveis de profissionalização. Com a chegada do Século XX, e maior facilidade no transporte e comunicação intercontinental, surgiu o maior evento esportivo do mundo: a copa do mundo!

O torneio que teve diversos formatos ao longo dos tempos, marcou diversas histórias na própria história do futebol.
Como a gente sabe, muitos enredos já passaram nas diversas avenidas e contaram a história dos campeões da copa do mundo. Mas a grande maioria esquece das seleções que marcaram época e não foram campeãs.

A Hungria de 1954, tinha um dos maiores elencos de todos os tempos e como integrante dele, Ferenc Puskas – que ficou conhecido pelos seus gols bonitos, que anos depois deram nome ao prêmio da Fifa de gol mais bonito do ano – também conhecido como o Major Galopante, perdeu aquela copa do mundo para Alemanha Ocidental numa final extremamente duvidosa.

Em 1966, ficou marcada como a maior geração de futebol Português de todos os tempos, e principalmente como o principal nome do século XX no país: Eusébio. O pantera negra, além de seu talento em campo, capaz de levar aquela seleção a semifinal perdendo para os donos da casa – Inglaterra – em um dos jogos mais complicados da história da arbitragem mundial. Eusebio também ficou conhecido pela sua luta anti racista no futebol.

Em 1974 foi a vez de Johan Cruyff e sua trupe, conhecidos como Laranja Mecânica – homenagem feita devido ao filme homônimo que fez extremo sucesso na época – ficarem conhecidos pelo futebol extremamente competente que acabou perdendo a final também para os anfitriões – Alemanha. Cruyff é conhecido até hoje como o maior jogador holandês de todos os tempos.

Em 1982 foi a nossa vez de encantar mas não ganhar. A seleção de 1982, comandada pelo maior jogador brasileiro da época, Zico, apresentou, talvez, o melhor futebol visto por uma seleção canarinha. O Brasil estava em um grupo extremamente complicado com Argentina e Itália e acabou sendo eliminado no fatídico jogo do 3×2. Mas isso não foi suficiente para apagar a história de Zico e companhia com a camisa brasileira.

Em 1994, foi o oposto. Vencemos a copa, mas com certeza uma das nações que vão se lembrar para sempre daquela edição foi a Itália, derrotada por nós na final. A lembrança fica por conta de Roberto Baggio. Um dos maiores jogadores italianos de todos os tempos, o “Il Divin Codino”, ou “Divino de Rabo de Cavalo” era tido como um verdadeiro Deus que seria capaz de levar aquela pragmática seleção ao título – e quase conseguiu, se não fosse o fato de ele mesmo ter perdido um pênalti na decisão contra o Brasil.

Mas a copa do mundo não é fácil. São diversas as histórias de seleções que jogaram muito e perderam. E assim será por toda a história. Apenas uma levará a taça para casa – afinal, a copa do mundo não é para quem quer, é para quem pode!

E além da copa do mundo, algo extremamente relevante na história do futebol, e um dos moinhos que movem a história do esporte são as rivalidades. São as mais diversas dentro de cada contexto. Existem rivalidades que levam em conta a fé – como Celtics x Rangers, onde católicos e protestantes se dividem para cada um dos times e levaram a batalhas históricas nos estádios.

As questões geográficas, como na Turquia, onde Galatasaray x Fenerbahce dividem o país entre ocidente e oriente, levando com essa divisão também as divergências culturais de um país dividido. Ou Real Madrid x Barcelona, onde os times que representam a capital espanhola e o estado da Catalunha rivalizam e polarizam o futebol, levando por trás do campo, as rivalidades sobre a libertação catalã da Espanha.

A grande história do futebol também sempre terá a batalha dos ricos contra os pobres, e um dos maiores clássicos do mundo que é Boca Juniors x River Plate leva muito isso a funda. Os dois são de um grande bairro de Buenos Aires, conhecido como “La Boca”, e a origem dos times são distintas – Enquanto o Boca Juniors leva o nome do bairro por ser de origem pobre, o River Plate tem o seu apelido “Millionarios” por sua origem na classe média alta argentina.

Nos primórdios do Século XX, o futebol alemão cresceu estrondosamente durante o regime Nazista de Adolf Hitler. E o líder alemão tinha um time do coração: o Schalke 04. O grande duelo da época se dava com o Borussia Dortmund, de origem Judia.
Vale frisar que hoje nenhum dos times leva tanto em consideração suas origens, tendo uma mistura de torcedores para os dois lados. Mas no século passado, disputas sangrentas se deram vestindo as camisas dos dois clubes.

Na África, a grande rivalidade do continente se dá no Egito, onde Al-Ahly e Zamalek, além de serem os maiores times do Egito, tem nas suas raízes o nacionalismo do Al-Ahly contra o liberalismo do Zamalek. É considerado o clássico mais sangrento do mundo, já tendo sido necessário a paralização de um campeonato em 1970 pelas constantes brigas dos seus torcedores.

E não tem como pensar em rivalidade não pensar na rivalidade de Brasil x Argentina, com certeza, a maior entre seleções. E não há melhor personificação dos nossos rivais que não seja Diego Armando Maradona. Aquele típico jogador, que apesar de não ser melhor que o Pelé, também é amado até por nós Brasileiros que admiramos futebol. Ele que nos deixou em 2020, ficará marcado para sempre por suas jogadas impossíveis, gols controversos – como diria a mão de Deus – sua vida extra-campo e principalmente sua personalidade marcante.

Apesar de histórias lindas, existe uma frase que representa demais o espirito desse esporte: “não é apenas futebol…”
Tudo que se passa pelo extra campo do esporte é enorme. E principalmente as lutas sociais que devem ser lembradas.

Diversos momentos ficam marcados quando pensamos no social do esporte.
Matthias Sindelar era um jogador Austriaco, considerado o melhor jogador da decada de 20 e 30. Era considerado um dos grandes revolucionários da luta anti-nazista nos países europeus, e teve sua morte misteriosamente ligada ao regime de Adolf Hittler, nunca desvendada.

Gerald Asamoah, nascido em Gana, naturalizado Alemão, com diversas convocações para a seleção, e que fez carreira em clubes do pais. É considerado um dos maiores defensores da causa negra e antirracista no futebol. Chegou a protocolar mais de 100 queixas formais na justiça contra atos que sofreu no futebol. Existe uma divisão do racismo no futebol antes e depois de Gerald.

O Futebol Feminino, é com certeza, mais uma demonstração de inclusão social. O futebol durante décadas foi considerado um futebol machista e que não havia espaço para as mulheres. Mas com a luta feminista, hoje, existe uma organização extrema e campeonatos equivalentes ao futebol masculino, ainda que não tenham as devidas proporções. Mas o futebol feminino é uma grande crescente no mundo, afinal, lugar de mulher é onde ela quiser.

E quando a gente pensa em diferença social, ai podemos usar o nosso próprio país como espelho para isso. O Brasileiro é um apaixonado pelo futebol. Literalmente, vendemos o almoço para comprar o jantar – ou seria pra comprar um ingresso?

O brasileiro ama o futebol e o futebol ama o brasileiro.

Somos os maiores campeões do mundo, somos o pais que mais importou jogadores para outras nações, somos o país que todos reverenciam, somos o país do Rei Pelé e da Rainha Marta. Do Ronaldo, do Ronaldinho, Do Rivaldo, do Rivelino, do Roberto Carlos… somos o país do futebol.
Do Corinthians, do Flamengo, do clássico San-São, do Fla-flu, do Grenal.

Por isso, pegue sua bandeira, vista sua camisa, coloque seu radinho no ouvido e venha com a Bandeirante da Folia rumo ao carnaval 2021.

Nós somos o futebol.

E o futebol somos nós

É campeão, é campeão, é campeão
Olé, Olé, Olé

Apito final.

Autor do enredo: Yuri Aguiar

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