Homenagem ao Mestre! Paracambi Imperial apresenta seu enredo para o Carnaval Virtual 2022: “Laíla: O griô do samba!”

A Paracambi Imperial promete em 2022 finalmente dar a volta por cima dos resultados ruins dos últimos 4 carnavais. Com um novo carnavalesco, a tricolor carioca manteve nos demais postos a base dos outros carnavais. Presidida por Karine Moreira e com Thiago Henrique de vice presidente, a Paracambi aposta suas fichas em Renan Barros, novo carnavalesco que foi destaque em 2021. O enredo de autoria de Elídio Fernandes Jr. promete emocionar a todos por prestar uma homenagem ao Mestre: “Laíla: O griô do samba!”. O concurso de samba enredo vai até dia 03 de Julho.

Confira a entrevista cedida pelo vice-presidente, Thiago Henrique:

1- Como conheceu a LIESV e por que a escolheu?

Éramos um grupo de amigos apaixonados por carnaval, como continuamos sendo, e na época achamos o carnaval virtual muito interessante, entramos de cabeça sem entender direito como funcionava e aqui estamos com 8 anos de LIESV.

2- Qual a história da sua escola, como foi fundada, qual o motivo, quais as cores, símbolos nome?

Como um dos integrantes que passou pela escola, morava na Cidade de Paracambi e a Cidade não tem representantes no carnaval virtual, resolvemos criar com sede na cidade. Nossas cores são o azul, verde e branco e o símbolo da escola é o curió imperial.

3- Qual será o enredo da sua escola e como ele será contado na passarela virtual (quantas alas, alegorias e demais elementos)?

Falaremos de grande mestre Laíla, esse enredo sempre esteve em meus sonhos, dei a ideia pro meu carnavalesco, ele topou de imediato e será lindo prestar essa homenagem pro mestre.

4- Como a equipe da sua escola foi montada e quem faz parte dela?

Tenho como carnavalesco o grande Renan Barros, ele entrou pro time no carnaval passado nos auxiliando com as alegorias e agora tenho ele como nosso carnavalesco. Minha presidente Karine Moreira que me apoia em tudo que preciso, o grande Rafael Faustino como nosso intérprete, que começou com a gente menino e agora cresce cada vez mais no carnaval real e nossa ilustre presidente de honra Márcia Moreira.

5- E o samba enredo, vai fazer eliminatórias de samba ou vai encomendar? Se for eliminatórias, quais as regras da disputa, pra onde os compositores devem mandar os sambas e etc

REGRAS PARA CONCURSO DE SAMBA ENREDO DA GRESV PARACAMBI IMPERIAL LIESV CARNAVAL VIRTUAL 2022

– Data limite para entrega dos sambas: 03/07/2022

– Divulgação do Samba Campeão: 04/07/2022

– Poderá ser feito solo ou em parceria de compositores? SIM

– É necessário envio do áudio com no mínimo uma passada do samba, acompanhado ou não, de instrumentos? SIM

– Cada compositor ou parceria poderá colocar em disputa quantos sambas quiser? SIM

– Todos podem participar? SIM

– Os sambas inscritos só poderão ser divulgados após o fim do prazo de inscrição? SIM

– Enviar o áudio do samba concorrente em formato “.mp3”; acompanhado da letra do samba e nome dos compositores para o Whatsapp 21 98451-3817 Thiago Henrique

6- O que você e sua escola esperam do Carnaval Virtual 2022, tanto de vocês quanto das coirmãs?

Um carnaval potente, rico e grandioso como merecemos. Revelando artistas e encantado o público

Confira abaixo a logo e a sinopse do enredo da Paracambi Imperial para o Carnaval Virtual 2022:

“Laíla: O griô do samba!”

Morro do Salgueiro. Espaço com suas contradições; organismo vivo e desafiador. A maior parte da população vive na cidade, mas como o percebemos? Como tecemos nossas relações a partir de nossas percepções? São perguntas que acompanharam o jovem Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, nos idos dos anos 1943. Ainda criança aprendeu a se deslocar por entre ruas das cidades e vielas da favela. Este espaço se apresentava como um lugar de encontros, desencontros, de circulação de pessoas e mercadorias, e também, como espaço de segregação. Toda esta desigualdade desde então em cartaz deixou como sequela uma segregação sócio-espacial que desde sempre o foi incomodando, inquietando… Como conviveu sempre com muitas desigualdades sociais, elas sempre estiveram presentes em sua realidade, forjando o homem sério e de poucos sorrisos. Não há como fugir desse encontro Laíla e realidade. Ou seja, a busca dessa vivacidade da temática no silêncio do preconceito em torno da favela sempre foi algo que precisava ser lapidado… Laíla não conseguia ser feliz com seu povo massacrado.
As brincadeiras libertavam o jovem Luiz de seus espaços imediatos e os levava ao convívio em outros espaços da favela. Essa possibilidade de diversão é capaz de resignificar os espaços de violências. A vioplência de não poder ser criança uma vez que, desde seus 7 anos teve que aprender a ganhar a vida lavando galinheiros, carregando compras de outros moradores, trabalhando num armazém. O trabalho é o que garantia seu caminhar. Por isso sempre sonhou em ter sua carteira de trabalho assinada…
Sim, para cada indivíduo, para cada grupo humano, existe uma visão do mundo, que se expressa através das suas atitudes e valores para com o quadro ambiente. Como negar o reflexo do mundo externo no interno, da interação da criança com a realidade?
Atravessando sua primeira encruzilhada, ainda no Morro do Salgueiro, viu no samba sua salvação. Mas também de tantas crianças… A Unidos da Ladeira foi uma das primeiras escolas de samba mirins da história. Espaço de lazer e cultura, tirava as crianças da rua e as propunha a mesma salvação que viveu. A Escola de Samba o salvou! Chegou atér a dormir nos chãos de barracões para finalizar carnavais…
Pioneirismo sempre foi sua marca, bem como sua voz potente e firme… Sempre enxergou o samba como uma espécie de espaço para a reprodução da vida. Reflexo dos cotidianos. Sua história e o olhar atento para o mundo que o cercava serviram de base para muitos carnavais; habitante-identidade-lugar. O samba se tornou um espaço passível de ser sentido, pensado, apropriado e vivido por cada componente…
Vivendo os anos de ouro do Acadêmicos do Salgueiro, atravessou outra encruzilhada pelas mãos do professor Fernando Pamplona, que também trouxera, à mesma época, Arlindo, João, Maria Augusta e Rosa. Todos se fizeram grandes no carnaval. E com Laíla não foi diferente. Foram grandes desfiles com três títulos… Havia um Zum-zum-zum-zum-zum-zum pelo ar… a força temática e a beleza das apresentações marcaram época… Dentre tantas, como se esquecer daquela festa pro Rei Negro, pegando no ganzê? Um dos sambas de enredo mais executados da história do gênero, rompendo fronteiras e chegando até os campos de futebol… Realidade e imaginação aproximou dois gênios: João Trinta e Laíla. Em O Rei da França na Ilha da Assombração, o primeiro grande delírio carnavalesco característico de João confirmou seu favoritismo. Como não se encantar… Era a Escola de Samba se reinventando…
“Contam que o rei criança
Viu o reino de França no Maranhão.
Das matas fez o salão dos espelhos
Em candelabros palmeirais,
Da gente índia a corte real,
De ouro e prata um mundo irreal.”
Nas encruzilhadas da vida-samba, a dupla chegou em Nilópolis. Um marco na história do carnaval carioca e da então novata entre as grandes escolas, Beija-Flor. Suas mãos ajudaram a fazer nascer a “Deusa da Passarela”, “Maravilhosa e soberana”. Em cinco carnavais, quatro títulos. Em “Sonhar com rei dá leão”, exaltou o jogo do bicho e indiretamente, homenageou os padrinhos do samba. Com “Vovó e o Rei da Saturnália”, desfilaram os antigos carnavais. E a negritude ganhou foco com a “Criação do mundo na tradição nagô”. Um tri-campeonato de fato! Seguido de um vice e mais um título “O sol da meia noite: uma viagem ao país das maravilhas”.
Tranversalizando mais e novas envruzilhadas, alcou novos voos, em diferentes espaços do carnaval e até revisitando suas escolas… Por aqui e por acolá, vivenciou experiências das mais diversas. Observador e estudioso do carnaval, arquitetou, rascunhou e estruturou sua maios encruzilhada…
Quando retornou à Beija –Flor de Nilópolis, em 1994, Nasceu o que muitos condenaram: a comissão de carnaval multicampeã! Foram nove títulos! Mas mais dfo que títulos, instituiu um padrão de qualidade e excelência nos desfiles poucas vezes visto. A comunidade nilopolitana ganhou corpo ensaio pós ensaio, incansavelmente. Ninguém tinha dúvidas de que rasgariam o asfalto cantando seu orgulho. A cor local, a negritude elementos culturais e históricos do nosso país foram supervalorizados nos enredos de então.
Seu primeiro título valorizou os saberes da mata por meio do “Mundo místico dos Caruanas nas águas do Patu-anu”. Vitória inesperada mas inconteste, dividida com a Mangueira de Chico buarque. Mantendo estas características, Durante os anos 2000 a escola se manteve sempre nas primeiras colocações, sendo que no período 2003/2005 conquistou seu segundo tri campeonato.
Em 2007, a agremiação desfilou as inesquecíveis “Áfricas”, com uma revoada de beija-flores e uma savana inigualáveis e que não deram chances às demais escolas. Campeonato tranquilo e inconteste tamanha sua superioridade diante dasd rivais. No ano seguinte, novo campeonato, desta vez cantando o enredo “Macapaba: Equinócio Solar, viagem fantástica ao meio do mundo”. Em 2011 o tema escolhido para o carnaval foi uma homenagem ao cantor Roberto Carlos, que se declarara torcedor da agremiação, e promoveu um desfile de astros que se propuseram a homenagear o Rei, fao qu8e manteve a energia em alta, varrendo toda a pista de emoção. Já em 2015, a Beija-Flor levou para a Sapucaí o enredo “Um griô conta a história: Um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade”, que abordou a cultura e história da Guiné Equatorial. A escola foi a terceira a desfilar na segunda-feira de carnaval. Venceu o campeonato com um desfile quase perfeito, sob o olhar dos jurados. O enredo resgatou o tema africano que lhe rendeu vários títulos inclusive o primeiro título. Aliás, falando em enredos afros, A Saga de Agotime merece referência especial… E como esuqecer do desfile discurso “Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos da pátria que os pariu.” Que provocou um verdadeiro arrastão de alegria ao final do desfile, entoando versos antológicos…

“Ganância veste terno e gravata
Onde a esperança sucumbiu
Vejo a liberdade aprisionada
Teu livro eu não sei ler, Brasil!
Mas o samba faz
Essa dor dentro do peito ir embora
Feito um arrastão de alegria e emoção, o pranto rola
Meu canto é resistência
No ecoar de um tambor
Vem ver brilhar
Mais um menino que você abandonou”
2018 foi seu último título. Ano sofrido, com grandes dificuldades para colocar o carnaval na rua, mas dificuldades redimidas pelo desfile. Muito estranhamento por uma estética propositalmente mais pobre, trabalhando a ideia do grotesco associado ao tema formulando um discurso inquestionável. Sua despedida da Beija Flor…
Este enredo iniciou uma série de enredos críticos que retomavam a história de Laíla. Unidos da Tijuca e União da Ilha foram palco de enredos engajados e reveladores de um olhar atento para seu povo. Fome, Falta de programas de habitação, vida nas favelas… sua infância voltava e se reencontrava com o espaço samba.
Sua última encruzilhada, a da vida, em nada diminuiu sua obra, marcada e consagrada. Como um bom homem de fé, filho de Xangô, pessoa forte! Senhor der si e de suas qualidades, sempre defendera suas opiniões. Respeitado, um dos reis das escolas de samba, agora será coroado no carnaval virtual, pela Paracambi Imperial,
Seu nome, eternizado em qualquer manual sobre as Escolas de samba são a prova de que nos caminhos da vida-samba, Laíla salvou e foi salvo, provocou e foi provocado superando todas as encruzilhadas… Venceu!

Autor do enredo: Elídio Fernandes Júnior

Comentários do Facebook

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: