Mais uma agremiação confirmada para os desfiles extraordinários de Fevereiro de 2021. Contando a história de Oni Ogbin, o Senhor da Agricultura, a Ilu Ayê traz mais uma vez para a avenida virtual um enredo de temática afro, característica da agremiação.
Sinopse do Enredo
Oni Ogbin – Há de se festejar a vida nas noites de Lua Nova
O mundo não era esse
E os humanos passavam fome
Okô era senhor que vagava pela Terra
De todos os Orixás, era o único sem domínio
Os homens guerreavam por alimento
Os frutos que nasciam nas árvores não chegavam ao chão
Sem chão, sem vida
Bocas famintas avançavam nas árvores
Caçavam animais
A Terra ia sucumbir
Então Okô despertou
Ao observar que as árvores abundavam seus galhos
com frutos por algum motivo
Seus frutos são sementes!
A vida precisa continuar
Oxalá ordena e quer que se cumpra:
Okô será Oni Ogbin, o Senhor da Agricultura.
Okô era caçador, donos de terras imensas
Caçava com maestria Adiè Étu
Que só eram encontradas em fazendas de Ogun
Ogun era jovem rico, herdeiro de grande fortuna
Não sabia o que fazer com seu poder
De forjar o ferro com suas mãos
Suas fazendas eram pastos gigantes
Onde Ogun criava gado e alimentava seu povo
Okô era amigo de Ogun, companheiro de caçadas
Juntos traziam alimento para não matar o povo de fome
Quando Oxalá entrega a missão de semear o planeta à Okô
Este se vê numa encruzilhada nunca vista
Como enterrar vastas terras só com as mãos?
Só com a sorte?
Ogun forjava objetos sem serventia
Até o dia em que uma lâmina afiada corta a terra
Okô desperta!
A terra cortada acolheria
A semente que viraria fruto um dia.
Nascia ali a agricultura e com ela seus dois padroeiros
Do ferro de Ogun, as ferramentas:
Enxada, machado, foice, facão
Da bolsa da vida de Okô, as sementes
O inhame, o orobô, a cabaça, o baru
Alimento não há de faltar
Nem suór derramado na lida
Okô já mandou semear
O inhame transborda de vida
O arado levanta poeira
Abre rios de esperança na roça
Quem esperar, vai ver florescer
A colheita da Lua Nova
O saber do grande agricultor
Leva em conta as noites lunares
Se quiseres colheita odara
Não semeie na Lua minguada
O poder que nasceu é enorme
Está sobre seus domínios, os grãos
A terra que não frutificava
Agora passou ofertar
Milharais, coquerais, dendezeiros
Doce cana, inhame e mel
Porque as abelhas pertencem a Ele
Pois sem Ele não há flor
A semente que encontra no chão
O ambiente para germinar
A raíz que faz a fundação
Vai crescer, se multiplicar
Quando a reza é entoada
Pelo agricultores da aldeia
Cores e aromas florescem
Boas novas trazem as abelhas
Mensageiras da fertilidade
E sem elas não há o porvir
De flor em flor a magia acontece
Maferefun, Okô!
Que Okô transborde somente as coisas maravilhosas!
Oyin que passeia entre as flores
Espalhando pelo ar o axé
Tem o Sol que matiza as cores
Lavrador vai cantando com fé
Só Okô sabe o tempo certo
A hora de plantar e colher
Se respeitar o Senhore seu cetro
Muito terá por merecer
Nunca duvide de Oni Ogbin
O maior sabedor deste terra
Na retomada do ciclo
Pra agradar, Lhe ofereça uma festa
Okô é a transformação
Entre a terra e o homem, é a pegada
Responsável por toda ação
Natureza moldada na enxada
Se de dia é um bom ancião
Sob a Lua engana a morte
De Ewá recebe as almas
E destina a elas, a sorte
Sua vocação é a vida
Pois do ventre da vida foi gerado
Iemanjá, doce mar, doce mãe
Oxalá no cajado apoiado
Omulu é da peste senhor
É a cura para todo mal
Mas a febre do agricultor
É Okô que coloca a mão
A malária passou por aqui
Atingiu todo lavrador
E Okô intercede por eles
E a força de Okô os curou
Se Iku foi por ele enganado
É a prova de grande valor
Ewá é dos seus olhos, menina
Mas por ele nunca se apaixonou
Mas vingança ele não promete
Porque ele só sabe dar
O melhor que esta terra fornece
Ensinamento de mãe Iemanjá
Omulu é irmão, é da palha
E aisan ele ajuda a curar
Mo’juba, Okô! Nós te saudamos
Grandioso filho de Oxalá
Em todo lugar que ele pisa
Floresce a vida no Ayiê
E para todos, a grande lição:
Partilhar o que a terra nos deu
O saber de Okô faz a semente brotar
Mas a fé que a gente sente
É como a aguá a reguar
E para agradecer o grande Senhor das colheitas
Vamos oferecer em noite de lua nova
Galo branco, cabrito e pombo
E uma brava galinha d’angola
O dendê não suja seu branco
É ewó, nem adianta perdão
Tempere todo o banquete com mel
Leve muitos inhames ao pilão
A festa da colheita é chegada
No batuque, o súor do ogan
O isú é comida sagrada
Come quem anda com Oxaguian
O momento do fim é sabido
Quando o opaxorô toca o chão
E o som da flauta ponteia
O novo ciclo a chegar
Se Okô falou, não se esqueça!
O segredo é compartilhar
O saber, o trabalho, a colheita
Alimento não há de faltar
Preces antes e no fim
Na Lua Nova a vida,
Nasce, renasce e assim…
Segue os passos de Oni Ogbin!
Regras do concurso de samba enredo:
Concurso aberto para inscrição de parceiras, e dependendo da quantidade de sambas vamos estipular quantas fases o concurso terá.
Logo oficial do enredo: