A Paracambi Imperial divulgou o seu enredo para o Carnaval Virtual 2017. A agremiação que disputa pela segunda vez o Grupo de Acesso A vai comemorar os 70 anos do Império Serrano na Avenida Virtual. Confira a sinopse.
Enredo: O menino de 47: Um Império de glórias
“Avisa aos navegantes que o Império vem aí
Olha o bicho vai pegar, a poeira vai subir,
É arte, é cultura, é talento original
Hoje tem festa no planeta carnaval”
O GRESV Paracambi Imperial vai realizar uma grande festa em sua corte, para comemorar os 70 anos do glorioso Império Serrano. Em um grande cerimonial, o Reizinho Curió receberá o Reizinho de Madureira, além de outros convidados, para contar a todos os presentes um pouco da bela história do Império Serrano.
Nesse festejo, o GRESV Paracambi Imperial nos conduzirá a um cerimonial que percorrerá aos contos e histórias do glorioso Império Serrano. O cerimonial será dividido em 3 momentos, a saber: fundação da escola, algumas contribuições para o carnaval e os carnavais vitoriosos. Ao fim, será realizado um grande baile, relembrando outros carnavais memoráveis, embora não vitoriosos, mas inesquecíveis da escola homenageada.
Há tempos atrás, começa o mestre de cerimônias, Negros e mestiços em sua maioria de origem Bantu, libertos da escravidão, viram-se na imensidão de uma terra, em busca de um novo lar. Nzambi (Deus supremo, criador do mundo) lhes dá a direção, e para a Serrinha vão em busca desta nova morada. Lugar sagrado, feito de barro e água, objetos da criação divina. Dandalunda (Deusa dos rios, cachoeiras e fertilidade) abençoou as águas doces retiradas da fonte, esta que saciava a sede e alimentava a alma. Kavungu (Deus da Terra, mistérios e transformações) energizou o chão para o pisado dos jongueiros e seus pontos de amarração. Serviu de ligação ao espiritual nos terreiros de umbanda e candomblé. Foi o alicerce do recomeço. E nesta religiosidade, onde o sagrado não se desvencilha do que chamamos de profano, O Império fincou na serrinha sua bandeira da resistência e a base da escola de samba que se formaria mais tarde.
Gente de fibra, que não abaixa a cabeça, que na figura de Mano Elói, membro do sindicato dos estivadores do porto, construiu um ideal de escola de samba pautada na democracia. Descontentes com o autoritarismo da escola de samba “prazer da Serrinha”, Elói e seus companheiros: Sebastião Molequinho, Mestre Fuleiro, Aniceto Menezes, Vovó Maria Joana Rezadeira, Silas de Oliveira, se reuniram na casa de Tia Eulália e fundaram o Império Serrano.
“ Fruto de paz e de batalha
Na casa de Dona Eulália
Nasce o meu grande amor”.
O nascimento é feito a partir da junção da religiosidade e da organização social inspirada nos ideais de irmandade e do sindicato. Assim sendo, o regime adotado desde o início foi a democracia, não sendo apenas uma forma de organização da escola, mas uma bandeira cantada e defendida em diversos carnavais, que não se calou nem em plena ditadura:
“ Já raiou a liberdade
A liberdade já raiou
Essa busca que a juventude afaga
Esta chama que o ódio não apaga
Pelo universo é a evolução”.
Orgulho da resistência, Império da democracia, rica em sabedoria e guerreira na busca de igualdade, justiça e liberdade de expressão. A escola assim se fez, e não poderia ser diferente: Trouxe inovações aos desfiles, transformando para sempre a forma de se fazer o carnaval.
“ A história do samba mudou
Bateria diferente, olha o toque do agogô
O primeiro destaque e a comissão
São novidades verde e branco meu irmão”
E com toda essa força, não seria surpresa uma história vencedora. A escola da Serrinha já estreou com vitória, no ano de 1948 com o enredo “Homenagem a Castro Alves”, o que certamente incomodou algumas coirmãs que se revezavam no título.
Como uma iniciante poderia vencer?
Ao longo dos seus 70 anos, o Império Serrano venceu 9 vezes o carnaval do grupo especial, com desfiles memoráveis e sambas que marcaram época.
“Ao som dos tamborins imperiais
Já foram ganhos vários carnavais
Samba no império é diferente
Tem mistério, tem patente
Eu sou imperial”
E nesta avenida, onde ser diferente é normal, o Império nos brindou com carnavais inesquecíveis, sambas antológicos, enredos de vanguarda. Houve diversos carnavais não vencedores, mas os seus desfiles e sambas permanecem na mente e no coração não só dos Imperianos, mas também de todo o mundo do samba! Após o cerimonial, dar-se-á início a um baile na corte, para relembrar esses grandes momentos. Não podem faltar nessa festa a Aquarela Brasileira e Heróis da Liberdade, considerados dois dos maiores sambas de todos os tempos.
“Vejam essa maravilha de cenário
É um episódio relicário
Que o artista, num sonho genial,
Escolheu para esse carnaval.”
Muitos foliões já foram tomados de alegria ao serem embalados pelo samba a quem pertencem os versos a seguir:
“ Ela mora no mar
Ela brinca na areia
No balanço das ondas
A paz ela semeia”
A luta pela liberdade de expressão:
“Samba, oh samba
Tem a sua primazia
De gozar da felicidade
Samba, meu samba
Presta esta homenagem
Aos “Heróis da Liberdade”
Ô ô ô”
O emocionante desfile onde a escola luta por uma de suas principais características: A democracia!
“Eu me embalei, pra te embalar
No balancê, balancear
Vem na folia
Chegou a hora de mudar
O meu império vem cobrar democracia (bis
A homenagem inesquecível à Dona Ivone Lara, compositora do grande samba “cinco bailes tradicionais na história do Rio” não pode ficar de fora desta festa.
“Dona Ivone
Lara la laia
Lara laia
Lara laia”
E nas palavras finas do cerimonialista:
E o povo da Serrinha? Ah! Que gente é essa? Povo de origem africana e que mostra a força de suas raízes em cada gesto, seja embalado pelo jongo de tia Maria ou pelos sambas do glorioso Império Serrano; é sim, o Império é diferente, pois seu chão foi cultivado, dele, a energia das Nkises (divindades do pantheon banta, ligados às energias de criação é da natureza) condensou a sabedoria de um povo numa resistência cultural chamada GRES Império Serrano. É essa comunidade que dá toda base aos desfiles, mostrando garra e resistência, e passando toda a emoção que o Imperiano de fé sente e, por falar de fé, salve São Jorge Guerreiro, salve Ogum o seu padroeiro!
“O filho do verde esperança
Não foge à luta
Vem lutar…”
“Eu vim de lá
Eu vi o Império nascer
Eu vi o Império lutar,
Eu vi, iaiá
Eu vi o Império vencer”…
E para comemorar os 70 anos em grande estilo, melhor presente não poderia ganhar, o título da Série A e a volta ao Grupo Especial, local de onde nunca deveria ter saído.
O GRESV Paracambi Imperial tem a honra de convidar todo o mundo do samba para essa festa!
“REIZINHO… DE TANTAS VITÓRIAS
CANTANDO EU DECLAMO ESSE AMOR POR VOCÊ
EU SOU IMPÉRIO
ABRA O MEU LIVRO POIS TU SABES LER “
Salve o Império Serrano!
REGRAS DO CONCURSO DE SAMBA