Pisando fundo na avenida virtual, Ases Imperial fará um tributo ao ídolo Ayrton Senna

Após o título do acesso B em 2019 e um amargo 17° lugar no grupo de acesso em 2020, a Ases Imperial quer dar a volta por cima com um enredo emocionante que relata a trajetória do ídolo Ayrton Senna. À qualquer momento a escola anunciará seu intérprete para o próximo carnaval.

Confira abaixo a entrevista concedida pelo presidente André Luis Rangel:

1- Como conheceu a LIESV e por que a escolheu?

Eu via notícias sobre o carnaval virtual, mas nunca me envolvi, até que em 2016 eu montei um perfil no Cartola, e em contato com o Vinícius Marques, transformei o time do Cartola em escola de samba virtual, a Ases Imperial.

2- Qual a história da sua escola, como foi fundada, qual o motivo, quais as cores, símbolo e nome?

Além de ser um time do Cartola, a Ases Imperial, tem esse nome em homenagem a duas escolas de samba, Ases do Ritmo, a qual já fui Mestre Sala e carnavalesco e a Império de Casa Verde, por isso as cores azul e vermelho e os tigres, a coroa e as cartas do baralho no símbolo.

3- Qual será o enredo da sua escola e como ele será contado na passarela virtual (quantas alas, alegorias e demais elementos)?

Simplesmente Senna.

4- Como a equipe da sua escola foi montada e quem faz parte dela?

André Rangel, presidente desde o início, Cuca Pereto, vice presidente, depois de ter colaborado em 2018 pra evitar o fracasso e desde então assumiu o cargo.
Wendel Henrique, carnavalesco que veio colaborar com a escola em 2019, assumiu o posto sozinho em 2020 e só saí se quiser.
Vinícius Marques, diretor de carnaval está na escola desde a fundação, Luiz Henrique por ser amigo pessoal e também conhecedor de carnaval virtual, ocupa o cargo de diretor de comunicação.
Elidio Júnior, enredista veio pra somar em 2021 com seu trabalho magnífico.

5- E o samba enredo, vai fazer eliminatórias de samba ou vai encomendar? Se for eliminatórias, quais as regras da disputa, pra onde os compositores devem mandar os sambas e etc?

Vamos fazer eliminatórias, o concurso vai de hoje até……. Só pedimos pra que tenha duas passagens do samba com ou sem instrumentos, e que seja leve, enviar para whatsapp 11 993150079 tanto áudio quanto letra.

6- O que você e sua escola esperam do Carnaval Virtual 2021, tanto de vocês quanto das coirmãs?

Esperamos um carnaval superior ao 2020 em todos os sentidos, muito competitivo, um nível altíssimo, e que de fato o melhor vença…

Confira abaixo a logo e a sinopse do enredo da Ases Imperial para o Carnaval Virtual 2020:

“Simplesmente Senna”

HISTÓRICO DO ENREDO
“…
Aquele menino, não se entregava.
Aquele menino, só vitórias alcançava.
Aquele menino passou por nós, superando barreiras.
Aquele menino…
Anjo-patriota, e sua bandeira

Aquele menino viajou para o céu.
Foi num carro azul e branco.
Branco, porque era a paz.
Azul, porque era o céu.
O céu de Jesus.
(a paz que satisfaz)

Aquele menino saiu de cena e virou uma lenda.”

(Ayrton Senna, de William José Tomaz – Fragmentos)

SINOPSE
por Elidio Fernandes Junior
Simplesmente Senna

Era segunda feira, 21 de março de 1960. Em meio a muita turbulência política que envolvia a mudança da capital do país, que ainda era no Rio de Janeiro, para Brasília, os jornais noticiavam que no dia anterior houve um belo domingo de sol depois de dias menos ensolarados… E, no mesmo dia, ocorreu o massacre de Shaperville, África do Sul, quando cerca de 5.000 pessoas faziam um protesto pacífico contra a Lei do Passe, que na época, obrigava os negros a portarem um cartão que indicava os locais onde era permitida sua circulação. Seguindo o Apartheid, regime de segregação racial adotado de 1948 a 1994, a polícia sul-africana abriu fogo sobre a multidão desarmada deixando 69 mortos e 186 feridos. Fato que fez com que a Organização das Nações Unidas instituísse, nesta data, Dia Internacional da Eliminação da Discriminação Racial. Enquanto isso, em São Paulo, nascia Ayrton Senna da Silva, filho de Milton e Neyde, irmão mais novo de Viviane. Era um rei que chegava…na fronteira entre menino, homem e celebridade.
Na infância, o pequeno paulistano era inquieto, estabanado e comilão. Entre uma brincadeira e outra, tendo sua mãe e irmã por testemunhas, era possível ver de forma preocupada uma criança que cotidianamente se mostrava desastrada: eram muitos tombos, tropeções, e muitos galos na cabeça. E foi neste período que Neco descobriu seus dois primeiros grandes heróis: National Kid e Speed Racer. Um lutava para defender o Japão dos seres mais incríveis, o outro, na velocidade e destreza ao volante de seu Mach 5, lutava pelos amigos e justiça, além de buscar ser o melhor piloto do mundo…
E seu Miltão, sem querer, promoveu na criança inquieta e sonhadora, o nascedouro de um homem competitivo, arrojado e veloz: construiu para seu filho um kart com freios a disco e motor de picadeira de cana. No início, era, mesmo, mais uma brincadeira do menino que amava bicicletas e carrinhos de rolimã. Sempre em meio à velocidade! E aos poucos foi crescendo a curiosidade: como funcionava?… Passou, como um detetive, a ir para a oficina passar graxa e observar os cuidados com seu kart. O olhar atento de aprendiz foi, aos poucos, se juntando à inquietação que nasceu com ele. E de comilão a faminto, o menino foi desenvolvendo grande apetite pelo volante. Já com 14 anos, a primeira de tantas vitórias. E foi se acostumando às rivalidades. E vejam só, desde as largadas do kart: o ato de autorizar uma largada, em movimento, como todas do kartismo, tornou-se um pesadelo para os diretores de prova por conta de sua maior rivalidade naquela época. Parecia prenuncio de uma história que conhecemos bem… E foi surgindo um jovem com grande determinação e profissionalismo nas pistas. Vieram as vitórias e uma de suas marcas: seu capacete, com a agressividade nas linhas retas saindo dos olhos, nas cores da bandeira nacional.
O universo de um jovem piloto não é nada fácil. A luta por espaço vai para muito além do talento, dependendo de apoio e patrocínio para construir caminhos possíveis de um futuro forte. Ayrton teve a sorte de ter em sua família, desde seu primeiro kart, o apoio necessário. E, então, foi conseguindo provar suas qualidades, muitas delas derivadas de muito treinamento – Ninguém se torna o “Rei da Chuva” de uma hora para a outra… –, esforço pessoal e dedicação, nas corridas imaginárias reconhecendo as pistas e traçando estratégias, na preparação física, no reconhecimento de que não existe mérito do piloto sem uma boa equipe: mecânicos, projetistas, engenheiros, assessores de imprensa, preparadores físicos, médicos, nutricionistas e, mais uma vez, família… Jovens, como nosso Rubens Barrichello chegaram a chama-lo de “O chefe”, tamanho o exemplo que dava aos novos valores… Aliás, a juventude, as crianças brasileiras sempre foram seu alvo de atenção e preocupação. Vivenciador das coisas do Brasil, pensava sua brasilidade e a carregava com orgulho e emoção… Se a imagem é o que vende, aprendeu a ter muita responsabilidade com a sua porque era um exemplo de vencedor da nossa pátria, influenciando jovens, espelhando crianças e seus futuros de forma positiva. Entre um repórter e uma criança, seu tempo era para o amanhã que o olhava com admiração.
Aquela criança que o olhava não sabia que tudo faz parte de um mundo idealizado. Os grandes pilotos nos circos das grandes categorias povoam o imaginário de todos que desconhecem as veias da velocidade: Status, dinheiro, mídia, relacionamentos amorosos, iates… tudo faz parte de uma rede de ilusões…. As retas e curvas dos autódromos, o tempo cada vez mais breve de cada volta são sedutores e capazes de tirar o foco.
Mas ele também admirava os campeões das pistas e se colocava como um eterno aprendiz a cada treino livre, pit lane, largada e corrida. Grande observador, soube tirar o melhor de seus mestres e adversários, traduzindo em seu fazer o maior prazer: volta mais rápida atrás de volta mais rápida. Um campeão sempre ensina aos que querem aprender: foco, concentração, confiança, preparo, estratégia, constância, coragem, arrojo e velocidade…
Nosso herói dos domingos em família sempre foi seu maior crítico, cobrando resultados e ações. Tudo em busca de vitórias, suas maiores motivações: a magia da bandeira quadriculada e o subir no lugar mais alto do pódio. O saber pensar e racionalizar, projetando o futuro foram fundamentais para domar o ímpeto inconsequente que levou a acidentes no kart, Fórmula Ford, Fórmula 3 inglesa e, é claro, na Fórmula 1. Acidentes que geralmente foram resultados de grande competitividade nas pistas, fato que gerou históricas rivalidades e dificultou a construção de relacionamentos interpessoais. Aliás, é da época da F3 uma foto, dentre muitas, onde estampava sua paixão pelo Corinthians, seu time de coração: uma camisa branca com o símbolo de seu time, por baixo do macacão vermelho que, desde então, o notabilizou e por ele fora eternizado.
Ansioso, distraído e impetuoso, Ayrton sempre foi um mal motorista nas ruas das cidades por onde andava, colecionando algumas pequenas trombadas. Mas tudo ficava diferente… Em carro de Fórmula o “Magic Senna” nascia: o motor, o câmbio, as suspensões e o chassis; o banco, o volante, painéis e pedais: é dada a partida para mais uma volta perfeita, voadora como muitas. No “fio da navalha”, com “a faca nos dentes”. Cheio de confiança em si e em sua equipe, defendeu cada posição de largada, cada primeira curva, cada freada ao fim da reta, cada ultrapassagem, cada volta e corrida brilhando nas equipes por onde passou desde o início na Fórmula 1: Toleman, Lotus, McLaren e Williams.
E os brasileiros diante da tevê mais um domingo: programa de família… Antes, na sexta feira, sinal verde para o primeiro treino livre: o ronco dos motores no ar, os corações pulsantes na dimensão da emoção de um Fórmula 1 rasgando a reta. Veio a classificação. A torcida era grande, Ayrton já se tornara Senna e não só do Brasil… E lá foi ele: fez a pole position. Era o mais rápido da pista. Esperança de mais uma vitória: programa de domingo em família! Ayrton se aproximou da parte traseira de sua Williams e pousou as mãos sobre o aerofólio. Teve uma rápida conversa com equipe. Mecânicos trabalhando. Todos os olhos não saíam de Ayrton Senna do Brasil do Mundo, o predador dos tempos, grande tricampeão. O mesmo velho ritual: balaclava, capacete, macacão fechado até o pescoço e uma espera disciplinada, de pé, com as mãos cruzadas sobre a cintura, aguardando pela ordem de entrar no carro e ajustar o cinto de segurança e, enfim, sair dos boxes. Vai ser dada a largada… SINAL VERDE!… Mas desta vez não teve a musiquinha no final… Não aquela de todo domingo… O tempo parou!…O mundo esportivo lamentou, mas o Ayrton Senna continuou!
Bandeira quadriculada para a eternidade…
Um campeão sempre ensina aos que querem aprender!
As regras de segurança foram repensadas, dando origem à célula de sobrevivência do piloto; curvas foram alteradas, barreiras de segurança repensadas. Centenas de crianças pelo mundo nasceram sob o nome do campeão Ayrton. Foi eleito por 217 pilotos que passaram pela F1 o melhor piloto de todos os tempos, em votação organizada pela revista inglesa Autosport. A BBC de Londres também o elegeu o melhor da história. Monumentos foram erguidos em sua homenagem…Lembranças e memórias são constantes.
Mas o Instituto Ayrton Senna, que oferece oportunidades de desenvolvimento humano a crianças e jovens de baixa renda é, certamente, sua maior conquista. O personagem Senninha foi criado com a intenção de atingir o público infantil com os ideais do piloto, como a superação, dedicação e o gosto pela vitória. Sempre acreditou que assim como ele, ninguém pode se conformar com os problemas do mundo e que é dever de todos trabalhar para que as coisas mudem para melhor. Toda e qualquer criança precisa de oportunidades, como ele teve, para desenvolver seus potenciais e transformar realidades.
Seu clube de coração, Corinthians possui uma marca, a Democracia Corinthiana… Luta pelos direitos que se reflete no posicionamento do Instituto que preza a construção da cidadania ativa…
Hoje, cada jovem formado pela parceria do Instituto com entidades educacionais carrega em si algumas verdades: a educação pode preparar apenas para o sucesso acadêmico ou profissional. Mas mais do que isso, deve promover lado a lado competências cognitivas e socioemocionais necessárias para que os jovens se desenvolvam plenamente no caminho das suas escolhas e do bem coletivo. Para que sejam campeões na vida aprendendo a ser, aprendendo a conhecer, aprendendo a fazer, aprendendo a conviver.
Seu clube de coração, Corinthians possui uma marca, a Democracia Corinthiana… Luta pelos direitos que se reflete no posicionamento
Na pole position da vida, cada um pode conquistar seu troféu: mas precisa de apoio para subir no pódio e mostrar seu valor. Com ele foi assim. E sabe daquele olhar de admiração da criança pelo ídolo? Ele sempre olhou de volta porque é o Ayrton do Brasil. Simplesmente, Senna.

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