Depois de quase uma década longe do Carnaval Virtual, a Leões da Folia retorna à LIESV sob nova direção, renovada e extremamente motivada em figurar entre as grandes escolas de samba virtuais. Com a presidência de Giovanna Ferraz, a amarelo, preto e branco de Curitiba falará sobre os signos do Zodíaco tendo como guia seu maior signo, o LEÃO.
Confira a entrevista cedida pela presidente, Giovanna Ferraz:
1- Como conheceu a LIESV e por que a escolheu?
Conheci através do meu marido, que desde adolescente acompanha o Carnaval virtual, não quis mais apenas ser a primeira dama da Ludovicense, mas também estar a frente de uma escola e mostrar que as mulheres podem e muito ter protagonismo na folia virtual
2- Qual a história da sua escola, como foi fundada, qual o motivo, quais as cores, símbolos nome?
A escola foi fundada na época da antiga Caesv pelo Marcelo Jakare, o símbolo foi pensando em uma escola forte e aguerrida, a escola acabou enrolando a bandeira após ele assumir a presidência da Bohemios Samba Club, na época e agora resolvemos voltar a escola para termos mais uma escola curitibana na folia virtual.
Esperamos um grande Carnaval da Leões da Folia, Ludovicense, Mocidade Paulista e Amigos do Samba.
3- Qual será o enredo da sua escola e como ele será contado na passarela virtual (quantas alas, alegorias e demais elementos)?
Vamos vir com 20 alas, 4 alegorias e 3 tripés. Nosso enredo é lindo falaremos sobre os signos do Zodíaco tendo como guia nosso signo maior o LEÃO!
4- Como a equipe da sua escola foi montada e quem faz parte dela?
Giovanna – Presidente
Marcelo Jakare- Conselheiro
Matheus Bianck- Conselheiro
Gabriel Fagundes – Diretor de carnaval
Ygor Gusmão- Carnavalesco
Thiago Braga- Enredista
Intérprete- Estamos fechando ainda.
5- E o samba enredo, vai fazer eliminatórias de samba ou vai encomendar? Se for eliminatórias, quais as regras da disputa, pra onde os compositores devem mandar os sambas e etc
Encomendaremos.
6- O que você e sua escola esperam do Carnaval Virtual 2021, tanto de vocês quanto das coirmãs?
Estamos na liga mais compromissos e atenciosa, muito felizes com o retorno da nossa Leões, esperamos um lindo Carnaval e podem ter certeza que faremos um belo espetáculo na avenida.
O Leão vai rugir e sambar!
Confira abaixo a logo e a sinopse do enredo da Leões da Folia para o Carnaval Virtual 2021:
“Signo de Leão, ascendente em emoção: os mistérios e encantos dos astros regem a Leões da Folia.”
“Signo de Leão, ascendente em emoção: os mistérios e encantos dos astros regem a Leões da Folia.” O mistério dos astros sempre fascinou as civilizações humanas. Quando olhou para o céu noturno em busca da iluminação dos astros pela primeira vez, lá nos idos do século 7 a.c., o homem já buscava compreender as misteriosas influências das estrelas sobre os destinos que por elas seriam iluminados. Vindos de babilônios e egípcios, os conhecimentos sobre os céus seriam o solo fértil no qual a observação dos astros ganharia força. Dois séculos mais tarde, viria a criação do Zodíaco – que em grego, significa “círculo de animais”, baseado no grande cinturão celeste visível na época – com suas doze Casas. Regidos pelos quatro elementos da criação segundo a cultura grega, foram distribuídos em signos de terra, água, fogo e ar. O zodíaco tornou-se rapidamente um instrumento de adivinhação, interrogação do destino e fascinação que atraem os homens desde os primórdios. Nasceram Áries, Touro, Peixes, Capricórnio, Virgem, Leão, Escorpião, Aquário, Libra, Sagitário, Gêmeos e Câncer. Cada um regido por sua constelação e possuidor de uma rica mitologia.
Na Idade Média, no entanto, o conhecimento astrológico seria perseguido como as ciências também o foram, de forma que muitos cientistas e estudiosos eram obrigados a realizarem suas pesquisas em sigilo, com medo de serem classificados como hereges e acabarem presos ou mortos em uma fogueira. A filosofia e a cultura em geral sobreviveram naquela época graças aos árabes, especialmente Bagdá, considerada a capital do estudo astronômico e da astrologia no século X. Porém, este estudo era de cunho empírico, ou seja, sem qualquer suporte científico; sendo sua prática totalmente previsível de acordo com os interesses do povo.
A comunidade árabe, amparada pelo seu eficiente e potente comércio, possuía seus astrólogos, como Albumazer, que escreveu o livro “Introductorium in astronomiuum”, um dos primeiros a ser traduzido no início da Idade Média, na Espanha. E, mesmo sob o escrutínio da Inquisição, outros lugares do mundo também tiveram os seus astrólogos, como Michael Scott, Tomás de Aquino e Santo Alberto de Magno. Ainda assim, a perseguição era inevitável, com homens estudiosos como Cecco d’Ascoli perecendo na fogueira mesmo depois, por volta de 1327. Durante a Idade das Trevas, esta arte esteve ligada ao misticismo e a grandes figuras de poder como Elizabeth: pouca gente sabe que Elizabeth I tinha um astrólogo conselheiro e confidente, John Dee, também versado nas artes da alquimia e do ocultismo.
Na China, onde os fenghuangs representam a vitória da vida sobre a morte e um renascimento é recomeço constante, a roda dos signos gira anualmente, com doze animais sagrados. Os ciganos também possuem o próprio horóscopo, proibido durante a Inquisição e recuperado a partir do século XX, representado por objetos do seu cotidiano. A verdade é que as perguntas sobre o amanhã e o poder dos astros nunca abandonaram de verdade a sociedade. Juntos, a astrologia e os oráculos da adivinhação fascinam a mente daqueles que acreditam em maneiras místicas de ler os presságios e augúrios. A leitura do horóscopo, o baralho de Tarot, a leitura das folhas de chá, o jogo de búzios, a palma da mão. Adivinhar o futuro sempre foi uma grande preocupação da humanidade.
Na cultura popular, simpatias e feitiços sobreviveram ao poder do tempo. Astros e signos fascinam a cultura pop, invocando em novas interpretações a magia de outrora. Sob os traços da indústria Anime, garotas mágicas se transformam em guerreiras dos astros, enquanto cavaleiros regidos por armaduras do zodíaco protegem uma deusa de seus inimigos. O desenho animado de Jack Chan vai apresentar os talismãs do porco, do coelho, do boi, do galo, do cachorro, da serpente, do cavalo, do carneiro, do rato, do macaco, do tigre e do dragão, baseados na rica astrologia chinesa. Seja por diversão ou por crença, sempre fez parte da cultura brasileira o desejo pelos mistérios do destino.
Há também o engano da Cartomante, de Machado de Assis. Há ainda quem se aproveite daqueles que acreditam para conquistar riqueza e poder. Mas há ainda, a chama maior que alimenta e guia o destino dos astros. O poder regido por eles nunca será apagado. Sobrevivendo ao fogo, ao preconceito e aos ataques constantes, o zodíaco nunca deixou de ocupar um lugar especial em nossas vidas. O início de um relacionamento, quando verificamos a combinação entre nosso regente e o de uma nova paixão. Quando desenhamos um mapa astral online, procurando saber mais sobre aspectos de nossa personalidade. Por muitas vezes, inclusive, temos de reconhecer sua estranha precisão. Seja para formar uma opinião sobre um novo colega de trabalho, para aconselhar um amigo ou quando consultamos uma cigana. Cada vez mais a astrologia é renascida, vívida na mente daqueles que julgam possível conhecer além do que se vê. Neste carnaval, a Leões – regida pelo orgulho e o brilho do signo que leva o mesmo nome – trará a história e a beleza do zodíaco, dos astros e do desejo de saber o futuro. O que ele reserva para nós?
“A cigana leu o meu destino
Eu sonhei
Bola de cristal, jogo de búzios, cartomante
Eu sempre perguntei
O que será o amanhã?
Como vai ser o meu destino?”
- União da Ilha (1978).
“Pra saber o meu destino… fui buscar
A resposta no tarô e encontrei o amor
A chave para abrir o meu caminho
No raiar de um novo dia, a cigana revelou” - Grande Rio (2015).
Autor do enredo: Thiago Braga