Tia Ciata- Hilária Batista de Almeida
Introdução
Hilária Batista de Almeida, conhecida como Tia Ciata foi uma grande cozinha e mãe de santo brasileiro, considerada por muitos como uma das figuras influentes para o surgimento do samba carioca. Foi iniciada no candomblé em Salvador por Bangboshê Obitikô, era filha de Oxum. No Rio de Janeiro era Iyakekerê no casa de João Alabá. Também ficou marcada como uma das principais animadoras da Cultura Negra nas nascentes favelas cariocas. Ela era a dona de uma casa onde se reuniam sambistas e onde foi criado “Pelo Telefone”, o primeiro samba gravado em disco, assinado por Donga e Mauro de Almeida, na voz do cantor Baiano, nascido também em Santo Amaro da Purificação.
Sinopse
Nascida em Santo Amaro da Purificação em 1854.
Levou o samba de Roda para o Rio de Janeiro.
Foi a mais famosa das tias das baianas.
Logo na sua chegada ao Rio de Janeiro, Tia Ciata conheceu Noberto de Rocha Guimarães.
Acabou ficando grávida de sua primeira filha lhe concedendo o nome de Isabel.
Esse amor que não deu certo, eles acabaram-se se separando.
Para sustentar Isabel Tica Ciata sai às ruas para trabalhar como quituteira na Rua Sete de Setembro.
Com suas vestes de baiana, era na comida que ela expressava suas convicções religiosas, ou seja, sua fé no Candomblé.
Estava ela lá no seu ponto de venda com sua roupa de baiana uma saia rodada e bem engomada, turbante e diversos colares (guias ou fio-de-contas) e pulseiras na cor do orixá que iria homenagear.
Seu tabuleiro era famoso e farto, cheio de bolos e majares que faziam alegria dos transeuntes de todas as classes sociais.
Tempos depois, Tia Ciata casa-se com João Batista da Silva, negro bem sucedido na vida.
Casamento que resultou em 14 filhos.
Relação fundamental para a sua afirmação na Pequena África, como era conhecida a área da Praça Onze nesta época.
Todos eram bem recebidos nos finais de semana em sua casa.
Nos pagodes, que eram festas dançantes, regadas da melhor qualidade e claro seus quitutes
Foi em sua casa que se reuniram os maiores compositores e malandros.
Donga, Sinhô, e João Baiano, para saraus.
A casa de Tia Ciata na Praça Onze era tradicional ponto de encontro de personagens do samba carioca.
Nos primeiros anos de desfile das escolas de samba, era sim obrigatório passar diante de sua casa.
As polícias perseguiam estes encontros, mais Tia Ciata era famosa pelo seu lado de curar e foi justamente um investigador e chofer da polícia, mais conhecido como Bispo que proporcionou uma interessante história envolvendo naquela época o Presidente da República Wenceslau Brás.
O Presidente estava muito doente em virtude de uma ferida na perna que nem os médicos conseguiram curar, então esse investigador relatou ao Presidente que Tia Ciata poderia curá-lo, foi falar com ela dizendo:
“Ele é um bom homem, um senhor do bem. Ele é o criador desse negócio da Lei de um dia não trabalha…”
E ela respondeu
“Quem precisa de caridade que venha cá”
Tia Ciata então incorpora um Orixá que disse aos presentes haver cura pra a tal ferida e recomendou ao Presidente que fizesse uma pasta feita de Ervas que deveria ser colocado por três dias.
O senhor Presidente ficou bom e pediu para que Tia Ciata fizesse um pedido
Então Tia Ciata pediu um trabalho no cargo público para seu marido, pois sua família era numerosa, explicou ela.
Além dos doces, Tia Ciata alugava roupas de baianas para os teatros para que fossem utilizados em peças e Carnaval dos clubes.
Nesta época até mesmos os homens, se vestiam com as suas fantasias, se divertindo nos blocos de rua.
Comércio que deu certo que muita gente da Zona Sul da Cidade, da alta sociedade, ia para a casa da baiana e passando assim a freqüentar suas festas. Era nessas festas que Tia Ciata passou a dar consultas com seus orixás. A sua casa é uma referência na história do samba, do candomblé e da cidade.
Mais para a tristeza de Tia Ciata, morre no ano de 1910 seu marido João Batista da Silva
Mais Tia Ciata já havia conquista o seu lugar de estrela no universo do samba carioca. Era respeitada na cidade coisas de cidadão, muito longe da realidade comuns dos negros de sua época.
Durante o Carnaval, armava uma barraca na Praça Onze, reunindo desde trabalhadores até a fina flor da malandragem.
Nesta barraca eram lançadas as músicas, marchinhas, que ficaram conhecidas na cidade do Rio de Janeiro.
Então no ano de 1924 as portas do céu foram abertas para receber uma grande mulher, respeitada por todos “Tia Ciata”.
Não haverá concurso de samba-enredo. A obra será encomendada.