A tradicionalíssima e sempre irreverente Unidos do Madruga promete muita alegria em 2021, e que o espírito de união das escolas continue prevalecendo sob a competitividade. A agremiação diz que continuará colocando a Madruguinha no ar pra divertir a todos como sempre fez.
Confira a entrevista cedida pelo presidente da escola, Marco Maciel:
1- Como conheceu a LIESV e por que a escolheu?
A LIESV é uma velha parceira do site Sambario. Desde 2005 a página divulga a liga, fui jurado de samba-enredo em 2007 e a partir de 2008 estamos aí na atividade, fazendo sambas, botando a Bambas Sambario e hoje a Madruguinha na Passarela Virtual João Jorge 30.
2- Qual a história da sua escola, como foi fundada, qual o motivo, quais as cores, símbolos nome?
A GRESVCh Unidos do Madruga surgiu em 2013, estreando em 2014 na intenção de ser a escola zoeira com enredos experimentais e sem compromisso. O símbolo da escola azul-marinho e branca é o Seu Madruga, numa homenagem a Ramon Valdés, que deve ser o nosso enredo em 2023, ano do seu centenário.
3- Qual será o enredo da sua escola e como ele será contado na passarela virtual (quantas alas, alegorias e demais elementos)?
Numa ideia de Theo Valter, com enredo de sua autoria, faremos uma homenagem a Satoru Nakajima, precursor do automobilismo no Japão e que ajudou a promover um legado de asiáticos na Fórmula 1.
4- Como a equipe da sua escola foi montada e quem faz parte dela?
Teremos uma comissão de Carnaval formada por Theo Valter, Cuca Peretto e Bruno Pontes e o Antônio Carlos segue como nosso intérprete.
5- E o samba enredo, vai fazer eliminatórias de samba ou vai encomendar? Se for eliminatórias, quais as regras da disputa, pra onde os compositores devem mandar os sambas e etc?
Iremos encomendar nosso samba.
6- O que você e sua escola esperam do Carnaval Virtual 2021, tanto de vocês quanto das coirmãs?
Muita alegria, que o espírito de união das escolas continue prevalecendo sob a competitividade. E seguimos botando a Madruguinha no ar pra divertir a todos.
Confira abaixo a logo e a sinopse do enredo da Unidos do Madruga para o Carnaval Virtual 2021:
“Nakajima – Ultrapassando Fronteiras“
Na Roma Antiga, 23 de fevereiro era um dia de festa. Nesta data era comemorada a Terminalia, festival que celebrava o Deus Terminus, o guardião das fronteiras romanas. As famílias se reuniam com seus vizinhos em frente as pedras que demarcavam os limites de seus terrenos e ofereciam a Terminus vinho, grãos, mel e sacrificavam um porco ou um cordeiro para que ele as abençoasse. Na mesma data o povo também se reunia em frente a uma rocha no templo de Júpiter no Monte Capitolino para pedir que o Deus das Fronteiras protegesse a cidade, que a cada dia mais expandia suas fronteiras.
O tempo passou, o Império Romano caiu. Roma continuou tendo suas fronteiras protegidas, mas Terminus foi esquecido. No entanto no dia 23 de fevereiro de 1953 no oriente nasceria um ser destinado não a guardar, mas a romper fronteiras. Em Okazaki no Japão, ainda castigado pela segunda guerra, a família Nakajima dava boas vindas ao pequeno Satoru, talvez tenham até comemorado com fogos de Artifício, pois a cidade é conhecida pela produção do artefato. Desde cedo o menino mostrava propensão por romper barreiras e dirigindo um kart montado por seu pai ganhou fama nos circuitos japoneses e ainda jovem foi campeão de carros de turismo pilotando um Mazda. Logo depois viria a se tornar pentacampeão da principal categoria automobilística da terra do sol nascente, a Fórmula 2.
Com as bênçãos de uma das grandes fabricantes de automóveis de sua terra, a Honda e de uma gigante da tecnologia, a Epson, Satoru Nakajima fez o grande salto, ultrapassou a fronteira do automobilismo japonês e em 1987 chegou a Fórmula 1, uma das maiores categorias de esporte a motor do mundo. Se tornaria o primeiro piloto japonês a correr uma temporada completa. Estreou pela Lotus em terras brasileiras, no autódromo de Jacarepaguá. Tinha como companheiro um brasileiro que se tornaria lenda no esporte, Ayrton Senna, ali nasceu uma amizade em que Nakajima ensinou a Senna tudo sobre o motor Honda e Senna ensinou a Nakajima todos os macetes para correr nos circuitos desafiadores da Fórmula 1.
A passagem de Satoru Nakajima durou cinco anos, três pela Lotus e dois pela Tyrrel e ficou marcada pelo show dado pelo japonês na Austrália em 1989 quando colocou sua fraca Lotus em quarto lugar em meio a um temporal que caia no circuito de Adelaide e ainda cravou a volta mais rápida. Hoje nossa escola celebra este Terminus Moderno Japonês, que expandiu limites e abriu caminho para que seus compatriotas chegassem a Fórmula 1. Sem Nakajima não teríamos visto Aguri Suzuki, Ukyo Katayama, Takuma Sato, Kamui Kobayashi e nem mesmo o filho de Satoru, Kazuki, entre tantos outros. Por isso hoje saudamos este bravo piloto que ultrapassou fronteiras.
Autor do enredo: Theo Valter
