Solanum tuberosum. O carnaval da Batata!
Sinopse:
Alô Brasil. Vem chegando a maior escola de samba de Contenda!
Olá. Vocês já me conhecem. E conhecem muito bem. Já tenho alguma tradição no carnaval virtual. Sou conhecida pela irreverência e simpatia. Respondo pela alcunha de Batata. Batata de Contenda, pra ser mais específico. Este ano vou contar com alegria um pouco sobre a minha história, a história da Batata.
Solanum tuberosum! Pode soar estranho. Mas esse é meu nome científico. Também respondo por outros nomes estranhos, como Araucano, Poni, Iomy, Papa ou, simplesmente, batata. Os nomes se referem aos locais onde fui cultivada pela América do Sul, o meu berço.
Há mais de 7 mil anos já era plantada pelos povos andinos. Quando os europeus chegaram à América – o Novo Mundo –, os Incas já me cultivavam e alimentavam suas gerações com caldos e sopas feitas à base desse tubérculo de alto valor energético e nutritivo.
Combino com quase todos alimentos. Posso ter várias cores, formas e sabores – inclusive doce. Posso ser feita de maneira simples ou rebuscada. Tradicional, frita, cozida ou assada, satisfaço o seu paladar e dou sabor à salada. Já no purê, também alimento o bebê.
Fui introduzida na Europa no século XVI. Rapidamente caí no gosto da corte. Devido à minha resistência ao frio e ao fato de me desenvolver protegida no interior do solo fui responsável pela primeira Revolução Verde no Velho Continente. Os Reis se encantaram comigo e ordenaram o meu plantio em larga escala, inclusive abrindo mão de culturas importantes, como o trigo e o milho.
Conta a história que o Rei de França, Luís XVI, determinou o plantio de batatas em locais públicos, protegidas pela guarda real para que não fossem roubadas. Já Frederico Guilherme, Rei da Prússia, ordenou a amputação do nariz dos camponeses que não me plantassem. Com o tempo, de norte a sul, todo o mundo me conheceu: China, Índia, Turquia, Estados Unidos… Não havia mais um lugar que não me conhecesse e não me cultivasse. Em pouco tempo caí no gosto do mundo inteiro.
Apesar de ter sido cultivada originalmente em solo americano – Peru e Bolívia –, cheguei ao Brasil oriundo da Europa, devido ao processo de colonização europeu iniciado com as grandes navegações. Inicialmente fui um tubérculo produzido por pequenos agricultores. Me expandi com o ciclo do ouro por todo o país.
Durante a monarquia, ganhei até nome internacional: Batata Inglesa! Isso devido ao paladar dos ingleses, que me exigiam em suas refeições durante a construção das primeiras ferrovias no Brasil, incentivadas pelo monarca Dom Pedro II – que buscavam escoar para os portos a produção agrícola e mineral do interior do país.
A história conta que, certa vez, o Imperador percorria o caminho entre Curitiba e Lapa, no Paraná. No meio do caminho fez uma parada num vilarejo às margens do rio Contenda. O local era uma região produtora do tubérculo e foi-lhe oferecido um prato típico da região, à base de batata. O Imperador se encantou com o sabor da iguaria. Imediatamente ordenou a revitalização da estrada, que ficou conhecida como estrada do Imperador, o que facilitou o escoamento da produção para o Sudeste e para o exterior. Isso fez com que a minha cidade – Contenda – fosse conhecida como a “terra da batata”!
Hoje a batata é um dos alimentos mais consumidos em todo o mundo. Contenda já não é mais a maior produtora de batatas do Brasil. Os pequenos agricultores também não conseguem mais, com o suor da enxada, concorrer com a agroindústria. Mas as novas técnicas me colocaram como um dos produtos que mais rendem divisas ao país.
Apesar do desenvolvimento tecnológico no campo, com mais apoio e incentivo aos pequenos agricultores, com esse alimento tão simples, nutritivo e de raiz forte, é possível aumentar a capacidade de fornecer aos pobres uma alimentação nutritiva e saudável, diminuindo a fome de quem necessita de alimento.
Hoje canto com alegria a minha história. Como faziam os índios, os primeiros a me cultivarem, para agradecer a Tupã pela colheita, proponho, nesse desfile alegre e guerreiro, uma brinde ao meu sabor, à minha trajetória, à minha terra e à minha escola. Viva o carnaval da Batata!!!
Autores: César Maia e Gadeia.
Bibliografia
Lendas e histórias dos povos indígenas. PREFEITURA MUNICIPAL DE IPATINGA, MG. SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, DEPARTAMENTO PEDAGÓGICO/SEÇÃO DE ENSINO FORMAL. Centro de Formação Pedagógica – CENFOP
http://www.abbabatatabrasileira.com.br/revista11_021.htm
http://abbabatatabrasileira.com.br/historia.htm
http://www.suapesquisa.com/alimentos/batata.htm
http://www.abbabatatabrasileira.com.br/revista15_008.htm
http://www.contenda.pr.gov.br/conteudo.php?id=76
https://www.netafim.com.br/crop/potato
O presidente Gadeia informa também as regras do concurso e a data máxima para envio de samba:
Regras: enviar ao menos o samba com uma passada cantada e a letra;
Prazo: 16 de Janeiro de 2016
E-mail: cesarmaia99@hotmail.com
Att, César Maia