O Clube Carnavalesco Virtual Cangaceiros é a primeira escola de samba virtual a lançar seu enredo e sua logomarca para a disputa do carnaval de 2018, no grupo especial da LIESV.
Sob o titulo “30 anos de um sonho sonhado em Mangueira…verde e rosa, minha pele, minha paixão”, a agremiação da cidade de Jaboatão dos Guararapes-PE homenageará os 90 anos da Estação Primeira de Mangueira, num recorte dos últimos 30 anos, período no qual José Mauro (Jmauro), presidente do Cangaceiros, iniciou-se sua trajetória como torcedor mangueirense.
“Aproveitamos o dia do aniversário da escola, que é hoje dia 15 de novembro, como sempre acontece nos últimos anos, dando de presente a comunidade liesviana este singelo presente, uma homenagem ao amor que sinto pela grande Estação Primeira e suas cores que matizam o nosso pavilhão”, exaltou Jmauro.
E não fica tão somente no enredo, como pode-se observar a escola também está lançando a logomarca de trabalho. A arte é de autoria do carnavalesco Thales Porto, que buscou enfatizar a singeleza das cores símbolo de ambas, Mangueira e Cangaceiros, junto com um ícone das artes e do humor nacional, o Mussum, ídolo de toda uma geração que acompanhava o humorístico “Os Trapalhões” e, mangueirense ferrenho.
A equipe da escola contará com um novo integrante, o carnavalesco Kiko Ramos fará dupla com o já citado Thales Porto e o microfone oficial continuará, pelo terceiro ano consecutivo, a cargo de Ewerton Fintelman.
As regras do concurso de sambas serão publicadas ainda esta semana, neste portal.
Eis a Sinopse do CCV Cangaceiros 2018:
Enredo:
30 ANOS DO SONHO SONHADO EM MANGUEIRA… VERDE E ROSA, MINHA PELE, MINHA PAIXÃO!
Justificativa
Para homenagear os 90 anos do GRES Estação Primeira de Mangueira, que inspirou o nosso Presidente José Mauro “JMauro” a criar o CCV Cangaceiros, a escola de samba virtual traz para o ano de 2018 um enredo para exaltar as tonalidades, lindas em essência para a nossa agremiação: O VERDE e O ROSA. Esta combinação ganhou o mundo, na poesia, na música, na arte de uma escola de samba, marco máximo da expressão cultural brasileira.
A sinopse conta a história de uma criança, fã do seriado “Os Trapalhões” e da personagem “Mussum”, interpretado pelo músico e humorista Antônio Carlos Bernardes Gomes que, no dia do seu aniversário assistiu ao seu ídolo, em um desfile de escola de samba, a Estação Primeira de Mangueira. Ele se apaixonou pelas cores do seu pavilhão, se transformando em um fiel e apaixonado torcedor da agremiação.
E quando adulto, resolveu contar esta paixão, de uma forma peculiar e diferenciada do que fora contado até hoje, quando se tece loas e homenagens as escolas de samba.
Sinopse
Parte I: O primeiro encontro do garotinho com o Verde e Rosa
“Numa terça-feira de carnaval no mês de fevereiro de 1988
Estava eu, um garotinho a um dia de completar 5 anos de idade
Que já gostava de ver “Os Trapalhões” pela TV
Advinha o meu personagem favorito?
Era o “Kid Mumu, sim, o Mussum”
Mas, não sabia o significado deste apelido
Só gostava de ver aquele cara engraçado
Vestido com roupas “extravagantes”
E que gostava de “Mé”, se assustava no “Cacildis” e
Quando dava errado, “tomava no forévis”
Minha mãe, ao me colocar para dormir
Disse, “Mussum hoje desfila na Sapucaí”!
Oxe, como pode uma pessoa desfilar em uma árvore?
Eis que, pela manhã, acordei-me
E vi, o negro cantando, sambando e jogando capoeira
Reinando com fantasias exuberantes.
Um sambaço “interpretado” por um rouxinol, opa, um tal de Jamelão
Cuja voz remetia os grandes cantores de rádio dos anos 40
Nunca pensei que haveria uma união tão inusitada
De cores tão dissonantes, que o samba juntou
Parte II: E o que ele sonhou?
Naquela noite de grande festa e folia
O garotinho dorminhoco
Sonhou que estava voando
Como se fora Ícaro alado,
Querendo tocar o céu com suas asas
És que olhando para o Norte desta terra
O Sol chamou-o e quis se desculpar
Achando que ele fora aquele no qual
O destruíra vários séculos atrás
E apresentou-lhe Aurora, uma linda princesinha
Para dançar em uma valsa no meio dia em penumbra
Ela, sim, a Aurora trajada de vestido Verde
E um sutil colar de rubis Rosas.
Foi “amor à primeira vista”.
E, assim nasceu a paixão
Dentro do coração de uma criança
Traduzidas nas cores verde e rosa
Que serão das senhoras
Dando os tons em poesia
Neste carnaval
Parte III: O Rosa, uma sensação, várias histórias
Rosa, ô rosa, apareceste
Faz tanto tempo em nossa terra
De sua sutileza, de sua cor-de-rosa
Lembras a Paixão, a Pureza, mas
Principalmente, a mulher, o feminino
O amor singelo, o afago fiel
Em apreço aos apaixonados,
dos corações juvenis enamorados
Nadas dentro de um Boto pelo dia
E seduz as donzelas pela noite
Dando-lhes, um buquê de rosas
Em tua honra e glória
Os grande ipês do cerrado te derramam em flores
Inundando aquele chão com teu orvalho
Fazendo até o mais duro dos homens a te contemplar
Rosa, ô Rosa tu és
Símbolo do santíssimo rosário
De Maria, mãe de Jesus.
Iorque e Lancaster, duas casas
Que mal te usaram, em uma luta desleal
Pelo domínio do povo Bretão
Lá no oriente, trouxeste a confiança
No âmago do coreano
E gostas dos meninos e meninas japoneses
No Rio de Janeiro, lá na Quinta
Estavas parreirando todo o terreno,
Caída em flor, ou do alto de um mangueiral
Dando uma fruta em forma de coração
Mas que tinha tua formosa cor
Parte IV: O Verde, o tom em perfeição
Não estás sozinha, ô rosa
Lá estava o verde, este imponente,
Presente como verdadeiro Imperador daquele
Palácio, das palmeiras as plantas ornamentais
Nos papagaios e periquitos,
E nas grandes mangueiras que derramaram aquele chão
Com frutos em formato de espadas.
Pedro te preferia em suas vestes,
De quão importante és que ostentas
Parte maior no nosso pavilhão nacional
Tinge as vestes do nosso Exército Brasileiro
Do curandeirismo do orixá Ossain aos pajés indígenas
Levas a cura nas folhas sagradas das matas donde dá-se
Tu transcendes até o azul dos oceanos
Fotossíntese que respira em nuances
Na grande floresta amazônica
Aos verdes pampas, até alagados pantaneiros
No cerrado dos faveiros e muricis
Escondes espinhos dentro dos pequis
Aridez da caatinga dos mandacarus
Dos cocos dos altos coqueiros e da coluna de manguezais
À imensidão dos arrecifes de corais
Verde és mensageiro da esperança
Teu equilíbrio dá os tons da paz entre as nações
Parte V: Vendo a Estação Primeira passar
Desde aquele sonho, se vão 30 anos,
Na tela da televisão, momentos de aflição
Na “Sinhá Olímpia” nos suspiros póstumos
do conterrâneo Fernando Pinto
E os Doces bárbaros não bailaram
E teus sambas viraram “machinhas”
As lágrimas caíram ao ver-te
Pela primeira vez te vi campeã
Com o gênio Chico das Artes,
Numa verdadeira alquimia, um Mago
Misturou outras matizes ao verde e rosa
Como um “cabra da peste”, ele invadiu o meu Nordeste
Trazendo mais um título para o nosso estandarte
Quando ele se foi, uma grande lacuna ficou
Em fantasias até então nunca vistos por nós
Um outro menino, a nossa essência resgatou
Na “Doce bárbara” esquecida outrora,
Em menina de Oyá se transformou
Chegou a hora, ninguém segurou e senti, 14 anos depois
A emoção de gritar bem alto, para todos ouvirem
É campeã, é campeã !
Parte VI: E como o garotinho vê a Mangueira ?
Naquele morro do Rio de Janeiro, que se chama Mangueira
Esplendoroso por seus barracões de zinco de outrora
Hoje tem também seu Palácio pra chamar de seu.
A Estação Primeira deu a cultura brasileira
Cartola, Dona Neuma e Dona Zica
Carlos Cachaça, Delegado, Nelson Sargento
Hélio Turco…e tantos outros que aquele lugar abraçou
Como Beth Carvalho, Alcione, Leci Brandão
E o nosso eterno tenor, Jamelão
O garotinho cresceu, homem se tornou
Vê-se nestes versos que ele pode esquecer de quase tudo
Menos de seu amor em Verde e Rosa
Como se fora minha segunda pele.
Continuarei torcendo loucamente, apaixonadamente,
Pela maior escola de samba do planeta
Contra todas as adversidades que o destino nos reserva
Sem nenhum vintém, a gente brinca o carnaval
Inundando o nosso mundo “em verde e rosa”
“Caso falte algo, não me leve a mal,
Esta é só uma singela homenagem ao coração
De um menino, sonhador de um dia ver os barracões de zinco,
O jequitibá, o Palácio do Samba…”
Autoria do texto: José Mauro da Silva.
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