De um surdo centenário à filarmônica do samba virtual. Imperatriz, Paulista no samba, na alma e na raiz
Teresa Cristina era princesa do Reino das Duas Sicílias.
Nasceu em 1822. Casou-se com Pedro II por procuração e foi imperatriz consorte do Império do Brasil de 1843 até a abolição da monarquia em 1889.
Mal sabia ela que, mais de um século depois, seria o nome mais importante escola de samba da história do carnaval virtual.
Mas não nos apressemos, ainda estamos em 1889.
Justamente o ano em que Chiquinha Gonzaga trouxe a marchinha “Ó Abre-alas” para o carnaval.
‘’Ó abre alas Que eu quero passar
Ó abre alas Que eu quero passar
Rosa de Ouro É que vai ganhar
Rosa de Ouro É que vai ganhar’’
Um carnaval de bailes, com seus palhaços, ciganos e índios.
Um carnaval de corsos e das grandes sociedades (tínhamos os Tenentes do Diabo, os Democráticos e os Fenianos).
Aí veio o samba: em 1917, “Pelo Telefone” foi gravado. O samba se misturaria com o carnaval, com as escolas de samba, gerando um dos maiores espetáculos da terra.
Um espetáculo que se modernizaria e chegaria à tela do computador. O pierrô e a colombina se tornariam personagens cibernéticos de uma brincadeira, um pouco louca, quem sabe, porém divertidíssima. E então, um menino morador de Campinas, faria a sua história no carnaval.
E ele morava na Rua Teresa Cristina: a Imperatriz.
Seduzido pela novidade do carnaval virtual, Luís Butti, corintiano e fanático pela Gaviões da Fiel, com seu velho surdo, apelidado centenário, já que pertencia à sua avó, fez surgir a maior escola de samba virtual da internet: a Imperatriz Paulista.
Foram diversos títulos e inúmeros desfiles memoráveis.
E agora, a Fazendo Arti, em sua estréia no Grupo de Acesso da LIESV, convida todos a vestirem seus melhores trajes e segurarem os instrumentos que norteiam essa ópera sambista.
Sambem, aplaudam de pé, pois quem pisa forte nessa passarela é a escola do esquilo, e traz consigo a filarmônica do samba virtual.
É a Imperatriz…Paulista no samba, na alma e na raiz.