A tradicional escola de samba virtual Gaviões Imperiais, que vai em 2017 realizar o seu 11º desfile virtual, irá contar a história do TAPETE. O autor do enredo é Lucas Salvador Siqueira em parceria com o carnavalesco Sérgio Júnior.
G.R.E.S.V. GAVIÕES IMPERIAIS
CARNAVAL 2017
“Tapete: Da magia a riqueza, vou tecendo em fios a história”
Sinopse
Tapete, um objeto de decoração, em alguns casos de ostentação. Ao longo de eras, o ser humano vem admirando sua beleza e requinte, usando-o para adornar palácios e castelos. Um símbolo de poder. Motivo de fé e devoção nas religiões. Motivo de orgulho dos grandes impérios que comandaram o mundo.
Os egípcios cultuavam diversos deuses, a cada um deles sabiam que deveriam ofertar algo para que na passagem da vida para a morte pudessem seguir a diante no descanso final. Assim, durante toda a vida de um egípcio, ele passava a guardar objetos preciosos, principalmente artefatos de ouro. O precioso metal era derretido e à partir dele produziam fios de ouro para bordar tapetes com imagens que remetiam a seus deuses, os mesmos tapetes que eles ofertariam para seguir na luz quando em seu julgamento no submundo.
Cleópatra a mais famosa entre todas as rainhas egípcias, dona de uma beleza inigualável, conhecida por seus banhos em leite de cabra e vestidos tecidos no mais puro ouro, tornou-se famosa quando “deu-se” de presente ao general Marco Antônio enrolada em um tapete completamente nua em um dos seus palácios onde fez a todos que ali estavam ficarem perplexos com sua ousadia.
A magia do passado nos causa admiração, será que um tapete pode voar?
Em um passado distante, no Marrocos muitos afirmavam que sim! Tapetes voadores carregavam seus senhores por todo céu. Eram verdadeiras joias voradoras ornadas com pedras preciosas e fios dourados. Na terra onde gênios eram confinados em garrafas e tesouros inestimáveis em cavernas, tapetes eram vendidos nos grandes mercados como meios de transporte para carregar homens e mulheres sob o céu do oriente.
Palácios exuberantes, deuses alados em forma de animais, jardins suspensos, os persas e os babilônicos viveram em meio ao luxo e ao requinte de suas grandes obras, sejam elas artísticas ou arquitetônicas. O povo persa é lembrado até hoje pela habilidade em tecer suas famosas tapeçarias, que para muitos são verdadeiro patrimônio artístico de valor inestimável.
Com o passar do tempo, grandes civilizações ruíram deixando ao Mundo seu legado. Em meio a artefatos e relíquias encontradas por arqueólogos e pesquisadores, tapetes foram encontrados de forma intacta e serviram como pano de fundo para explicitar o modo de vida e a cultura dessas civilizações. Preservados em grandes museus onde podem ser vistos por milhares de pessoas, tapetes que remontam a história dos impérios chinês, romano, macedônico, bizantino, otomano, Inca, maias, astecas, entre outros, servem como fonte de estudos e geram grande comoção devido a sua estonteante beleza.
Mas o tapete não e só motivo de beleza e riqueza, também é motivo de adoração. No início dos tempos, o templo do rei Salomão era recheado de imagens de raros animais, florais e tapetes. O templo guardava o maior tesouro que se tem registro até os dias de hoje: a Arca da Aliança, onde Moisés guardou as tábuas sagradas contendo os 10 mandamentos.
Para os muçulmanos o tapete é mais do que adorno ou peça decorativa, é um meio de chegar a Deus. Dessa feita, todos os dias eles oram em cima de pequenos tapetes onde se ajoelham e encostam sua testa a cada repetição de seu mantra.
Para os Cristãos, o tapete faz parte do seu dia-a-dia. Estão presentes em cerimônias de casamento, nas celebrações eclesiásticas, nas visitas papais e em tantas outras ocasiões. Para os Católicos os famosos tapetes de serragem que enfeitam a procissão de Corpus Christi são além de belas imagens, uma forma de reverenciar o símbolo máximo do cristianismo que sai às ruas em grande cortejo e percorre as ruas que são finamente decoradas com essas joias “doadas” pela população.
Na maior festa popular do planeta o tapete também se faz presente. Não como um objeto físico, porém, em metáfora. Durante os desfiles das Escolas de Samba, um grande tapete de alegria, de beleza e de muito amor se estende para receber as agremiações que ao longo de um ano, preparam um espetáculo visual que chega a milhares de pessoas ao redor do mundo e que encanta a todos por sua diversidade cultural.
Estendam o tapete vermelho e abram alas para os Gaviões Imperiais, que em mais um ano de luta vem brindar a toda a comunidade virtual com um grande espetáculo tecido do amor e da dedicação de seus componentes.
Autor do Enredo: Lucas Salvador Siqueira
Adaptação: Sérgio Júnior (Carnavalesco)