Emoldurado na tela da história do Brasil e imortalizado nos traços de Portinari, o Império do Rio Belo apresenta:
“No ar o aroma de café, na tela o retrato de um povo…”
“Vim da terra vermelha e do cafezal
As almas penadas, os brejos e as matas virgens
Acompanham-me como o espantalho,
Que é o meu autorretrato
Todas as coisas frágeis e pobres
Se parecem comigo”
Cândido Portinari
Com os olhos refletindo o cafezal Portinari vê os primeiros indícios do alvorecer perdidos na imensidão verde, adornada com sementes vermelhas que brotou em meu Brasil. Decide imortalizar em uma tela a história do povo que cultivou, plantou e colheu o café. Assim, viajando no deslizar de seus pincéis e na expressão de seu traço, deixaremos guiar por sua arte.
Ao iniciar o desenho, o pintor lembrou-se daqueles primeiros que embarcaram na rota do café e que foram trazidos por navios negreiros vindos de vários países da África, iniciando assim o cultivo do grão.
Pedindo espaço por entre as folhas, Portinari vê os trabalhadores: gente que derrama seu suor em sua lida diária, pés descalços, mãos repletas de calos, fisionomia cansada, à sombra de feitores que lhes vigiam e maltratam, humilhando-os dia a dia. Mais adiante vê um contraste, uma realidade comum em quase todas essas terras. De um lado a senzala, onde as mazelas eram choradas, onde feitores e capitães do mato eram praguejados e lamentos eram ignorados. Do outro, uma grande casa abrigava o luxo, a riqueza e os mimos coloniais. A casa-grande era o berço do poder econômico dos barões do café, sustentados por seus serviçais escravizados.
O tempo passou e a Abolição da Escravatura foi assinada pela Princesa Isabel. Mas isso só fez com que o café mudasse de mão. Filho de imigrantes seduzidos por propagandas ilusórias de terras e emprego, Portinari retratou não só estrangeiros, mas também retirantes nordestinos. Ao fundo de sua tela pintou a industrialização que foi ocasionada pelo grande valor de mercado que passou a ter o grão.
Aquarelando os ramos de café o artista foi além, avançando nos trilhos do trem que seguiu a todo vapor rumo à república, em Minas Gerais, firmando o companheirismo que governou nosso país e até hoje está presente na mesa do brasileiro – Café com leite.
No cafezal, cai à tarde e o cansaço chega, o corpo adormece e a esperança cresce diante de um sonho. Que num novo alvorecer igualdade e liberdade um dia todos pudessem ter.
Portinari então assina a tela e lhe dá o nome de Café do Povo, obra essa que retrata bem a desigualdade e a importância do café no desenvolvimento do país.
Pesquisa e desenvolvimento: Kenneth Anderson Carvalho e Marcos Felipe Reis
Regras do Concurso:
• Serão aceitos sambas inscritos até o dia: 20 de dezembro de 2015;
• Qualquer dúvida sobre o enredo contatar o carnavalesco Kenneth Anderson Carvalho pelo facebook de mesmo nome;
• Áudios em Mp3, em boas condições, para melhor entendimento da letra e da melodia do samba;
• O samba deverá conter duas passagens;
• Enviar gravação e letra para o e-mail felipemarcos347@gmail.com;
Boa sorte!
Marcos Felipe Reis
Presidente da G.R.E.S.V
Império do Rio Belo