Salve São Sebastião! Cupincha de Campo Grande, maior campeã do Carnaval Virtual cantará seu padroeiro em 2022

Maior campeã do Carnaval Virtual, a tricolor de Campo Grande levará para a passarela virtual João Jorge 30 o enredo “SALVE SÃO SEBASTIÃO! PADROEIRO DO MEU PAVILHÃO!”. Vindo de um vice-campeonato amargo em 2021, a Cupincha de Campo Grande está sob nova direção. César Maia que sempre foi o Carnavalesco da escola, assume a função de presidente também. A agremiação passa por algumas reformulações internas mas com a certeza de preparar mais um grande espetáculo em busca do TETRACAMPEONATO em 2022.

Confira a entrevista cedida pelo presidente, César Maia:

1- Como conheceu a LIESV e por que a escolheu?

No ano de 2011, pela internet, pouco antes dos desfiles da LIESV daquele ano.

2- Qual a história da sua escola, como foi fundada, qual o motivo, quais as cores, símbolos nome?

As cores azul, vermelho e branco são uma homenagem às escolas do Grupo Especial e Acesso que venceram o carnaval de 2011 – Beija-flor de Nilópolis e Renascer de Jacarepaguá – e ao Sereno – escola do bairro de Campo Grande.
O símbolo da escola, o abutre, foi escolhido em virtude do local em que morou a maior parte de seus fundadores, o conjunto Alfredo de Moraes – também conhecido como Morro do Abutre –, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro-RJ. As seis estrelas servem para designar os fundadores da escola.
Em 2012, a escola fez a sua estreia na Passarela João Jorge Trinta. Na apuração a escola ficou em quinto lugar, sendo a melhor nos quesitos conjunto e fantasias.
Em 2013, desfilando no grupo de acesso da LIESV, a escola apresentou o enredo “Ó abre alas que eu quero passar…”. , obtendo o vice-campeonato e garantindo vaga na elite do Carnaval Virtual.
Já no ano de 2014, a agremiação da Zona Oeste do Rio de Janeiro obteve o sexto lugar em sua estreia no Grupo Especial da LIESV, apresentando o enredo “A saga de Alexandre”.
No carnaval 2015, a escola chegou ao quarto lugar com o enredo “O impossível é possível?”.
Em 2016 a escola da Zona Oeste do Rio de Janeiro conquistou o título de campeã pela primeira vez na sua história contando a história do cordelista Leandro Gomes de Barros, com o enredo “O Rei da Poesia do Sertão”.
Em 2017 a Cupincha conquistou o bicampeonato com o enredo “Curiuá-Catu e a Epopeia Amazônica”.
Já em 2018, a escola garantiu o inédito tricampeonato seguido com o enredo “Sou Abutre, vou voar… Sonhando, até onde posso chegar?”
Em 2019 a escola não desfilou por problemas pessoais e retornou em 2020, no Grupo de Acesso, e com o quarto lugar obtido no desfile, retornou ao Grupo Especial com o enredo “Tsoedé e o clamor de liberdade nas memórias de Mãe África”.
Ano passado (2021) a Cupincha falou sobre a Praça Onze, o berço do samba carioca, com o enredo “Ó Praça Onze, tu és imortal… E o teu passado cantaremos” e conquistou o vice-campeonato.

3- Qual será o enredo da sua escola e como ele será contado na passarela virtual (quantas alas, alegorias e demais elementos)?

Faremos uma homenagem a São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro, da nossa escola e de várias cidades pelo mundo com o enredo “Salve São Sebastião! Padroeiro do meu pavilhão!”. É uma reedição do enredo do carnaval 2019, em que a Cupincha não desfilou por conta de problemas pessoais. Serão 5 setores, com 22 alas e 5 alegorias.

4- Como a equipe da sua escola foi montada e quem faz parte dela?

Além de mim, vamos ver…

5- E o samba enredo, vai fazer eliminatórias de samba ou vai encomendar? Se for eliminatórias, quais as regras da disputa, pra onde os compositores devem mandar os sambas e etc

A escola vai abrir eliminatórias. Podem ser enviados sambas para o email cesarmaia99@hotmail.com ou para o whatsapp (55)991010901. Não há limites para quantidade de sambas ou parcerias. Limite para envio dos sambas até 5 de junho de 2022.

6- O que você e sua escola esperam do Carnaval Virtual 2022, tanto de vocês quanto das coirmãs?

Grandes desfiles. Com certeza a Liga está mais forte com a chegada de novas e a manutenção das tradicionais.

Confira abaixo a logo e a sinopse do enredo da Cupincha de Campo Grande para o Carnaval Virtual 2022:

“SALVE SÃO SEBASTIÃO! PADROEIRO DO MEU PAVILHÃO!”

“São Sebastião glorioso mártir de Jesus Cristo e poderoso advogado contra a peste, defendei […] do terrível flagelo da peste e de todos os males para que servindo a Jesus Cristo alcancemos a graça de participar de vossa Glória no céu. Amém”. Trecho da oração a São Sebastião

Salve São Sebastião, Santo Guerreiro, glorioso mártir da fé cristã e pelo mundo aclamado padroeiro de várias cidades, entre elas, São Sebastião do Rio de Janeiro. Soldado Romano e Santo cujo culto nasceu no século IV DC e atingiu seu auge por volta do século XV DC. Rogai por nós, padroeiro da Cupincha de Campo Grande!

A nossa história se inicia na Gália, no século III DC, na próspera cidade portuária de Narbona, litoral sudoeste da França. O jovem Sebastião acompanhou sua família cristã em uma caravana rumo à opulenta capital do Império Romano. Naquele tempo, os cristãos eram perseguidos pelas autoridades romanas, que cultuavam deuses pagãos.

Alistou-se no Exército Romano em 283 DC, na cidade de Mediolano, atual Milão, que fazia parte do Império Romano. Combateu em inúmeras batalhas, tornando-se um grande guerreiro, ganhando notoriedade e despertando a admiração do Imperador Diocleciano, que o nomeou capitão da Primeira Companhia da Guarda Pretoriana, já em Roma, no coração do Império.

A despeito do seu status social e de ser designado para perseguir cristãos, Sebastião sensibilizou-se ao perceber que os flagelos impostos aos seus irmãos de fé eram muito perversos. Eram presos, torturados e jogados aos leões no Coliseu. Assim, passou a ajudar os cristãos, que viviam à margem da sociedade, tratando-os com bondade, admoestando-os a permanecer firmes em sua fé e ainda convencia outros guerreiros a se converter ao cristianismo.
Ao tomar conhecimento de tais relatos, o sanguinário Imperador Diocleciano quis ouvir a verdade da boca de Sebastião, que declarou a sua fé em Cristo. Esse é o início do martírio de Sebastião! Sentindo-se traído pelo capitão, Diocleciano ordenou a sua morte. Assim, preso a um tronco de árvore, foram disparadas várias flechas pelos arqueiros, a fim de ceifar a sua vida.

No entanto, apesar de tantos ferimentos, as flechas não foram suficientes para calar a sua voz, pois Deus não permitiu que Sebastião morresse naquele momento. Socorrido por uma cristã de nome Irene, Sebastião se recuperou e enfrentou o Imperador, admoestando-o a não mais perseguir os cristãos. Dessa vez, sem piedade, Diocleciano o açoitou até a morte e o jogou na cloaca, o esgoto de Roma. Sua alma foi finalmente entregue a Deus por um anjo celestial!

Após a sua morte, seu nome inspirou cristãos por todo o Império Romano até que o Imperador Constantino se converteu ao cristianismo. O nome do mártir ganhou devotos por toda Europa ao longo dos séculos. Os trovadores medievais divulgaram seus nobres feitos. Seu nome curou cegos, surdos e doentes. Tornou-se protetor contra a fome e a peste. De várias cidades tornou-se padroeiro e seu culto pelo mundo se espalhou.

Assim, com as grandes navegações, os portugueses chegaram ao Brasil e com eles a fama do Santo Guerreiro. No sincretismo com os cultos dos negros escravos, Sebastião é Oxóssi, o rei das matas, da caça e da fartura: Okê Arô Oxóssi! Salve o grande caçador!

Do Rio de Janeiro tornou-se padroeiro. E por todo o país festejos passaram a ser celebrados em sua homenagem. De norte a sul do país seus devotos clamam em oração por sua intercessão. Cordelistas cantam em rimas para enaltecer seus feitos, seus milagres e a sua bondade.

E hoje a Cupincha de Campo Grande exalta o Santo Guerreiro, nosso padroeiro. Padroeiro da nossa cidade. Salve o Santo Guerreiro! São Sebastião, abençoe o nosso pavilhão!

Bibliografia

  • São Sebastião, o mártir que desafiou o imperador ao se declarar soldado de Cristo. Padre Jeferson Mengali. Editora Planeta;
  • O sincretismo religioso no Brasil. Gonçalves Fernandes. Editora Guaíra;
  • História de São Sebastião. Disponível em: https://cruzterrasanta.com.br/historia-de-sao-sebastiao/162/102/.

Autor do enredo: Cesar Maia e Carlos Augusto

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