Contando a história da colonização holandesa no Nordeste do Brasil, Leões da Casa Verde vai para seu 2º carnaval no Grupo Especial

A rubro-negra da Casa Verde trará para 2021 um enredo que abordará a colonização holandesa no Nordeste do Brasil. Depois de estrear no Grupo Especial em 2020 e conquistar uma 8º colocação, a meta da agremiação é voltar no desfile das campeãs desse carnaval.

Confira a entrevista cedida pelo presidente da escola, Gabriel Bernardes:

1- Como conheceu a LIESV e por que a escolheu?

Em meados de 2012, eu tive a honra de conhecer a LIESV. Me lembro que, na época, buscava algum jogo ou coisa do tipo sobre o carnaval. Quando eu descobri a existência da liga, fiquei simplesmente extasiado e, por conta disso, optei que aqui seria o nosso lar, a nossa casa.

2- Qual a história da sua escola, como foi fundada, qual o motivo, quais as cores, símbolos nome?

Eu sou nascido e criado no bairro da Casa Verde, bairro tradicional dentro do samba, na zona norte de São Paulo. E tenho uma família de sambistas fundadores de Escolas de Samba da região, como por exemplo: Unidos do Peruche e Império de Casa Verde. Então, o principal motivo para a fundação da Leões da Casa Verde, era ter uma representante do bairro na modalidade virtual do carnaval.

Fomos fundados no dia 23 de Abril – na mesma data em que se comemora o dia de São Jorge, o nosso padroeiro – de 2017. Somos uma escola tricolor. Vermelho, branco e preto, respectivamente, fazendo clara alusão ao São Paulo FC. Tanto o nome, quanto o símbolo, o Leão Coroado, eles transmitem em sua essência um ar de respeito e superioridade.

3- Qual será o enredo da sua escola e como ele será contado na passarela virtual (quantas alas, alegorias e demais elementos)?

Para o carnaval virtual 2021, apresentaremos o enredo: Nova Holanda, o Paraíso Tropical de Maurício de Nassau. Abordaremos na João Jorge Trinta, os anos de colonização holandesa no Nordeste brasileiro. Começaremos a nossa história, com a União Ibérica. Passaremos pelo Brasil Holandês. E finalizaremos com a Insurreição Pernambucana dando fim a esse período histórico tão rico e interessante. E sobre os elementos, são os seguintes: 24 alas e 5 alegorias. Bem simples.

4- Como a equipe da sua escola foi montada e quem faz parte dela?

Diferentemente de outras agremiações, nós temos uma equipe modesta, por enquanto. E ao oposto dos últimos carnavais essa equipe foi montada por características que agradam a escola. Pois buscamos uma identidade carnavalesca, que a cada ano que passa fica mais evidente.

Trazemos como carnavalesco o Franklin Silva, que é um artista acima da média, além de ser uma das grandes revelações da LIESV em 2021. E para ser o nosso intérprete, por muitos carnavais, contratamos uma das vozes mais bonitas  e potentes do samba carioca, Bico Doce. Apoio do carro de som da Estação Primeira de Mangueira.

5- E o samba enredo, vai fazer eliminatórias de samba ou vai encomendar? Se for eliminatórias, quais as regras da disputa, pra onde os compositores devem mandar os sambas e etc?

O samba de enredo, pelo segundo carnaval consecutivo, será encomendado por diversos critérios técnicos que estamos levando em consideração.

6- O que você e sua escola esperam do Carnaval Virtual 2021, tanto de vocês quanto das coirmãs?

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Virtual Leões da Casa Verde espera fazer um belíssimo carnaval, aliás, trabalhamos para estar dentro do G6. Queremos e desejamos que todas as coirmãs façam um ótimo trabalho para valorizar cada vez mais a nossa modalidade e a nossa bandeira.

Confira abaixo a logo e a sinopse do enredo da Leões da Casa Verde para o Carnaval Virtual 2021:

“Nova Holanda, o Paraíso Tropical de Maurício de Nassau

Em 1580, se iniciava o período mais amargurado da longínqua história de Portugal. Após a morte do místico rei Dom Sebastião, e uma época de instabilidade, o rei Filipe II, da Espanha, assumia o trono e com a junção das coroas, se estabelecia a União Ibérica. Dessa forma, todos os territórios portugueses seriam controlados pela a coroa espanhola.

Neste período a principal atividade economia na américa portuguesa no século XVII era o açúcar. Financiado e distribuído no continente Europeu pelos holandeses. Porém, tudo isso muda quando decreta-se o vínculo entre hispânicos e lusitanos — Pois, holandeses e espanhóis estavam em guerra declarada, desde 1568 — Portanto, acontece um rompimento na relação comercial entre Brasil e Holanda, ocasionando nas invasões no nordeste brasileiro, visto que os holandeses cobiçavam dominar o mercado açucareiro.

No ano de 1624, os holandeses conquistam Salvador, a capital do Brasil. Porém, no ano seguinte são expulsos. Em 1630, os holandeses, novamente invadem e conquistam, mas dessa vez, Recife, que naquele período era o maior exportador de açúcar das américas. Aos poucos foram expandindo territórios, que se estendiam do Ceará até as margens do Rio São Francisco. Em 1636, João Maurício de Nassau-Siegen, assume o governo-geral da colônia holandesa no Brasil. Durante sua administração construiu os Palácios de Friburgo e da Boa Vista, a primeira fábrica de cerveja das Américas, um Zoológico, um observatório astronômico, um jardim botânico e um Museu Natural; além de efetuar empréstimos para o estímulo das produções açucareiras e também investimentos em infraestrutura, como por exemplo, a reurbanização da cidade de Recife.

Entre 1637 e 1644, holandeses renomados, como, pintores, astrónomos, médicos e cientistas fizeram missões para explorar e retratar a fauna e a flora brasileira; era bastante nítido e explícito o interesse cultural, artístico e científico do nobre governante na colônia. Os pintores representaram em suas obras: Flores, paisagens, animais esdrúxulos, frutos e também os povos nativos.

Em 1645, começava a Insurreição Pernambucana. Revolta de caráter burguês que contou com a ajuda das tropas portuguesas. E os motivos foram a alta taxa de impostos e as cobranças dos empréstimos realizados no início da gerência de Nassau. Além da questão religiosa, já que a Europa estava no contexto da Reforma e Contrarreforma. A Insurreição durou até 1654, quando conseguiram expulsar de vez os invasores, colocando fim em um dos períodos mais importantes e desenvolvimentista da história de nosso país.

Autor do enredo: Gabriel Bernardes

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