Carnaval Virtual 2023 – Contando a história da rainha Cleópatra, a Santa Cruz Imperial traz o enredo “Entre mulher e mito: A história da última Faraó do Egito”

Para a edição do Carnaval Virtual de 2023, a Santa Cruz Imperial trará o enredo “Entre mulher e mito: A história da última Faraó do Egito”, onde contará a história da rainha Cleópatra, que foi a última Faraó do Egito, a ser desenvolvido pelo carnavalesco Ciano Silva.

Confira a entrevista concedida pelo presidente, Thiago Henrique:

1- Como conheceu a LIESV e por que a escolheu?

Por sempre ter sido amante do carnaval, conheci a LIESV e o carnaval virtual há uns 10 anos, entrei para conhecer melhor, me apaixonei e nunca mais saí.

2- Qual a história da sua escola, como e onde foi fundada, qual o motivo, quais as cores, símbolo e nome?

Bem, até o surgimento da escola, o bairro onde nasci e creci não tinha uma escola virtual, apenas a real GRES Acadêmicos de Santa Cruz, sendo assim resolvi criar o GRESV Santa Cruz Imperial para representar o bairro também no carnaval viurtual. As cores da escola são amarelo e roxo, tento a tartaruga Imperial como símbolo.

3- Qual será o enredo da sua escola e como ele será contado na passarela virtual (quantas alas, alegorias e demais elementos)?

O enredo se chama: Entre mulher e mito: A história da última Faraó do Egito. Onde contaremos a história da grande Rainha Cleópatra, abordaremos a história conhecida pela maioria, assim como curiosidades e mitos que rodeiam essa grande personagem, como a fama de feiticeira por ter grande conhecimento de ervas e da botânica, sua inteligência, poder e sedução, uma mulher a frente do seu tempo. Viremos com 4 alegorias, 2 tripés e 18 alas. E uma plástica inovadora.

4- Como a equipe da sua escola foi montada e quem faz parte dela?

Continuo com a mesma equipe do ano anterior, o talentosíssimo carnavalesco Ciano Silva continua na escola, após fazer 2 anos consecutivos uma plástica linda e colorida voltada para o nordeste, dessa vez o desafiei e ele aceitou o desafio, li sobre curiosidades de cleópatra e vi que daria enredo, sugeri para ele e de cara aceitou, os trabalhos já começaram e estou encantado com o que vi, o Egito trás umabela plástica. Nosso enredista é o querido Elídio Fernandes Junior, que sempre topa nos ajudar em nossos enredos.

5- E o samba enredo, vai fazer eliminatórias de samba ou vai encomendar? Se for eliminatórias, quais as regras da disputa, pra onde os compositores devem mandar os sambas e etc?

REGRAS PARA CONCURSO DE SAMBA ENREDO DA (Santa Cruz ImperiaI) – LIESV CARNAVAL VIRTUAL 2023

– Data limite para entrega dos sambas: 05/06/2023;
– Divulgação do Samba Campeão: 07/06/2023;
– Poderá ser feito solo ou em parceria de compositores? SIM
– É necessário envio do áudio com no mínimo uma passada do samba, acompanhado ou não, de instrumentos? SIM
– Cada compositor ou parceria poderá colocar em disputa quantos sambas quiser? SIM
– Todos podem participar? SIM
– Os sambas inscritos só poderão ser divulgados após o fim do prazo de inscrição? SIM
– Enviar o áudio do samba concorrente em formato “.mp3”; acompanhado da letra do samba e nome dos compositores para o Whatsapp: (21) 98451-3817 Thiago Henrique;

6- O que você e sua escola esperam do Carnaval Virtual 2023, tanto de vocês quanto das coirmãs?

Que seja um ano de belos desfiles e que a Santa Cruz Imperial consiga fazer um grande desfile, alcançando nosso objetivo e chegar ao grupo especial.

Confira abaixo a logo e a sinopse do enredo da Santa Cruz Imperial para o Carnaval Virtual 2023:

INTRODUÇÃO
Dizem por aí que o tempo é irreversível, mas que todos podem acessá-lo de diversas formas.
Ah, o tempo… Em tempo algum se pode deixar de lado as dimensões do passado; uma delas pode ser tão atual que torna possível entrar em sintonia com ela e dar vida real ao pretérito nos dias de hoje, na vida real. Mas o que é real?!
Mitos se alimentam de simbolismo tradicional e dos complexos universais. E são recanalizados para a eternidade. A diferença entre o mito clássico e o mito moderno é que o primeiro aconteceu no passado e o segundo acontece agora e caminhando para o futuro.
O passado já ocorreu e não há como muda-lo, talvez apenas apresenta-lo por um novo viés, uma nova perspectiva, um novo modo de olhar. Mas isso já faz parte do presente-futuro…
E é sob estes olhares, ora misturados, que me desvelarei…

O HISTÓRICO E O FANTÁSTICO SE ALIMENTAM MUTUAMENTE.
Rainha de um país exótico e místico, mulher, sensual, mãe, guerreira e deusa sacerdotisa de meu próprio culto… Reúno (ou reuniram) em torno de mim todos os ingredientes para me tornar um ícone da história da humanidade. E assim sou! Contudo sempre se esquecem de assinalar meu maior e mais irresistível atributo: meu ardil e minha inteligência…
Eu e meu povo já fomos muito estudados… são diversas tentativas de chegar a uma verdade sobre mim e meu mundo. Imaginem só: Como eu seria? Assombrosamente bela? Branca ou negra? De ascendência grega, macedônia ou egípcia? Deve ser realmente difícil chegar a algumas conclusões em se tratando da filha e encarnação viva da deusa lunar Ísis. Uma das divindades mais importantes da antiguidade. Há quem diga que este meu lado divinal me conferiu poderes como que de uma feiticeira, dominando a alquimia, elaborando elixires e poções… Sim, ganhei vida eterna!
Minha família, originária do Egito Antigo, remonta a época em que Alexandre, o Grande, conquistou o Egito, fundando a opulenta Alexandria. Meu pai, Ptolomeu XII me presenteou com educação notável e refinada, orientada por tutores ilustres. Tanto que toma essa minha efervescência fez com que ofuscasse e desorientasse meus amantes, rivais, arqueólogos, egiptólogos e até os artistas que me (re)apresentam como mulher e, por meio de tantas histórias lendárias ou não, dão vida ao mito. Enfim, cresci na corte ptolomaica entre conspirações, intrigas, incestos e assassinatos pelo poder e tive meu pai como meu principal instrutor: desenvolvi grande astúcia para lidar com a política daquele tempo.
Subi ao trono aos 20 anos. Mulher, fui vista como incapaz de governar sozinha, sem respaldo masculino. Acabei por me casar com meu irmão, Ptolomeu XIII, com quem dividi o trono. Isso, basicamente, por dois motivos: para assegurar o poder em nossa família e também porque o incesto era uma prática comum aos deuses. Ainda assim, fui deposta do trono.
Foi quando conheci Júlio Cesar: Ele veio ao Egito em busca de Pompeu. Ele era líder inconteste e absoluto de Roma e sua presença representou ótima oportunidade para eu voltar ao reinado. Vivíamos um conturbado contexto de guerras e traições pelo poder. Mas, certa noite, o surpreendi pela minha ousadia, que o conquistou. Enviei ao seu quarto, de presente, um lindo tapete. Quando estava sozinho observando o presente, ao desenrolá-lo, lá estava eu, linda e sedutora. Apaixonado, Júlio Cesar se empenhou e restaurar o desejo de meu pai, reconduzindo-me ao trono. E voltamos a ter paz no reino. E nossa vida de amantes começou.
Foi então que tropas fiéis a Pompeu e apoiadas por Ptolomeu XIII nos cercaram em Alexandria dando início a um grande cerco por terra e mar. Estávamos em grande desvantagem. Mas Júlio era um grande estrategista e consegui reverter a situação desfavorável a nós, vencendo a histórica Guerra da Alexandria. Acabei despontando como governante absoluta do Egito e Chipre. Foi neste próspero período que mais me empenhei em construir uma imagem forte e positiva diante de meus súditos.
Mas uma conspiração romana tirou a vida de Júlio Cesar e sua morte deu origem à Batalha de Filipos, uma das guerras mais sangrentas da antiguidade ocidental, na Mesopotâmia.
Coube a Marco Antônio administrar e proteger os territórios ocidentais da república romana, o que compreendia o Egito. E eu, mais madura, estava mais preparada do que nunca para governar. Nós dois, ambos extravagantes, cada um ao seu modo (eu, rainha descendente de uma deusa e cheia de ardis e ele, um general embrutecido pelas guerras) logo enredamos uma disputa onde cada um buscou impressionar o outro com banquetes e cortejos suntuosos.
Vencemos! E logo estabelecemos um grande jogo apaixonado que envolvia política, poder, súditos, exércitos, amor e muito luxo. Fato que gerou problemas para o general na Península Itálica…
É impossível dissociar minha história com a de Roma…rs… Algumas mulheres vêm ao mundo com algo indefinível, o que nos torna irresistíveis ao homem, subjugando-o aos nossos desejos. Ah, essa Essência de Vênus me deu um poder inigualável: conquisto meus homens para sempre e deles tudo obterei.
Marco Antônio até se casara com Otávia, irmã de Otaviano, para tentar fortalecer a aliança. Mas, quando o general se mudou para o Egito para viver comigo. E seguiu comandando seus exércitos e conquistando mais territórios – alguns dados de presente a mim. E tudo começou a dar errado.
Otaviano ficou uma fera. E além da traição à sua irmã, tinha outro motivo para me odiar: eu era mãe do filho legítimo de Júlio Cesar, uma ameaça a seu poder em Roma. Foi então que começou forte campanha contra mim, dando início a uma profusão de lendas, histórias, casos que me envolviam, sempre associados às minhas origens e formas de chegar ao poder… Marco Antônio seria um joguete em minhas ardilosas mãos. Enredado e seduzido (enfeitiçado) por mim apenas servira para ampliar meus domínios.
Todas as dificuldades se intensificaram com a Batalha do Ácio, quando conduzida por fortes ventos, furei as barreiras náuticas impostas por Otaviano apenas com um barco a vela, voltando para o Egito com meu General. Sim. Era meu… Mas eu exército ficou para trás e acabou sendo vencido por Otaviano, que conseguiu entrar na Alexandria. Diante disso, tentei negociar com Otaviano que para aceitar minha clemência, queria a cabeça do General…
Acabei por arquitetar um plano: me refugiei num exuberante mausoléu que acabei de construir, onde já havia guardado meu tesouro. Sumida, pedi que um guarda noticiasse ao general meu suicídio, acreditando que ele faria o mesmo. E tentou: cravou sua espada no próprio peito, mas errou o coração, mantendo-se vivo. Agonizante, pediu que fosse conduzido ao meu mausoléu para morrer junto a mim. Morreu em meus braços e acabei por perder a vida. Morri(?) sob efeito de acônito, cicuta e ópio. Ou teria sido pela picada de uma cobra venenosa?

A IMORTALIDADE DA FILHA DE ÍSIS
Certa vez, disse a Marco Antônio: “Dá-me o vestido, coloca-me a coroa. Eu sinto em mim a sede da imortalidade…”. E a arte fez isso por mim.
No cinema tenho sido tema para diversos filmes com minhas histórias contadas e (re)criadas. Nas artes plásticas o cenário de minha morte inspirou diversos artistas. No drama, já servi de base desde Shakespeare e Sá de Miranda. Há, também, vários romances de diversos tempos (sou atemporal!!) que interagem das mais diversas maneiras comigo, meus prazeres, meus dramas, minhas guerras… Documentários de tv… Os carnavais…
O fato é que a partir do final do século dezenove, surgi como grande figura dos meios de massa, tendo sido visualizada, estudada, evocada, referida em numerosas fotografias, cartões postais, filmes, anúncios comerciais, revistas de moda. Filha de Ísis é imortal! E hoje nos vemos nos memes…
A ampulheta da história me constituiu: muito prazer, Rainha Cleópatra VII, a última Faraó do Egito!

Autor do enredo: Elidio Fernandes Junior

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