“Numa mesa de bar, Talvez Eu Vá te contar, as histórias dos botecos da vida.” é o enredo da TEV para 2021

A Talvez Eu Vá trará para a passarela virtual João Jorge 30 em 2021 um enredo contando a história de tudo que envolve bares e botecos, os contos e histórias de uma mesa de bar. A alvinegra carioca virá com o limite máximo de alas e alegorias e aposta num carnaval surpreendente.

Confira a entrevista cedida pelo presidente, Gabriel Nunes:

1- Como conheceu a LIESV e por que a escolheu?

Conheci através do Iuri santos que hoje é vice presente da escola, ele participava de alguns concursos de samba na liga.

2- Qual a história da sua escola, como foi fundada, qual o motivo, quais as cores, símbolos nome?

Criamos a escola pela afinidade com o carnaval, colocar um enredo com o seu nome na avenida, mesmo sendo virtual não tem preço, escolher entre diversos bons sambas é uma sensação única, Adotamos as cores Preto e Branco pois os fundadores ( Gabriel Nunes e Iuri Santos ) São Botafoguense e Vascaíno, O símbolo é um surdo que é a marcação, o coração da escola a pulsão maior e a coroa é o símbolo mais importante da realeza. Que significa poder, autoridade, liderança, legitimidade, imortalidade e humildade e a estrela que tem luz própria.”  o nome foi uma homenagem a um amigo que por sinal gosta muito de samba falava bastante “Talvez eu vá” para responder uma pergunta.

3- Qual será o enredo da sua escola e como ele será contado na passarela virtual (quantas alas, alegorias e demais elementos)?

O nosso enredo para 2021 “Numa mesa de bar, Talvez Eu Vá te contar, as histórias dos botecos da vida.”

Queremos contar a história de tudo que envolve bares e botecos de uma forma bem diferente, acho que vão se surpreender.

Estamos seguindo uma linha de raciocínio de 20 alas e 4 carros alegóricos, até o momento tudo que podemos falar.

4- Como a equipe da sua escola foi montada e quem faz parte dela?

Tive o cuidado de escolher pessoas comprometidas com a escola, ano passado tive problemas com carnavalescos que deixaram a agremiação na mão, graças a deus tiverem pessoas como o cuca e o Danilo Santiago que ajudaram muito e a Talvez eu vá foi para avenida. Para o carnaval 2021 estamos com 1 carnavalesco que é o Marcus Andrade a quem dei total liberdade para idealizar o enredo, construir a sinopse e produzir os desenhos. Além dele estamos com o Iuri Santos como vice Presidente e diretor de carnaval, Danilo Santiago como Diretor Artístico ,Gabriel Nunes presidente e nosso interprete ainda uma surpresa, posso adiantar que é um profissional.

5- E o samba enredo, vai fazer eliminatórias de samba ou vai encomendar? Se for eliminatórias, quais as regras da disputa, pra onde os compositores devem mandar os sambas e etc

Queremos aproveitar os grandes talentos da liga, e vamos de eliminatória.

Entrega de sambas até 30 de abril de 2021

O compositor poderá enviar quantos sambas quiser, de forma solo ou então parceria.

Material para inscrição de samba:

Letra em word ou txt. (Contendo nome do compositor)

áudio (com acompanhamento ou não).

Enviar para o e-mail: gresvtalvezeuva@gmail.com / Watzapp 21 971573764

6- O que você e sua escola esperam do Carnaval Virtual 2021, tanto de vocês quanto das coirmãs?

Esperamos grandes apresentações e consequentemente uma grande disputa. Quanto mais as escolas elevarem o nível dos desfiles melhor será pra todos. A LIESV só tem a ganhar. A Talvez eu vá para 2021 vem adotando a premissa de que  menos e mais, desejamos muito brigar pelo título, sabemos a dificuldade que e estamos com os pés no chão. Nossa equipe é extremamente qualificada e todos possuem o mesmo objetivo.

Confira abaixo a logo e a sinopse do enredo da Talvez Eu Vá para o Carnaval Virtual 2021:

“Numa mesa de bar, Talvez Eu Vá te contar, as histórias dos botecos da vida.

A Talvez Eu Vá trará para o Carnaval 2021 um enredo que é conhecidamente enigmático ou muitas vezes figurado. Falaremos dos bares e botecos da vida, onde no auge da noite, abriremos os portais da imaginação e nos perderemos em inspirações, pensamentos e poesias… Buscamos com isso, trazer pra nosso desfile todas as “obras” transformadas pela magia da noite e pelo olhar de cada cidadão ou cidadã. E por que não dizer, de cada folião ou foliã? E isso designará a harmonia entre a diversão e talvez o pânico, pois a partir dos bares e botecos, existem histórias e/ou lendas que sempre se firmam ao anoitecer. Lendas estas que podemos criar, lendas que podemos acreditar, mas sempre nos trazendo personagens que determinam amores ou temores até aos mais incrédulos. Desde sempre, despertando a curiosidade, em uma mesa de bar, aos olhos da noite, apresentam-se histórias e estórias que muitas vezes podem influenciar profissões, religiões, estudos científicos ou ainda testemunhar e inspirar artistas a criar, recriar ou cultivar as festas e festejos populares. Bares e botecos estes que testemunham em posições privilegiadas, shows e eventos pelo país, sem falar no futebol, uma paixão mundial, onde em bares e botecos, pessoas se acotovelam nos balcões para torcer por seu time de coração. E assim, aproveitando a mesa de bar pra ligar um notebook, pra sentar e olhar na tv ou também pelo celular, vamos direto a passarela virtual para nos encantarmos e cantarmos com a Talvez eu Vá.

PRIMEIRO SETOR – VINDO DAS TAVERNAS Começamos nossa viagem nos tempos antes de Cristo, onde já existiam as chamadas tavernas e onde também já existiam penas severas para os donos dos estabelecimentos que fossem flagrados misturando água na famosa cerveja. Essas tavernas, inicialmente, eram um tipo de pousada para viajantes, onde esses viajantes eram agraciados com esse serviço de bebidas como complemento pela escolha do local. Com o passar do tempo, os donos dessas tavernas passaram a servir essas bebidas também aos residentes locais, geralmente de uma classe mais baixa e passando a oferecer, junto às bebidas, música, prostitutas, jogo de dados e brigas de galo. E assim, com esses “complementos”, as tavernas passaram também a reunir marinheiros, criminosos, conspiradores e acabaram sendo desprezadas pela elite. Assim, o bar mais antigo ainda em funcionamento é o Ye Olde Fighting Cocks, em uma cidade na Inglaterra, que foi fundado em 1539. O termo “bar” surgiu em 1590 para denominar uma barra que existia no balcão e que impedia os clientes de se debruçar para incomodar o atendente. Já no Brasil, os bares surgiram com a chegada da família real, que trouxe esse costume europeu. Aqui, esses bares eram destinados aos clientes de maior poder e ascensão econômica, diferenciando assim da história original. Aqui, essas “tavernas originais” são os botecos, que são bares para uma linhagem mais popular e seu nome deriva-se de “bodega” que eram lojas de vendas em geral. Até meados do século passado, as “mulheres de família” não podiam frequentar os bares, botecos ou tavernas, pois era dito que poderiam ficar “perdidas”. Já na Idade Moderna começaram a copiar a idéia dos franceses e criaram os cabarés, onde o entretenimento era conduzido por um conjunto de atores e de acordo com suas origens europeias, onde quase frequentemente era orientado para um público mais adulto e de natureza claramente das camadas sociais mais pobres.

SEGUNDO SETOR – A NOITE E SEUS ENCANTOS Já nos tempos mais modernos, os cassinos tornaram-se um local de entretenimento e diversão, onde não só se podia dançar e cantar num bar boêmio mas também aumentar a sensação de prazer e libido. Assim, em uma mesa de bar, a noite nos envolve com seus encantos, embalando nossos sonhos momentâneos, onde deixamos nossos pensamentos voarem rumo ao desconhecido ou ao encontro das mais belas e instigantes emoções. A noite e seus encantos traz a inspiração ao poeta mostrando-lhe a mais bela jóia, ao romântico o amor que ganhou ou perdeu, ao destemido a coragem para enfrentar o que virá. Com isso, a noite com seu charme fascinante, vivenciou momentos da paixão do Pierrô com sua Colombina, também trouxe uma magnífica vista dramática do Fantasma da Ópera e testemunhou o glamour das noites. Do início ao extremo da noite, serve-se também de inspiração para casais enamorados, inspiração essa tão bem retratada na canção “Ontem ao Luar”, também foi iluminando o brilhante Van Gogh, já interno em um hospício, para pintar “Noite Estrelada”,e por que não lembrar de Fernando Pessoa e sua “Nossa Senhora das Coisas Impossíveis”… Nos bares da noite, surgem as primeiras reuniões e divisões raciais, e ainda existiam os lugares frequentados por negros e os que só entravam brancos. Nos bares da vida o movimento do samba trazido pelos negros ganha gosto popular e se alastra no país aos poucos, o som dos batuques e percussões afros foi incorporado ao movimento que teve o nome de carnaval dentro das rodas de samba que já aconteciam em rituais antes privados apenas para o povo negro. Embora todos pensamos que o carnaval seja Brasileiro ele já era celebrado em outros lugares como na Babilônia, Grécia e Roma, mas foi aqui no Brasil que se fundiu ao samba e de várias reuniões em alguns bares surgiu o carnaval que conhecemos hoje, e surgindo também grandes nomes do samba e do carnaval, fundando as escolas de sambas. Na noite, na rua, no bar e ao léu surge o mais antigo amor do dono da noite Exú o rei dos andantes e Pomba Gira a cabrocha da madrugada. Nos bares da noite surge também as damas da noite com seus encantos. Em 28 de Junho de 1969, Stonewall INN, Greenwich Village – Estados unidos, simpatizantes, gays, lésbicas, travestis e Drags Queen saem as ruas para reivindicar direitos em um combate frente a frente com a polícia. Este ato é considerado o marco zero do movimento LGBT. Com a diversidade de gêneros surgem as baladas GLSXYZ onde o público simpatizante se liberta e pode ser ele mesmo, as casas noturnas quebram o pré – conceito e dão liberdade de gênero.

TERCEIRO SETOR – DE BAR EM BAR VAMOS FESTEJAR Olho essa gente linda e cheia de graça, e fico orgulhoso do que vejo. Numa visão geral, analiso cada um, com seu jeito peculiar e irreverente de tocar a vida e de encantar, com inteligência e malandragem. Assim, dizem que gente da noite é bonita, se tornam bacanas, se tornam sacanas… Gostam de um bom papo, falam gíria, gesticulam, contam piadas, riem e se calam para admirar a morena ou a loira que passa com seu gingado e aproveitam pra fazer o famoso “fiu-fiu”. As mulheres por sua vez admiram os “tanquinhos”, os dançarinos, os “zezinhos”… Afinal, todos sabem o sabor de uma cantada bem feita e acertada, pois o charme e a beleza do homem e da mulher carioca são do tipo que todo mundo quer. Brasileiro… Esse é um “produto” tão rico que se mostra extremamente variado. Existe para qualquer “gosto” e “estilo”. A começar pelos que compõem a grande parte da população frequentadora de bares e botecos, aquela gente do povão: Ofice boys, garis, sambistas, galera das comunidades… Ou, pra quem preferir, o tipo se vira como pode, como os que passam o dia na rua vendendo sua mercadoria, fazendo da calçada e dos sinais de trânsito o shopping-center mais famoso da cidade e cá pra nós, no mais belo cenário mundial. Dos bares vemos também os artistas de rua, que no lançar das bolinhas ou malabaris, se mostra extremamente habilidosos, defendendo o pão. E fazem do seu jeitinho malandro seu maior talento.

QUARTO SETOR – VIDA DE “RALADOR” Vemos também as patricinhas, os playboyzinhos, os descolados, os emergentes, os vovôs, os boêmios, a galera da baixada, o pessoal da comunidade, cada um com seu jeito de ser. E observando melhor o dia após dia e a correria dessa cidade maravilhosa, vemos que, apesar de tudo, esse nosso povo é trabalhador. Acorda cedo, pega um trem lotado, carrega marmita, toca um pagode para descontrair a viagem e sonha… Sonha em ganhar no bicho, em virar patrão e que chegue logo o final de semana para curtir um pagode, um barzinho, um baile funk, após uma pelada com os amigos. Seu forte, definitivamente, é improvisar. Se não tem churrasqueira, usa o latão. Sem tamborim, batuca na caixa de fósforos. Faltou dinheiro pro jornal, lê as notícias em pé, nas “casquinhas” da banca mesmo. Faz o que bem entende, pois tem a quase certeza de que tudo dará certo no final. Ele sempre dá seu jeito, é o último a entrar no ônibus e já quer a janela. O brasileiro de modo geral, usa toda sua versatilidade para mostrar sua habilidade, seja no esporte, na música ou nos mais variados tipos de arte, e tem no seu talento, o reconhecimento mundial… Quem não conhece Tom Jobim, a Garota de Ipanema, Romário, Zeca Pagodinho…

Sem falar que é um povo de fé. Crê na força das sete ondas que pula nas praias no virar da meia noite do primeiro dia do ano, crê nas flores para Iemanjá, lançadas com perfume. Seja em casa, nos terreiros ou nas igrejas, o carioca não deixa de praticar. Pede proteção ao padroeiro, mas crê também em São Jorge guerreiro, de quem é devoto, crê em Cosme e Damião que é o protetor da molecada, crê no “seu Zé”, espelho de sua personalidade boêmia. Tem fé em si, no futuro, em Deus e na certeza de que tudo dará certo. Como canta o Zeca, “sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu”. Muitas vezes penso comigo que não poderia ter recebido lugar melhor para ficar. De alguns bares, vejo mares, e as montanhas, vejo o trânsito que tanto tira o ânimo desse povo; vejo as ruas cheias daqueles que buscam o melhor; vejo a felicidade estampada no rosto dessa gente, que mostra como é bom ser dessa grande família. E como já disse o samba da União da Ilha a alguns anos atrás, vamos pro bar, “bebemorar” e ser feliz com a Talvez Eu Vá:

“Hoje eu vou tomar um porre
Não me socorre que eu tô feliz
Nessa eu vou de bar em bar
Beber a vida que eu sempre quis”…
“Garçom, garçom,
Bota uma cerva bem gelada aqui na mesa”…
“Num gole eu faço um carnaval”

Autor do enredo: Marcus Andrade

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