Homenageando Clara Nunes, G.R.E.S.V. Portela chega à LIESV em busca de uma vaga no Grupo Especial

Após descobrir a LIESV no Instagram e ouvir excelentes avaliações da liga por parte de outras agremiações, o presidente Adão Flores decidiu criar o G.R.E.S.V. Portela para disputar o Carnaval Virtual de 2021.

Confira a entrevista cedida pelo presidente, Adão Flores:

1- Como conheceu a LIESV e por que a escolheu?

Soube da liesv através do Instagram, a partir daí surgiu o desejo em ter uma agremiação virtual. A escolha se deu pelas excelentes avaliações da liga por integrantes de outras agremiações.

2- Qual a história da sua escola, como foi fundada, qual o motivo, quais as cores, símbolos nome?

Nossa agremiação se chama grêmio recreativo escola de samba virtual Portela, o principal motivo da escolha de tal nome, se deu pela imponência do mesmo, e também para homenagear a agremiação do carnaval real. Foi fundada a partir do desejo em se ter uma escola virtual, as cores são azul e branco, o símbolo é a  Águia.

3- Qual será o enredo da sua escola e como ele será contado na passarela virtual (quantas alas, alegorias e demais elementos)?

Nosso enredo é: ” Clara nunes: O mar serenou quando ela pisou na areia, quem samba na beira do mar é sereia. Traremos 18 alas, 4 alegorias, 1 tripé, 1 pede passagem, 2 casais de M.S. e P.B. divididos em 3 setores, mas isso pode sofrer alterações de acordo com o tempo.

4- Como a equipe da sua escola foi montada e quem faz parte dela?

A equipe da escola terá como presidente e carnavalesco Adão Flores, que teve a ideia inicial da criação da agremiação. Alex Silva como enredista, que chegou na escola através do grupo de Whatsapp da liga. Renan Bier como nosso intérprete oficial. Ainda estamos em fase de crescimento da nossa equipe, mas a equipe básica para a realização dos trabalhos está montada.

5- E o samba enredo, vai fazer eliminatórias de samba ou vai encomendar? Se for eliminatórias, quais as regras da disputa, pra onde os compositores devem mandar os sambas e etc?

Nós abriremos uma disputa de samba, esperamos grandes obras, que representem a grandeza da nossa homenageada, temos certeza que irá ser difícil, pois sabemos a qualidade dos compositores da liga.

– Os sambas poderão ser feitos solo ou em parceria de compositores;
– Cada compositor ou parceria poderá colocar em disputa quantos sambas quiser;
– É necessário envio do áudio com no mínimo duas passadas do samba, com ou sem instrumentos;
– O envio do samba em arquivo mp3, juntamente com a letra em word/bloco de notas deverá ser encaminhado para o e-mail: gresv.portela@gmail.com
– Data limite para entrega dos sambas: 10 de Abril de 2021, até as 23:59 h.
– Qualquer dúvida, entrar em contato no Instagram da escola @g.r.e.s.v_portela

6- O que você e sua escola esperam do Carnaval Virtual 2021, tanto de vocês quanto das coirmãs?

Esperamos uma grande festa, que o nosso desfile ocorra como planejado, que seja divertido, faça o seu papel em relação à reflexão que propomos, que os talentos do carnaval possam ser apresentados ao público, que o Carnaval exerça sua função também de reflexão e crítica indo além de ser somente diversão, e que todas as agremiações façam belos desfiles, e que possamos deixar ainda mais popular a arte carnavalesca realizada de forma virtual.

Confira abaixo a logo e a sinopse do enredo da Portela para o Carnaval Virtual 2021:

“Clara Nunes – O mar serenou quando ela pisou na areia, quem samba na beira do mar é sereia.

“O mar serenou quando ela pisou
Na areia
Quem samba na beira do mar
É sereia”
A mais jovem dos sete filhos, crescera vivendo de forma humilde no interior de Minas Gerais, onde futuramente Começou sua vida trabalhando como tecelã em uma fábrica de tecidos. Conheceu pessoas importantes no ramo da música brasileira e deu início a sua carreira como cantora.
“Tinha uma vendinha no canto da rua
Onde o mangaieiro ia se animar
Tomar uma bicada com lambu assado
E olhar pra Maria do Juá”
Influenciada por seu pai, defendia as raízes e tradições brasileiras, as diferenças regionais, os mercados populares, as festas folclóricas do interior, as quais conheceu ainda em sua infância.
“Jêje
Minha sede é dos rios
A minha cor é o arco-íris
Minha fome é tanta
Planta flor, irmã da bandeira
A minha sina é verde-amarela
Feito a bananeira”

No início da da década de 1960 conheceu inúmeros artistas, adotou o nome artístico de Clara Nunes e começou a participar de inúmeros concursos da música.
“Iansã penteia
Os seus cabelos macios
Quando a luz da lua cheia
Clareia as águas do rio
Ogum sonhava
Com a filha de Nanã
E pensava q as estrelas
Eram os olhos de Iansã”
Em 1970 se apresentou em Luanda na angola e a partir daí iniciou a sua afirmação com a religiosidade afro-brasileira, visitou terreiros e incorporou o seu visual característico de roupas brancas, conchas, flores, colares, turbantes e contas.
“Se vocês querem saber quem eu sou
Eu sou a tal mineira
Filha de Angola, de Ketu e Nagô
Não sou de brincadeira
Canto pelos sete cantos
Não temo quebrantos
Porque eu sou guerreira
Dentro do samba eu nasci
Me criei, me converti
E ninguém vai tombar a minha bandeira”
Mais tarde conheceu a Portela e passou a ser consagrada na agremiação, ganhou o título de madrinha da velha guarda. Se rendeu a escola e nunca mais abandonou.
“Portela
Eu nunca vi coisa mais bela
Quando ela pisa a passarela
E vai entrando na avenida
Parece
A maravilha de aquarela que surgiu
O manto azul da padroeira do Brasil
Nossa Senhora Aparecida”
A guerreira negra lutou e defendeu por muito tempo as tradições, culturas e religiosidade do povo preto, trazendo esses costumes e essa identificação com tal cultura para sua carreira onde lançou músicas que fizeram amplo sucesso, unindo Brasil e África. Desta forma teve um papel importantíssimo na popularização da cultura afro brasileira, quebrando o preconceito.
“E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor”
A filha de ogum com iansã, deixou este plano cedo, fazendo a saudade vir à tona toda vez que a sua representatividade, o seu talento, a sua força, o seu clamor, é exposto. 37 anos se passam desde a sua partida, e desde então não existe outro sentimento no coração de todos senão a saudade, desse jeito um tanto melancólico, cada vez a sua estrela se torna ainda mais brilhante, a luz que emana quando se toca no seu nome irradia e se transforma em poesia, enaltecendo o ser incrível que sempre serás.
Portanto é chegada a hora de pisar mais uma vez a avenida, trajar as vestes brancas e colares, que se misturam ao azul de uma nação inteira, para reencontrar o seu povo mestiço, e então dizer, “voltei, à avenida saudosista, para o azul e branco modernista, eternizar!”
Axé!

Autor do enredo: Adão Flores

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