Líder do ranking da LIESV tendo sido vice-campeã em 2017, 4º colocada em 2018, campeã em 2019 e vice-campeã em 2020, a Paraíso da Folia promete em 2021 fazer o melhor carnaval virtual de sua história. A agremiação que já foi campeã do Grupo de Acesso em 2014, vem mordida depois de perder o bi-campeonato no ano passado por detalhes. Voltando à temática afro, que lhe rendeu dois grandes carnavais em 2012 e 2013, a azul e branco de João Pessoa mantém toda sua equipe, com Sérgio Razera de Carnavalesco, Thiago Meiners de Enredista e Zé Paulo Sierra de Intérprete.
Confira a entrevista cedida pelo presidente, João Salles:
1- Como conheceu a LIESV e por que a escolheu?
Conheci a LIESV em 2009 através do antigo Orkut, em comunidades de Carnaval de SP e do RJ divulgando um tal de Carnaval Virtual. Assisti aos desfiles de 2009, me encantei com aquilo e decidi que criaria uma escola e um dia estaria disputando com aquelas escolas que eu havia assistido. Hoje, 12 anos depois, a Paraíso da Folia vai para seu 11º desfile virtual carregando na bagagem 2 títulos, um do especial e um do acesso.
2- Qual a história da sua escola, como foi fundada, qual o motivo, quais as cores, símbolos nome?
Paraíso da Folia, originalmente nomeada Paraíso do Samba, foi fundada em 01 de novembro de 2009, dia de todos os santos para abençoar as escolas. Como torcedor apaixonado pelo Império de Casa Verde, Portela e Boi Bumbá Caprichoso, as cores não poderiam ser diferentes: Azul e branco. O símbolo é uma coroa e o nome foi sugerido pela minha mãe.
3- Qual será o enredo da sua escola e como ele será contado na passarela virtual (quantas alas, alegorias e demais elementos)?
Nosso enredo vai contar a história dos Egunguns e como o culto a essas entidades se firmou no Brasil – em Itaparica – onde hoje ainda resiste o maior terreiro de culto a Egunguns. Da fúria de Xangô contra as Yamis surgiram os Egunguns e a adoração.
O desfile será formado por 5 setores, contados em 20 alas, 5 alegorias, 2 casais de mestre sala e porta bandeira, comissão de frente e muitas surpresas. Prometemos um carnaval diferente de tudo que a escola já apresentou, e não estamos falando da boca pra fora, será sim inédito!
4- Como a equipe da sua escola foi montada e quem faz parte dela?
A equipe é a mesma desde 2019. Essa equipe, composta por Sérgio Razera como carnavalesco, Thiago Meiners como enredista e Zé Paulo Sierra como intérprete rendeu a nossa escola UM TÍTULO e UM VICE-CAMPEONATO. Não há nenhum motivo para a agremiação mudar sua equipe. Time que está ganhando não se mexe.
5- E o samba enredo, vai fazer eliminatórias de samba ou vai encomendar? Se for eliminatórias, quais as regras da disputa, pra onde os compositores devem mandar os sambas e etc
O G.R.E.S.V. Paraíso da Folia SEMPRE irá investir e acreditar nos talentos da LIESV. Sendo assim, mais uma vez abriremos concurso de samba enredo:
– Data limite para entrega dos sambas: 17/04/2021;
– Divulgação do Samba Campeão: 18/04/2021;
– Poderá ser feito solo ou em parceria de compositores;
– É necessário envio do áudio com no mínimo uma passada do samba, acompanhado ou não, de instrumentos;
– Favor enviar o áudio do samba concorrente em formato “.mp3”;acompanhado da letra do samba e nome dos compositores para o Whatsapp 83-987066836 do presidente João Salles;
– Cada compositor ou parceria poderá colocar em disputa quantos sambas quiser;
– Todos podem participar. Aguardamos sua obra.
6- O que você e sua escola esperam do Carnaval Virtual 2021, tanto de vocês quanto das coirmãs?
Esperamos que seja ainda melhor que foi em 2020. Esperamos um recorde em quantidade de desfiles e principalmente em qualidade. Esperamos uma audiência recorde, com uma grande divulgação dos trabalhos das co-irmãs desde a inscrição até os desfiles. Confiamos na LIESV e nas escolas que a compõe e que lutam por ela. Paraíso da Folia é e sempre será LIESV. Nós sim, somos LIESV.
Confira abaixo a logo e a sinopse do enredo da Paraíso da Folia para o Carnaval Virtual 2021:
“A Resistência das Almas“
SINOPSE
Kaô meu pai!
Sinta o toque do Alujá. Evocação ao rei de Oyó. Soberano Xangô.
Que o fogo da justiça reine sobre nós em tempos sombrios.
Quando Yamis despertaram a fúria do Orun ao enganar o rei maior e forjando a mentira em vetes de Egunguns – entidades e espíritos de mortos…
Flores foram ofertadas para Adubaiyni. A filha de Xangô pagou com a vida pela força do seu pai.
Revolta dos orixás! Aprisionando a maldade das Yamis longe da terras de Xangô.
A adoração aos Egunguns se fortalece. Os Ojés invocavam. Os Mariwós engrandeciam o culto com sua fé. O reino de Oyó se tornava o verdadeiro assentamento e berço dos fundamentos da religião.
O vento levou pro mar tal crença. Correntes carregavam o fardo e a dor para o litoral. A travessia que tinha seu destino final no terreiro Vera Cruz.
Egun Okulelê; Baba Olukotun; A Nação Jejê-Nagô; Ipekun Ojé.
Povos que abraçaram a fé e o culto. Mocambos e herdeiros do trono no Congo e Angola se tornavam um novo povo,uma nova raça.
O toque do berimbau anunciava que em Itaparica, no bairro da liberdade, nascia a grandiosa Ilha das Almas. Onde as águas banhavam a crença e as festividades para Oxum, Iemanjá e Oxalá.
Nas areias onde resiste o culto as almas surge o Ilê Agboulá. Terreiro que guarda as energias da Ilha e dos Egunguns. A fé que atravessa Ayê e Orun para encontrar um segundo plano.
Que nunca deixem de bater os tambores do Agboulá e que resista em Itaparica, a força das almas.
GLOSSÁRIO:
Kaô – Saudação a Xangô
Alujá – Toque pra Xangô
Oyó – Reino onde Xangô era rei
Yami – Ancestrais femininas
Orun – Céu
Adubaiyni – Filha de Xangô
Ojés – Auxiliares no culto aos Egunguns
Mariwós – Povo que cultua os Egunguns
Onilé – É um Orixá que representa a base de toda a vida, a Terra-Mãe.
SETORIZAÇÃO PARAÍSO DA FOLIA 2021
1º Setor: Xangô – O Despertar da Justiça
Comissão de Frente: O Toque do Alujá – Evocação a Xangô
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Raios e Trovões
Ala 01 – O Fogo da Justiça
Velha Guarda
Alegoria 01 – Xangô – O Rei Egungun
2º Setor: A Ira dos Orixás – A Lenda da Maldade Yami
Ala 02 – A Farsa das Yamis (quando elas se vestiram de Egunguns pra tapear Xangô)
Ala 03 – Flores para Adubaiyni (morte da filha de Xangô)
2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira – Preceitos de Orunmilá
Ala 04 – Oferendas para Ikú – O Guardião do Mundo das Almas
Ala 05 – A Fúria de Xangô
Alegoria 02 – A Lenda da Maldade Yami e a Revolução dos Orixás
3º Setor: Os Fundamentos do Culto aos Egunguns e o Reino de Oyó
Ala 06 – Alàpini (cargo mais elevado dentro do culto, líder do culto)
Ala 07 – A Invocação dos Ojés (coreografada, auxiliares dos Alàpini)
Ala 08 – A Fé dos Mariwós (povo que frequenta os cultos)
Ala 09 – Onilé
Alegoria 03 – Oyó – O Berço do Culto aos Egunguns
4º Setor: Vera Cruz e os Terreiros de Mocambos
Ala 10 – Mares do Litoral e as Correntes da Dor
Ala 11 – Terreiro de Vera Cruz – Egun Okulelê
Ala 12 – Olori Egun – Os Mocambos de Baba Olukotun
Ala 13 – O Povoado de Encarnação – A Nação Jejê-Nagô
Ala 14 – Ipekun Ojé – Os Herdeiros do Congo e de Angola
Alegoria 04 – Itaparica – A Ilha das Almas
5º Setor: Ilê Agboulá – A Resistência das Almas na Ilha de Itaparica
Ala 15 – A Capoeira no Bairro da Liberdade (onde foi criado o terreiro era um local onde se praticava capoeira)
Ala 16 – Padê e Axexê – Assentamento no Terreiro (oferendas para assentamento)
Ala 17 – Festa de Iemanjá, Oxum e Oxalá (festa no terreiro para louvar orixás das águas que trouxeram os egunguns pra Itaparica)
Ala 18 – Prece a Xangô (prece ao rei dos egunguns)
Ala 19 – Herdeiros do Culto Egungun
Alegoria 05 – Ilê Agboulá
Ala 20 – A Resistência das Almas
Autor do enredo: Thiago Meiners