Carnaval Virtual 2023 – Riachuelo traz o enredo Afrointergalácticus – a diáspora final para o Carnaval Virtual 2023

Após bater na frente, ficando na 5ª posição do grupo de acesso do carnaval passado, a Riachuelo promete fazer ainda melhor, e aposta no enredo “Afrointergalácticus – a diáspora final”, que será desenvolvido pelo presidente e carnavalesco, Gabriel Oliveira.

Confira a entrevista concedida pelo presidente, Gabriel Oliveira:

1- Como conheceu a LIESV e por que a escolheu?

Conheci a Liesv em 2020 através do desfile da Escola de Samba Virtual Castelo, que também é da Cidade de Batatais. Eu escolhi fundar a Riachuelo no Carnaval Virtual por acreditar que a Liesv tem o compromisso de difundir a Cultura das Escolas de Samba não só em fevereiro, mas, durante todo o ano e principalmente porque o Carnaval físico de Batatais está paralizado, e o Carnaval Virtual é uma forma de exercitar e produzir desfiles sem a necessidade de construir tudo de forma física.

2- Qual a história da sua escola, como e onde foi fundada, qual o motivo, quais as cores, símbolo e nome?

A Riachuelo Virtual é um braço da Escola de Samba Riachuelo do Carnaval de Batatais, Carnaval esse considerado um dos melhores do interior do estado de São Paulo e que não acontece desde 2019. A Escola de Samba Virtual Riachuelo, foi fundada em 02/02/2021 com a proposta de divulgar a história do Carnaval de Batatais e uma forma viável de exercitar e produzir desfiles sem o custo de um desfile físico. Suas cores são, vermelho, verde e dourado, tendo como símbolo um dois tubarões e uma âncora.

3- Qual será o enredo da sua escola e como ele será contado na passarela virtual (quantas alas, alegorias e demais elementos)?

O enredo da Riachuelo para o Carnaval Virtual 2023 é Afrointergalácticus – a diáspora final, e será dividido em 5 setores: A Nave, Estação 1, Estação 2, Estação 3 e Estação 4.

4- Como a equipe da sua escola foi montada e quem faz parte dela?

A Riachuelo Virtual tem Gabriel Oliveira como Presidente e Carnavalesco, e André Ricardo como Compositor e Intérprete.

5- E o samba enredo, vai fazer eliminatórias de samba ou vai encomendar? Se for eliminatórias, quais as regras da disputa, para onde os compositores devem mandar os sambas e etc?

O Samba Enredo foi encomendado e foi composto por André Ricardo.

6- O que você e sua escola esperam do Carnaval Virtual 2023, tanto de vocês quanto das coirmãs?

Espero que o Carnaval Virtual 2023 seja ainda melhor que 2022, que foi surpreendente com Escolas apresentando desfiles com alto nível.
Este será o maior carnaval da Riachuelo na LIESV, não é um desfile que está sendo produzido somente pensando em ganhar o carnaval, mais é uma nova experiência estética, usando muitos conceitos e referências do movimento afrofuturista e uma carnavalização diferente das já apresentadas pela escola nos dois últimos anos. Podendo agradar ou não…

Confira abaixo a logo e a sinopse do enredo da Riachuelo para o Carnaval Virtual 2023:

Justificativa: Inspirado na obra do artista afrofuturista Sun Rá, Space is the Place (O Espaço é o
Lugar), e em outras referências do movimento afrofuturista, a Escola de Samba
Virtual Riachuelo faz uma viagem intergaláctica cheia de representatividade negra.
O Afrofuturismo é um movimento que engloba as narrativas de ficção especulativa a
partir da experiência negra e busca descrever criações artísticas que, por meio da
ficção científica, inventam outros futuros para as populações negras e mais que
isso, é um despertar para a consciência histórica e ancestral das pessoas negras,
exaltando isso no atual futuro, ao passo que se questiona o processo de
apagamento da cultura africana.
Embora a origem do afrofuturismo se situe no campo da produção literária, acabou
estendendo o movimento também ao campo do cinema, da fotografia, moda, artes
visuais, bem como ao campo musical, chegando ao carnaval brasileiro pelas mãos
do carnavalesco Fernando Pinto.
Este enredo é uma ficção que traz histórias reais interpoladas com fantasia.

Sinopse: Estamos no ano de 3001, o Planeta Terra ainda passa por momentos turbulentos,
com grandes crises, pandemias, desigualdade social e principalmente racial.
É fim de tarde, e com a escuridão da noite podemos observar no céu alguns pontos
de luz que se movem rapidamente se aproximando da Terra, estes dispositivos
emitem sons fascinantes, a mistura de metais, tambores e sintetizadores que são
interrompidos e podemos ouvir um comunicado: “Por que a Terra não cai? Como
podemos andar sobre ela? É a música. É a música da Terra, do sol, das estrelas.
Sua própria música, vibrando. Sim, você é música também, somos todos
instrumentos. Todos estão tocando a sua parte…Nesta vasta orquestra do
Cosmos… Eu não sou real, assim como vocês. Vocês não existem nessa
sociedade. Se existissem, não estariam buscando direitos iguais. Se fossem reais,
teriam algum status entre as nações do mundo. Então somos todos mitos. Não me
apresento como uma realidade, e sim como um mito. Porque é isso que os negros
são. Mitos. Eu vim de um sonho, sonhado por negros há muito tempo… Sou um
presente de seus antepassados.” Quem está falando é o Deus Sol (Sun Rá), nosso
Guia Intergaláctico, através de sua sonoridade nos conectamos com o universo e
somos abduzidos em naves sonoras espaciais. O Deus Sol convoca a comunidade
negra mundial para a Diáspora Final, pois somente em outras galáxias estaremos
livres do racismo que há anos assola a comunidade preta, afinal O Espaço é o Lugar.

Próxima parada: Ominira 3001 (planeta fictício fora do sistema solar),
*OMINIRA em
Ioruba significa Liberdade.

Para colonizar este novo planeta vamos usar todo conhecimento ancestral da Mãe
África, conhecimento esse que durante séculos foi apagado. Os antigos egípcios
diziam: “se quer conhecer o futuro, olhe para o passado”.
Era uma forma de dizer que nada de novo acontece, tudo se repete, e olhando para
o passado podemos prever e mudar a nossa própria história.
Sabemos que é significativo o alto nível de civilização desenvolvido no Egito, bem
como a grandeza de conhecimentos que chegaram a dominar, onde existia uma
ciência venerável e um nível elevado de conhecimento científico, algumas vezes,
misturada com práticas mágicas. Assim será desenvolvida nossa ciência com base
na A Sabedoria Egípcia, ou Ciência das Estrelas, ressaltamos a Matemática,
Geometria, Arquitetura, Medicina e Química baseada nos ensinamentos dos
egípcios.
Nossa sociedade será fundamentada no Matriarcado da nossa Mãe África, O
matriarcado, provavelmente, a mais antiga forma de organização social, parece ter
evoluído primeiro na África, assim seremos governados por Ialorixás que se comunicam de forma mística com satélites que orbitam o planeta, as
Luas Yabás, são centenas de luas com poderes de controlar a natureza Ominira,
sendo seis luas as principais: Nanã dos pântanos, Yemanja dos mares, Oxum das
cachoeiras, Iansã dos ventos, Oba da terra, e Ewa das Neblinas, natureza essa
semelhante à da Terra, porém com seus poderes mágicos visíveis ao nossos olhos.
Na vida em harmonia com a natureza atrelada à ciência dos egípcios, também se dá
o desenvolvimento ultra tecnológico do nosso planeta, e a partir do desbloqueio de
memórias ancestrais dos Oris, cápsulas que guardam o conhecimento de Exu, Ogum e Oxóssi, o poder da comunicação, o domínio da matéria prima e a utilização
consciente de elementos naturais na produção e no consumo da nossa nova
sociedade.
Erguemos grandes Afrotropolis com as tecnologias ancestrais de todos os
cantos da África negra, seremos impactados pelas produções artisticas e culturais
de nossos ancestrais afro-amaricanos e afro-brasileiros ao longo de séculos – afinal
não existe uma sociedade sem arte – reverenciando, revisitando e revivendo os
ancestrais pretos que fizeram história fora da África, seja pensando num futuro
diferente ou igual ao de Ominira 3001, assim como o artista Fernando Pinto
imaginou um futuro negro possivel, tecnologico e feliz em Ziriguidum 2001: Carnaval
das Estrelas.
Então é hora de fazer o nosso Carnaval… afinal este é o maior espetáculo afro
intergaláctico que já existiu… Em Ominira 3001 as Escolas de Samba desfilam
durante o ano todo e estão espalhadas por todo planeta, e mesmo com toda
tecnologia e inovação, suas tradições são mantidas e valorizadas.

Autor do enredo: Gabriel Oliveira

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