Carnaval Virtual 2023 – “Santuário de Estrelas” é o enredo da Sereno de Cachoeiro para o Carnaval Virtual 2023

Trazendo uma mensagem de esperança para um novo tempo, a Sereno de Cachoeiro apresentará o enredo “Santuário de Estrelas”, que foi escrito e será desenvolvido pelo carnavalesco Milton Júnior.

Confira a entrevista concedida pelo presidente, Milton Júnior:

1- Como conheceu a LIESV e por que a escolheu?

Conheci a LIESV em 2005, mas só inscrevi a Sereno em 2007. Achei muito legal o projeto e fui conhecendo devagar como funcionava aquele mundo novo. Era uma oportunidade de fazer carnaval, já que na minha cidade os desfiles estavam cancelados a alguns anos.

2- Qual a história da sua escola, como e onde foi fundada, qual o motivo, quais as cores, símbolo e nome?

A sereno foi fundada em 2007 com as cores e o símbolo da Portela, a águia azul e branca. Desde o começo me dividi em presidente, carnavalesco e intérprete,. Como eu disse, o carnaval em Cachoeiro de Itapemirim estava muito devagar, e foi uma oportunidade de fazer uma escola de samba, mesmo que virtual, que representasse a cidade. O nome foi inspirado na Sereno de Campo Grande, mas teve uma coincidência na história: no dia que ia decidir o nome, estava voltando da faculdade para casa e alguém comentou ao meu lado ” Nossa, parece que está serenando”, e eu vi isso como um sinal.

3- Qual será o enredo da sua escola e como ele será contado na passarela virtual (quantas alas, alegorias e demais elementos)?

O enredo para 2023 é “Santuário de Estrelas”, que fala das divindades relacionadas às estrelas que a humanidade cultuou através da história, por diversas culturas, e uma mensagem de esperança para um novo tempo.

4- Como a equipe da sua escola foi montada e quem faz parte dela?

Pretendemos levar 06 alegorias e 25 alas. A montagem do enredo está corrida porque em julho chegou o segundo herdeiro da Sereno: Arthur, meu caçula. A equipe é a mesma de 2022, só faltando confirmar o intérprete. Estaremos divulgando em breve.

5- E o samba enredo, vai fazer eliminatórias de samba ou vai encomendar? Se for eliminatórias, quais as regras da disputa, pra onde os compositores devem mandar os sambas e etc?

– Data limite para entrega dos sambas: 10/08/23
– Divulgação do Samba Campeão: 15/08/23
– Poderá ser feito solo ou em parceria de compositores? SIM
– É necessário envio do áudio com no mínimo uma passada do samba, acompanhado ou não, de instrumentos? SIM
– Cada compositor ou parceria poderá colocar em disputa quantos sambas quiser? SIM
– Todos podem participar? SIM
– Os sambas inscritos só poderão ser divulgados após o fim do prazo de inscrição? NÃO?
– Enviar o áudio do samba concorrente em formato “.mp3”; acompanhado da letra do samba e nome dos compositores para o Whatsapp 28999165048 – Milton dos Santos batista junior;

6- O que você e sua escola esperam do Carnaval Virtual 2023, tanto de vocês quanto das coirmãs?

Esperamos um grande espetáculo, como todos os anos. A LIESV cresce a cada ano e 2023 promete ser mais um grande ano para o carnaval virtual.

Confira abaixo a logo e a sinopse do enredo da Sereno de Cachoeiro para o Carnaval Virtual 2023:


“Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas,
no rastro dos astros,
na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar,
até onde alcançam o pensamento e o coração,
vamos!”
(Carlos Drummond de Andrade)

Olhar o céu noturno e se encantar com o firmamento, deixar o pensamento e o coração viajarem pelos confins do universo… o brilho das estrelas sempre fascinou o homem desde a aurora da humanidade. O homem primitivo buscou nos astros explicação para os fenômenos que regiam sua vida e seu grupo: a chegada das estações, as mudanças do clima, a marcação dos anos. O caminho que os astros faziam no céu, suas posições no firmamento conduziam as caminhadas em grupo, o plantio e a colheita. O homem então associou as estrelas à Divindade, imaginando deuses e deusas habitando as moradas celestes. Ergueu monumentos e templos para observar os movimentos dos astros
As grandes civilizações cultuaram suas divindades estelares. Os egípcios acreditavam que a deusa Nut gerou as estrelas e que o céu noturno era seu corpo curvado sobre a terra ( a Via Lactea), além de cultuar Sopdet, a deusa- estrela que, quando surgia no céu, indicava o início das cheias do rio Nilo. Entre cananeus e fenícios havia o culto a Isthar, deusa da fertilidade, sexualidade e guerra, identificada com o planeta Vênus, a estrela da manhã, conhecida na bíblia como Astart, Rainha do Céu.
Na mitologia grega, Astéria, donzela ou virgem das estrelas, é uma das Titãs, que rege as estrelas cadentes, os oráculos e profecias noturnas, incluindo sonhos proféticos, a leitura das estrelas (astrologia) e necromancia, era cultuada na cidade de Delos. Os gregos também cultuavam Eosforo (a Estrela da Alva) e Héspero (a Estrela Vespertina), que, juntos à Phosphoros (O Portador da Luz), formavam uma só divindade, ligada às posições de Vênus no céu. Grandes observadores das estrelas e constelações, os gregos contam ainda a lenda do gigante caçador Órion, filho de Poseidon que, ao ser morto ao lutar contra um escorpião mandado por Apolo, é colocado junto às estrelas por Ártemis, junto ao seu cão Sirius. Olhando a constelação de Escorpião, vemos a figura de Órion, com as nossas conhecidas “Três Marias” formando seu cinturão. Outra explicação para o surgimento das constelações está nas lendas sobre as filhas de Atlas e Pleione: as Híadas que, depois de se suicidarem, foram transformadas na constelação de Touro, e as Plêiades que, ao fugirem a paixão de Órion, se esconderam no céu, formando a constelação que leva seu nome. Ainda segundo os gregos, a Via Lactea seria formada pelos respingos do leite dos seios de Hera, ao amamentar o filho de Zeus, Hércules.
No Oriente as estrelas também foram cultuadas como divindades, tendo alguns cultos perdurado até os dias atuais. Na China, o taoismo reverencia Beiji Dadi, o Governante das Estrelas, um dos quatro governantes celestiais. Também são cultuados os três deuses representados pelas 3 estrelas do cinturão de Órion, conhecida do oriente como constelação de Carina. São eles Fu Xing, deus da felicidade, Lu Xing, deus da prosperidade e Shou Xing, deus da longevidade. Muito carismáticos e sorridentes, suas figuras são reverenciadas até hoje por todos que buscam suas bênçãos. Já no Japão, as estrelas inspiraram uma história de amor celestial: conta-se que a muito tempo, morava próximo da Via Lactea (o Rio de Estrelas), uma bela princesa tecelã chamada Orihime. Seu pai, o Senhor Celestial a apresentou a um jovem camponês pastor de gado chamado Kengiyu. Ambos se apaixonaram perdidamente, se entregando totalmente à paixão e se esquecendo de suas obrigações e responsabilidades. Indignado, o pai de Orihime decide separá-los colocando cada um de um lado do Rio de Estrelas, o que deixou a princesa profundamente triste. Comovido com o estado da filha, o Senhor Celestial permitiu que o casal se encontrasse uma vez por ano, no sétimo dia do sétimo mês, desde que cumprissem a obrigação de realizar todos os pedidos vindos da Terra naquela noite. Orihime representa a estrela Vega, e Kengyu a estrela Altair, ambas são só vistas juntas uma vez por ano no céu, quando é celebrado o festival do Tanabata Matsuri, o festival das estrelas, quando pedidos são feitos às estrelas através de ornamentos feitos de papéis coloridos.
Também na África estrelas cultuadas desde o passado. Nas falésias do Mali vive um povo que, apesar de viver isolado por séculos, possui um conhecimento profundo sobre a constelação de Cão Maior: os Dogons. Seu conhecimento milenar relata que um povo extraterrestre (Nommos, filhos da água) veio à Terra e ensinou a seus antigos sacerdotes informações precisas sobre Sirius e a constelação Cão Maior. Conta a tradição Yorubá que as estrelas nasceram do ventre de Yemanjá, ainda antes do nascimento dos Orixás.
Entre os povos do Novo Mundo, os Astecas tinham Ilmatecuhtli como deusa da Via Lactea e mãe das estrelas, já os Incas adoravam Chasca, a deusa do amanhecer e do por do sol, também personificada na estrela dalva. Em terras brasileiras, os Bororós contam que as estrelas nasceram a muito tempo, quando os curumins peraltas da aldeia comeram todo o milho colhido pelas mulheres e fugiram do castigo de suas mães subindo ao céu pendurados em um cipó, carregado por um grande beija-flor. Para que as mães não os alcançassem, cortaram o cipó, fazendo-as caírem e se transformarem em animais da mata. Já os curumins foram condenados a viverem no céu, de onde olham para a terra, sendo o brilho de seus olhos a luz das estrelas.
Cultuadas no passado, as estrelas ainda são símbolos de fé de várias crenças. Seja a Estrela de Davi dos judeus, a Estrela de Belém, que anunciou o nascimento do Messias ou o pentagrama das religiões esotéricas e neopagãs, são sinais a apontar para o sobrenatural e ao divino, guiando aqueles que procuram sua paz interior. Há os que buscam nelas guiar seu caminhar, seguindo seus mapas astrais e signos do Zodíaco.
Nestes tempos difíceis, esperamos que brilhe em nosso céu a Estrela Guia que nos levará á um novo tempo de Paz e Amor para toda humanidade.


Comentários do Facebook
%d blogueiros gostam disto: