Viúva Negra homenageia a Estação Primeira de Mangueira no Carnaval Virtual 2024

Nome da Escola:GRESDV Viúva Negra
Data de Fundação:31/10/2020
Cidade/Estado:Rio de Janeiro / RJ
Símbolo da Escola:Aranha Viúva Negra
Cores da Escola:Roxo, Preto e Vermelho
Instagram da Escola:@gresdvviuvanegra
Nome do Presidente:Liliane Martins
WhatsApp para Contato:(21) 97209-9143
Nome do Carnavalesco:Marcus Andrade
Intérprete:Ewerton Fintelman
Outros Integrantes:Tiago Rodrigues – Diretor Geral e Rei de Bateria
Lia Amorelli – Diretoria de Mídia
Daniella Marques – Rainha de Bateria
Destaques: Daniele Rodrigues, Stella Manzoni, Hélio Ferreira e Júlio Figueiredo
Enredo:E os Anjos disseram amém… 96 anos da Estação Primeira de Mangueira.
Autor do Enredo:Marcus Andrade e Tiago Rodrigues

Justificativa

Parafraseando o saudoso Luizito: “- Chegou à garra, chegou à emoção! Chegou à escola de samba mais querida do planeta! Chegou a Estação Primeira de Mangueira! O carnaval da Viúva Negra 2024 trará para a passarela virtual uma pequena homenagem à mais querida escola de samba, e, para abrir os caminhos, os Anjos de 2023 trarão um pouco das histórias e estórias que a História nunca contou desta escola desde sua criação, passando por algumas curiosidades, algumas conhecidas, outras não muito conhecidas e alguns campeonatos, se tornando patrimônio imaterial do povo brasileiro. Venha com a gente por quê? Atrás da verde e rosa só não vai quem já morreu!

Sinopse

Ǫuando se tem início oficialmente o tráfico de escravos negros trazidos da África para o Brasil, os que sobreviviam às terríveis condições da travessia eram vendidos nos mercados de escravos. Numa terra estranha, separados de suas famílias e nações, misturados a outros escravos de origem e idioma diferentes dos seus, sofrendo todo tipo de maus-tratos, juravam se libertar e um dia voltar à terra de origem. Mesmo sendo obrigados a adotar os nomes e a religião dos brancos, mantiveram-se fiéis aos seus costumes e crenças religiosas. Para cultuar seus Orixás, usavam algumas estratégias, como adotar para cada entidade africana um santo católico “de fachada”. E o Morro da Mangueira serviu de abrigo e moradia para muitos destes escravos e seus descendentes, que levavam para a localidade estas manifestações culturais e religiosas características daquelas nações africanas, como o candomblé, umbanda e a batucada. Se por um lado os negros tiveram que adotar muitos dos costumes impostos, sua cultura africana, forte e sempre viva, foi se infiltrando entre os brancos, levando essa cultura de religião e batucadas, crescendo passo a passo nos terreiros do morro.

Nos fundos do terreno que era a residência do Imperador (atual Ǫuinta da Boa Vista) eleva-se o morro, que naquela época era chamado do Pedregulho. Era lá, entre as suas mangueiras, que a cavalaria ia procurar os escravos fujões das casas, no nobre bairro de São Cristóvão. Em 1852, foram erguidos nele os postes das linhas telegráficas e o nome foi adotado, passando a chamar-se morro do Telégrafo. Ǫuando foi instalado o serviço de transporte ferroviário, na cidade existia naquela região uma fábrica de chapéus, entre as estações de São Cristóvão e São Francisco Xavier, no terreno coberto por mangueiras. Como o trem, fora das estações, só fazia rápidas paradas para os passageiros saltarem, o jeito era avisar o condutor que ia descer lá nas mangueiras. Ǫuando foi inaugurada a estação, em 1889, Estrada de Ferro Central do Brasil um ano após o tão esperado fim da escravidão, seu nome só podia ser este, Estação Mangueira. O morro do Telégrafo agora permanece identificando somente uma parte do morro, que tem também outras localidades e outros pequenos núcleos populacionais, que juntos formam o complexo do Morro da Mangueira. O Morro foi um presente dado por D. Pedro II ao Visconde de Niterói, que já era falecido. Ǫuando surgiu os primeiros barracões e outras moradias e assim surgiu uma comunidade de gente pobre, mas batalhadora, constituída quase em sua totalidade por negros, filhos, netos e bisnetos de escravos, inteiramente identificados com suas manifestações culturais e religiosas. Tendo Nossa Senhora da Glória como padroeira. Chegamos assim nos anos 20, onde os blocos de carnaval haviam tomado conta do Rio de Janeiro e, de tabela, do morro da Mangueira. Assim nos Carnavais, como queriam, mas não podiam participar dos elegantes desfiles dos “brancos”, alguns descendentes de escravos criaram um bloco só de homens, o Bloco dos Arengueiros, que saíram pela primeira vez vestidos de mulher, arrumando briga com todos os outros blocos, ranchos e cordões que encontravam. Depois de apanharem, baterem e serem presos por cinco anos, no dia 28 de abril de 1928, decidiram unir todos estes “blocos” de Mangueira, para desfilar na Praça Onze. Herdeira destes “blocos” de carnaval, a Mangueira foi fundada por participantes do Bloco dos Arengueiros que propuseram a união entre seu bloco e outros menos populares no Morro, os ranchos e cordões, para formar uma só escola para desfilar na saudosa e marcante Praça Onze. Por sugestão de Cartola, adotaram as cores verde e rosa, de um rancho que era lembrança dos carnavais de sua infância. Também encontra informações em alguns lugares que seria uma homenagem para seu time de coração, o Fluminense. Falando em cores, estas que são marcantes e emblemáticas. Só de vê-las, automaticamente lembramos da querida e amada Mangueira. O verde e rosa, que muito provável inspiraram outras agremiações a adotarem as mesmas cores em diversas partes de nosso país, onde se respira carnaval.

O nome de Estação Primeira se deu porque era a primeira parada do trem, que saia da Estação de Dom Pedro para o subúrbio, onde havia samba, era Mangueira e com isso toda a área passou a ser conhecida por este nome. Era assim que a Mangueira mantinha as tradições e crenças de seus ancestrais, seus batuques e seus cantos, agora abrasileirados, numa fusão de tradições de várias nações africanas, com influências indígenas e uma pouca influência católica. O candomblé e a umbanda tinham muitos adeptos na comunidade e alguns casebres serviam de templos. Neles eram realizadas cerimônias religiosas e outras comemorações. Existiam vários terreiros na região, que serviam ao sagrado e ao profano, ao som dos atabaques. Mas, foi no Terreiro de Tia Fé, que nascia o bloco carnavalesco Estação Primeira de Mangueira, onde a partir dali se tornou uma das grandes responsáveis pela difusão do samba, sendo o fato de ter vencido os três primeiros concursos oficiais dos desfiles de carnaval que contribuiu para que ficasse mundialmente conhecida e conquistasse a cada dia mais seguidores. Esses oito jovens que fundaram o G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira, jamais imaginariam que, vários anos depois, a escola que fundaram não seria apenas um bloco ou uma Escola de Samba, porque a escola de samba que eles fundaram hoje é também, uma escola de vida. “Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu”. As palavras, vindas de um dos sambas-enredos mais famosos da agremiação, resumem bem a relação que a escola tem com os brasileiros. E com os “gringos”. Homenageada em canções de vários artistas, a Mangueira é uma das mais tradicionais e populares escolas de samba do Brasil, que reúne admiradores no país inteiro com seus tons em verde e rosa. É uma das agremiações que tem a cara do Rio de Janeiro, não tem como falar de carnaval carioca, sem citar Portela e Mangueira. Detentora de 20 títulos no Carnaval do Rio de Janeiro, a Mangueira tem alguns feitos marcantes em seus 96 anos, como ser a primeira escola a criar uma ala de compositores, incluindo mulheres e tem a tradição de, desde sua fundação, ter uma única marcação em sua bateria feita pelo surdo, que faz parte de seu símbolo. A história que a história não conta… Comenta-se que ao longo da história da Mangueira, a escola preocupou-se em manter viva a identidade do povo brasileiro, trazendo para seus desfiles elementos da cultura com grandes personalidades, diferentes aspectos regionais, festas populares, diversidade cultural e religiosa. A Estação Primeira de Mangueira entende que o enredo e o samba-enredo são veículos capazes de proporcionar ao povo ideias para que se apropriem de sua história. Cada desfile explora possibilidades de contar estórias e de repensar a história. Cada novo desfile das escolas de samba carioca cria um conjunto de informações, que vai se esmaecendo com o tempo e se fundindo com o conjunto de recordações dos carnavais de outrora. Histórias e memórias do pré-carnaval, do desfile e do pós-carnaval. Cada participante, tanto na arquibancada, em casa ou na avenida, à sua maneira, percebe, registra, conta e resgata as experiências sobre as disputas, o impacto ou a falta de impacto da escola, os bastidores, as expectativas, o êxtase, as frustrações. Histórias e memórias são criadas e reelaboradas a partir da perspectiva do presente. Foram assim registradas algumas histórias, memórias e pesquisas. Os textos, ou melhor, enredos, abordam as origens desta escola de samba, as narrações sobre o carnaval, os enredos desenvolvidos, o antes da Sapucaí e no Sambódromo e seu entorno, os desfiles, montando assim os aspectos da festa, com recortes da história e da muitas vezes da memória. Sem contar as personalidades que caminharam e caminham lado a lado com a agremiação, tais como: Alcione, a marrom, Jamelão, Rosemary, Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum e muitos outros que contribuíram e contribuem com a história da agremiação nestes quase cem anos. Sem contar seus enredos e sambas enredos que nestes 96 anos de estrada, foram marcantes, inspiradores, uma verdadeira aula de cultura, religiosidade e biografias. Vencedora do desfile de Segunda-Feira, primeiro ano do Sambódromo em 1984 e o supercampeonato do mesmo ano, onde reunir as melhores do grupo de acesso e do especial. Desfile este do supercampeonato que não tem como não lembrar, que ao desfilar e chegar na praça da Apoteose, a agremiação deu a volta e subiu de novo a Passarela da Marquês de Sapucaí, retornando para seu ponto de partida, que é na Presidente Vargas, levando o público ao delírio, que atrás foram festejando.

Ao longo das décadas a escola começou a criar várias iniciativas, como a Escola de Samba Mirim Mangueira do Amanhã, criada em 1987, e vários programas sociais nas áreas de educação, cultura, lazer e profissionalização. A repercussão destas atividades vinculadas à escola despertou interesse no país e no mundo. Portanto, são frequentes as visitas de personalidades. Uma das mais emblemáticas foi a do então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, que acompanhado da primeira- dama americana, visitou a Vila Olímpica da Mangueira no ano de 1997. A recepção, que reuniu a comunidade mangueirense foi conduzida à época pelo presidente da escola, Elmo José dos Santos, e do Ministro do Esporte, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. A fama no exterior inspirou em 1986, pelas mãos de japoneses que eram companheiros de bebida e reuniram-se com especialistas em músicas latino-americanas que estiveram envolvidos na apresentação de Paulinho da Viola em Yokohama, nos arredores de Tóquio, Japão, criando a denominada G.R.E.S. Saúde ou “Sauji”. A escola de samba, que também utiliza as mesmas cores da Mangueira, mantém forte intercâmbio com a comunidade mangueirense. Em 2019 recebeu a visita do Presidente de Honra da Mangueira, o nonagenário Nelson Sargento. “Sauji” é a única comunidade de samba no Japão que tem contato formal com a Mangueira do Rio de Janeiro. Não só nas cores do time verde e rosa, mas também nos padrões de atuação que criam ritmos únicos, e na busca pelo samba, a Sauji tem a Mangueira como modelo, e tem o respeito e a admiração como força motriz de suas atividades. Através destas atividades até o momento, Saudji tem orgulho de ser a “Mangueira Japonesa” e se autodenomina “YokohaMangueira” como apelido em homenagem à sua cidade natal, Yokohama. A trajetória da Mangueira também é contada e recontada em diferentes modos e formatos, inclusive em seus próprios desfiles, como o do ano em que celebrou o cinquentenário da escola. As narrativas sobre a escola estão fadadas a replicações e reelaborações, pois é por esse modo que ligam a sociedade atual aos ícones do passado e ao imaginário sobre a escola que emerge em momentos do cotidiano. São tantos momentos, que em 96 anos de resistência, garra e luta de uma comunidade forte e aguerrida, que é pouco para um desfile apenas. Estação de Primeira de Mangueira é inspiração, tradição, patrimônio, que em 1928 através de Carlos Cachaça, Cartola, Zé Espinguela e outros, sobre as bençãos dos orixás, é um legado, um presente para todos nós sambistas. Um eterno obrigado por existir.

Ah e uma coisa, lá em Mangueira, e para todos que a amam, o cotidiano sempre será verde e rosa. Eternamente…!!

Regras do Concurso:– Composição individual ou parcerias;
– Um samba para cada inscrito, seja individual ou parcerias;.
– Obrigatório o áudio de apresentação do samba, não tendo obrigatoriedade de bateria e afins;
– Envio do samba até o dia 26/05/2024;
– Contato: (21) 97209-9143 (WhatsApp) ou por E-mail: tirodriguesoliver87@gmail.com
– Resultado do samba escolhido entre os membros da escola e divulgado nas redes oficiais da agremiação no dia 30/05/2024.
Comentários do Facebook

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: